— Meus braços estão me matando. — murmurei, olhando para o animal no celeiro.
O cavalo permaneceu em silêncio, obviamente, porque ele não falava.
Derramei a água para ele beber, esticando os braços para aliviar a dor. Encarei o animal, que já bebia a água furiosamente.
— Sabia que você é mais bem tratado do que eu? — Cruzei os braços. Ele bufou e eu acariciei seu pelo, abrindo um sorriso. — Camila ia adorar ver você de perto.
Suspirei. Uma semana. Uma semana e eu conseguiria alugar uma casa e colocar Camila em uma escola. Ela finalmente viria morar comigo.
Não conseguia contar a ansiedade e felicidade.
Guardei o balde, fechando a porta do celeiro e caminhando pelo campo aberto. Não vi quando Karen se aproximou, com Lydia por perto.
— Senhora. — murmurei, me sentindo ainda mais intimidada pelo fato dela estar montada no animal grande.
— Você estava dando água para os cavalos? — perguntou. Afirmei com a cabeça. — Limpe eles.
Apertei os lábios.
— Eu não... Não é o meu tra...
— Eu sou a dona disso aqui. E você trabalha pra mim. — interrompeu — Se eu digo que é pra fazer, você tem que fazer.
— Mas eu não sei cuidar dos cavalos, eles não estão acostumados comigo. — Argumentei. Dar água para eles era uma coisa, limpar e pentear exigia que o animal confiasse em você.
Não ia arriscar um acidente.
Karen me encarou, o rosto impassível.
— É uma ordem.
Balancei a cabeça.
— Eu não...
— Você quer perder o emprego, Sinu? — perguntou, os olhos brilhando com a maldade presente neles. Fiquei em silêncio. — Ou você acha que por que transa com meu marido eu não conseguiria, fazê-lo?
Karen se aproximou. Lydia ficou no mesmo local, ainda nos observando em silêncio.
— Só não te expulso daqui porque é muito mais gratificante acabar com você todos os dias enquanto a vejo se esforçar pra dar uma vida de merda pra aquela vadiazinha.
— Não fale assim da minha filha! — exclamei e, no mesmo instante, meu rosto virou com o impacto da mão que o acertou.
Meus olhos lacrimejaram com a ardência.
Não tive tempo para reagir: Karen agarrou meu rosto, virando em sua direção, os dedos apertando pinha carne com força.
— Não grite comigo. — murmurou — Acha que pode me ameaçar como fez no outro dia? Falar como quer? Você esqueceu do seu lugar aqui?
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VENDETTA
RomanceMinha vida foi dedicada para isso. Cada momento, cada mísero segundo, cada escolha foi feita para que eu estivesse aqui. Nunca me senti tão viva como naquele momento. Eu faria os Mendes se destruírem, assim como fizeram com a minha família. Talvez...