aula de artes

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era só mais uma aula chata de artes.

chata para mike, claro, já que o garoto não sabia desenhar nem um boneco de palito direito.

mas, para will, era a melhor aula de todas.

o garotinho amava desenhar, e isso não era surpresa para ninguém que o conhecia.

mike sabia disso.

a única coisa boa de suas aulas de artes era fazer dupla com will e ficar admirando-o desenhando.

a aula de artes era sempre uma animação para will. seus lindos olhinhos verdes brilhavam desenhando, e isso encantava mike.

todo e qualquer desenho de will, mike achava perfeito. tinha pastas inteiras apenas de desenhos do amigo em seu porão.

— bom dia, queridos! — a professora de artes entrou em sala de aula, fazendo com que todos os alunos que estavam conversando se calassem imediatamente.

mike gostava de sua professora de artes. ela era a única professora que o garoto realmente achava legal e divertida.

a sala inteira gritou em coro um "bom dia, professora!" e a moça riu um pouco, feliz com a animação que os seus alunos sempre demonstravam ao vê-la.

— mike, o que você acha que vai ter hoje? — will sussurrou para o moreno, aproximando-se mais de si na mesa dividida.

— ah, eu não sei. provavelmente alguma coisa bem legal — sorriu para o melhor amigo.

will assentiu, sorrindo também. mike achava seu sorriso lindo, e sua animação contagiava-o.

— bom, queridos, para a aula de hoje, eu quero que vocês desenhem junto de suas duplas o que é mais importante para vocês dois. se quiserem, um pode desenhar e o outro pintar, é claro. quero os desenhos para o final da aula. — a professora sorriu, animada.

will ficou pensativo. o que ia ser mais importante para si e para mike ao mesmo tempo?

— hm.... que tal.... nossos amigos? — mike sugeriu, olhando will pensativo com a mão no queixo.

— ah, sim. com certeza, sim. — will sorriu, abrindo seu estojo e pegando um lápis de dentro dele.
— hm.... eu desenho e você pinta, okay? vou tentar não demorar muito para dar tempo.

mike assentiu e ficou observando will enquanto o pequeno encostava com pressa o lápis preto no papel. will começou pelo rascunho, depois, apagou os detalhes que não tinha gostado e cobriu tudo com uma caneta preta-escura.

demorou-se algum tempinho com will desenhando extremamente focado e mike apenas o olhando, com os olhos brilhando.

will, pelo canto do olho, percebeu mike olhando para si. o brilho em seus olhos castanhos era notável, e will sorriu mais ainda com o amigo admirando-o.

seu coraçãozinho bateu mais forte e will começou a ficar nervoso. gostava de como mike o olhava, mas seu olhar fixo o estava desconcentrando.

tentou ignorar, mas percebeu que suas mãos começavam a suar. engoliu em seco e sentiu suas bochechas quentes junto com a costumeira sensação de borboletas em sua barriga.

— hã.... f-fica meio difícil de me concentrar com você me olhando assim, sabia? — desviou seu olhar do desenho que estava fazendo e olhou para mike, o mesmo que corou e balançou sua cabeça de forma rápida.

— ah.... f-foi mal. é que seus desenhos são incríveis. e você também. mas por quê? você fica desconfortável comigo te olhando assim? se você quiser, eu paro.... — mike sentiu seu coração acelerar, junto com uma sensação nova em sua barriga.

will riu um pouco, achando-o adorável.

acabou falando baixinho, e sem pensar muito:

— é que fica difícil me concentrar com o garoto que eu gosto me olhando desse jeito.... — desviou o olhar, corado e olhando para o nada.

will, quando percebeu o que tinha falado, tampou sua boca com a mão e arregalou os olhos, em puro arrependimento e choque com a coragem que teve.

o pequeno queria muito que mike não tivesse o ouvido, mas, quando olhou para o moreno, viu que o mesmo o olhava um pouco confuso e com um sorrisinho torto em seus lábios. suas bochechas completamente vermelhas.

— hã.... — mike não sabia o que responder. — eu também gosto de você, will, você é meu melhor amigo.

mike não o tinha entendido no sentido romântico.

"𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘦́ 𝘣𝘰𝘮 𝘰𝘶 𝘳𝘶𝘪𝘮?" will pensou, nervoso.

suspirou e deu um sorrisinho tímido para mike antes de começar a desenhar novamente, fingindo que nada nunca tinha acontecido.

bylerOnde histórias criam vida. Descubra agora