Capítulo 16

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— Meus braços estão me matando. — murmurei, olhando para o animal no celeiro.

O cavalo permaneceu em silêncio, obviamente, porque ele não falava.

Derramei a água para ele beber, esticando os braços para aliviar a dor. Encarei o animal, que já bebia a água furiosamente.

— Sabia que você é mais bem tratado do que eu? — Cruzei os braços. Ele bufou e eu acariciei seu pelo, abrindo um sorriso. — Camila ia adorar ver você de perto.

Suspirei. Uma semana. Uma semana e eu conseguiria alugar uma casa e colocar Camila em uma escola. Ela finalmente viria morar comigo.

Não conseguia contar a ansiedade e felicidade.

Guardei o balde, fechando a porta do celeiro e caminhando pelo campo aberto. Não vi quando Karen se aproximou, com Lydia por perto.

— Senhora. — murmurei, me sentindo ainda mais intimidada pelo fato dela estar montada no animal grande.

— Você estava dando água para os cavalos? — perguntou. Afirmei com a cabeça. — Limpe eles.

Apertei os lábios.

— Eu não... Não é o meu tra...

— Eu sou a dona disso aqui. E você trabalha pra mim. — interrompeu —  Se eu digo que é pra fazer, você tem que fazer.

— Mas eu não sei cuidar dos cavalos, eles não estão acostumados comigo. — Argumentei. Dar água para eles era uma coisa, limpar e pentear exigia que o animal confiasse em você.

Não ia arriscar um acidente.

Karen me encarou, o rosto impassível.

— É uma ordem.

Balancei a cabeça.

— Eu não...

— Você quer perder o emprego, Sinu? — perguntou, os olhos brilhando com a maldade presente neles. Fiquei em silêncio. — Ou você acha que por que transa com meu marido eu não conseguiria, fazê-lo?

Karen se aproximou. Lydia ficou no mesmo local, ainda nos observando em silêncio.

— Só não te expulso daqui porque é muito mais gratificante acabar com você todos os dias enquanto a vejo se esforçar pra dar uma vida de merda pra aquela vadiazinha.

— Não fale assim da minha filha! — exclamei e, no mesmo instante, meu rosto virou com o impacto da mão que o acertou.

Meus olhos lacrimejaram com a ardência.

Não tive tempo para reagir: Karen agarrou meu rosto, virando em sua direção, os dedos apertando pinha carne com força.

— Não grite comigo. — murmurou — Acha que pode me ameaçar como fez no outro dia? Falar como quer? Você esqueceu do seu lugar aqui?

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