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Chego em casa e vejo um dos meus irmãos com o olho roxo, faço sinal para o rosto dele e ele abaixa a cabeça envergonhado.

- Briguei na escola. - ele diz e suspiro. Balanço a cabeça em desaprovação e ele sorri. - Prefiro você sem voz. - cruzo os braços e ele ri. Dou um tapa em seu ombro e ele sai. Olho em direção a nosso jardim e mamãe está cavando a terra e sorrindo, sei que ela deve ter ouvido o que ele disse. Crianças podem ser cruéis com o nível de sinceridade.

Ajudo minha mãe com a horta e com o jantar, acabamos nos deitando e dormindo tranquilamente. Acordo como de costume extremamente cedo e me sento na cama. Infelizmente estou acostumada a acordar antes do dia nascer, mesmo que eu não precise ir para a muralha.

Levanto e preparo o café da manhã de todos. Organizo os caixotes e levo uma remessa para a ponte. Marília abre um sorriso ao me ver.

- Como está Ana? - dou de ombros e aponto para minha garganta. - Deve ser horrível não poder falar. Assinto e dou um sorriso fraco. - Força. - ela diz e me curvo levemente. Caminho de volta para casa e entro ouvindo a briga para ver quem vai tomar banho primeiro. Tiro os sapatos e entro. Entro animada, mas meu sorriso desaparece ao ver minha mãe encostada em uma das cadeiras olhando para o café da manhã, ela tem lágrimas nos olhos e um olhar aflito. Bato na parede levemente duas vezes e ela olha em minha direção e disfarça.

- Ai Ana... - ele leva a mão ao peito e funga. - Crianças! Parem de discutir e tomem banho! - ela diz e se aproxima de mim. - Obrigada por preparar o café querida. - sorrio e seguro as mãos dela. Meus olhos marejam. Queria poder dizer que fico feliz em diminuir os esforços dela. - Vou ir levando os caixotes... - nego e ela pisca vezes seguidas. Guio ela para fora e mostro apenas os quatro caixotes presentes. - Já levou metade?! - ela parece surpresa e me olha com gratidão. - Obrigada por ser tão esperta. - ela diz e beija minha testa. Ela organiza os quatro caixotes restantes e aponta para dentro. - Se certifique que eles saiam sem atrasos, vou indo, ok? - assinto e ela se retira. Entro novamente e aguardo. Eles tomam café e se retiram depois de comer. Limpo toda a casa e falta ainda para o almoço.

Geralmente não almoço em casa porque não tenho tempo, mas hoje faço o almoço tranquilamente e faço minha refeição rapidamente, espero os meninos e depois que eles comem, começam a lavar as louças sujas, preparo um prato para minha mãe e levo para a ponte. Ela vende sempre com um sorriso no rosto. Me aproximo e ela sorri, coloco o prato perto dela e aponto o castelo.

- Os meninos comeram? - assinto. - Tenha um bom trabalho. - ela diz e aceno. Passo por Marília dando um aceno com a cabeça e seguindo meu caminho. Passo pelo jardim de almas e entro pela cozinha. Vejo as meninas acabando de fazer a refeição e acabo indo para o salão mais cedo. Começo a limpar e vejo o trânsito de seres místicos. Maiana pousa e segue para o salão retirando uma armadura da parte superior do corpo. Algumas fadas pousam e outras aumentam de tamanho. Acho o batalhão das fadas muito imponente.

Continuo limpando e vejo Axe seguir para a sala de jantar. As asas tocam o chão e ele não parece se importar. Encaro a asa branca e a outra preta. São extremamente lindas. Suspiro e volto a limpar. Apesar de irritante, Axe me ajudou muito e o senso de justiça dele é impressionante.

Depois de horas, termino minha parte e sigo para os quartos. Limpo a maioria dos quartos de um dos corredores e bato na porta de um deles, espero a resposta para ver se tem alguém ou posso entrar para limpar.

- Entre. - uma voz masculina soa e abro a porta. É um elfo, ele se vira em minha direção, está terminando de vestir uma camisa. - Vou sair para passear pelo castelo, pode ficar a vontade. - ele diz abotoando a camisa e me curvo levemente, mantenho minha cabeça abaixada e espero ele sair. Entro e noto que não está tão desorganizado, alguns convidados são bem educados e outros são fanfarrões.

Nova Geração - AXE -Onde histórias criam vida. Descubra agora