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Acordo e acabo fazendo como no dia anterior, preparo o café da manhã e levo os primeiros caixotes, limpo toda a casa, cuido da horta, faço o almoço e sirvo a mesa. Os meninos chegam animados falando sobre uma apresentação e um deles sorri amplamente para mim.

- Vamos apresentar no orfanato no dia que arrecada roupas e o povo leva comida gostosa. - ele diz e sorrio. Todo ano Pandora faz várias reuniões, concede prêmios aos órfãos e promove esportes divertidos, ela doa as roupas para as famílias mais carentes de Pearl e divide as doações do orfanato. A comida nessas festas são sempre incríveis, principalmente as comidas preparadas pelas humanas que vivem por aqui.

Existe um boato que elas trazem ingredientes do lado humano para preparar as sobremesas e pratos saborosos e diferentes.

Aponto para o banheiro e ele assente e sai saltitante. Espero eles tomarem banho e preparo um prato de comida para minha mãe. Dou três toques na porta antes de sair e observo os garotos comendo, eles me olham e aceno avisando que estou de saída. Eles se despedem e me retiro. Caminho para o portão levando o prato embrulhado com um pano limpo como suporte.

Me aproximo do portão de madeira e paro antes de abrir. Axe está parado do outro lado, ele move o pé e desenha com a bota na terra. Abro o portão e ganho sua atenção.

'O que faz aqui?'

Pergunto e Axe encara o céu nublado de hoje.

- Por sorte, temos nuvens no céu. - ele diz e me pergunto de que maneira isso responde o que eu perguntei. Atravesso o portão e antes que eu feche, Axe faz a gentileza, encaro ele com desconfiança.

'O que faz aqui?' repito. Axe me encara com os olhos peculiares de cores sufocantes e monocromáticas.

- Eu disse que seria minha companheira e preciso me acostumar a sua presença, aliás, irá morar em minha casa. - ele diz sucinto e faço uma careta de desprezo. "Arrogante! Prefiro dormir sob a Luz do luar do que compartilhar uma cama com essa montanha de pedra insensível!". Ele parece confuso com minha expressão e reviro os olhos. "Explicar minha expressão seria incompreensível para um alado que mata sem pensar".

Caminho tranquilamente pela estrada e observo os cavalos, unicórnios, ogros, mortais, fadas, comerciantes e estrangeiros nas ruas.

- Ana... Por acaso seu olhar de segundos atrás foi por algo que eu disse? - ele pergunta e olho para ele surpresa. Ele caminha olhando em frente, asas relaxadas e mãos para trás. "O cérebro de Axe funciona!? Oras!"

'Me surpreende que não tenha usado senhorita, nada cortês... Disse indiretamente que estarei invadindo sua casa futuramente e acredita que estou caindo de amores por você, me ofende.'

Concluo e ele me olha com expressão interrogativa.

- Sinto muito. - ele diz facilmente e me pergunto se fala sério. Paro de caminhar e ele para em seguida e se vira se colocando de frente.

'Sente muito? Sinceramente?'

Ele assente e suspira, Axe retira o colar de seu pescoço e seus olhos assumem o aro avermelhado ao redor da íris preta em um olho e branca em outro.

- Sei que terá acesso a esse colar e isso me assusta um pouco, principalmente porque não consigo ver um jeito de realmente ouvir seus conselhos ou conseguir controlar meu sangue prodígio. - ele diz. - Espero ter uma relação boa com você para facilitar nossa inevitável vida juntos. - ele finaliza e parece bem razoável. Entendo sua preocupação já que ele não pode sair da forma divina sem esse colar, talvez isso o faça tão especial e ser levado a um batalhão ainda na infância. Assinto.

Nova Geração - AXE -Onde histórias criam vida. Descubra agora