Algumas vezes, a partir de agora, ao invés do diário, teremos flashbacks, que inclusive eu amei escrever..
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Descansei a cabeça conta a porta de madeira antes de entrar no quartinho. Exaustão tomava conta do meu corpo, seguida de uma dor de cabeça monstruosa.
Mas, ainda assim, o cansaço na minha mente e o peso em meu peito eram maiores.
Você só precisa aguentar mais um pouco, Sinu. Era o que eu repetia na minha mente. Por Camila.
Logo vocês terão um lugar só para vocês. Vai poder trazer sua mãe também.
A expectativa de um dia conseguir tudo isso era o que me dava forças. Era o que fazia aguentar tudo.
O som suave de passos na grama de trouxe de volta à realidade. Meu corpo automaticamente ficou tenso, antes mesmo que ele anunciasse sua chegada.
— Sinu... — Começou. Imediatamente arranque a chave do bolso, tentando abrir a porta. — Não. Espera. — Chegou mais perto, segurando meu braço. Logo me afastei, dando um passo para atrás, ainda com a cabeça abaixada.
— Vai embora. — Foi tudo o que falei.
— Vamos conversar. — pediu, estendendo as mãos para tocar meus ombros, mas parou no meio do caminho quando me retrai. Seus braços caíram pendentes ao lado do seu corpo.
— Eu não tenho nada para falar com você. Me esqueça. — Falar essas palavras era mais difícil do que parecia.
— Você sabe que eu nunca conseguiria. — Ri, porque não queria chorar na sua frente. — Sinu, por favor... — Chegou na minha frente, colocando a mão no meu queixo e o erguendo. Tentei me afastar, mas ele o segurou assim que viu minha face por completo. — O que aconteceu?
— Bati na parede.
Manuel afastou meu cabelo do rosto e estremeci, me odiando por ainda sentir algo com seu toque.
— Isso não é um roxo de quem bateu na parede. — disse, parecendo exasperado. — Bateram em você?
— Me deixa em paz. — falei, tanto um passo para trás.
— Eu estou falando sério, Sinu, quem fez isso? — insistiu — Eu juro que se descobrir...
— Você não vai fazer nada.
Não sei se foi a amargura em minha voz, ou a expressão em meu rosto, mas, de alguma forma, Manuel entendeu. Ou pelo menos supôs.
— Foi... — respirou fundo — Karen fez isso?
Permaneci em silêncio, o que foi a resposta que ele precisava.
Manuel agarrou os cabelos, andando de um lado para o outro, parecendo transtornado demais para formar uma frase coerente.
Com um suspiro cansado, caminhei até a porta, girando a maçaneta.
— Sinu...
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VENDETTA
RomanceMinha vida foi dedicada para isso. Cada momento, cada mísero segundo, cada escolha foi feita para que eu estivesse aqui. Nunca me senti tão viva como naquele momento. Eu faria os Mendes se destruírem, assim como fizeram com a minha família. Talvez...