pedido de namoro

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mike estava animado com a ideia de pedir will em namoro. não era exatamente em um lugar que só eles conheciam como richie falou que foi consigo e com eddie, mas era um lugar muito especial para os dois garotos. o wheeler acordou na manhã seguinte disposto a ir sozinho primeiro no lugar e resolver tudo para depois chamar will para ir consigo.

depois de um banho bem tomado, mike foi falar com sua mãe na hora do almoço. lhe pediu uma cesta com comidas para um piquenique que disse que iria fazer com seus amigos e karen ficou muito feliz em ajudar, se prontificando imediatamente de fazer tudo do bom e do melhor para o piquenique entre amigos do filho.

mike gostava de imaginar que receberia um "sim" de will para seu pedido naquele dia. foi até o starcourt, comprando alianças combinando para os dois, o que levou um bom tempo.

depois de hesitar algumas vezes em bater na porta dos byers ao entardecer, finalmente reuniu toda sua coragem e o fez. com a cesta de doces e mais doces em sua mão e a bicicleta na outra, esperou ansioso até que will abrisse a porta e sorrisse ao lhe ver.

— mike. — beijou-lhe a bochecha em um movimento rápido e carinhoso, e mike corou, sentindo borboletas. — aconteceu alguma coisa?

mike engoliu em seco, finalmente voltando à realidade e respirando fundo antes de responder will.

— hã.... e-eu tava pensando em a gente ir para um lugar. eu acho que você vai gostar.

— vou? — will sorriu, com os olhinhos brilhando em animação pela proposta.

— uhum!

— então, tudo bem. vamos. eu só preciso avisar a minha mãe antes.

— c-certo.

no caminho ao jardim de infância, mike suava frio de nervosismo. tentava parecer calmo quando will o olhava, mas o pequeno byers o conhecia e sabia que o wheeler estava planejando ou escondendo algo. suspeitava, mas não falava nada.

quando finalmente chegaram em frente ao prédio infantil e aparentemente fechado, will chocou-se e sorriu largo, com memórias e mais memórias passando em sua cabeça. incrédulo - obviamente de forma boa - olhou para mike, que sorriu e assentiu, confirmando que aquilo era realmente verdade.

— uau. eu nem.... sei o que dizer. — saiu de sua bicicleta, a deixando em um cantinho junto com a de mike. — esse lugar.... trás tantas memórias.

— sim.... — mike suspirou, e estendeu sua mão para will a pegar. o byers riu um pouco, aceitando a mão estendida e sentindo borboletas na barriga quando a pele gélida do wheeler tocou a sua. — vamo'? eu já resolvi tudo. sem problema nenhum e é só a gente.

will concordou com a cabeça e sorriu, entrando no local de mãos dadas com mike.

o wheeler nunca tinha ficado tão nervoso, como já dá para perceber. foram para a parte de trás do local que parecia abandonado há alguns tempos, vendo finalmente aquilo.

𝘰𝘴 𝘣𝘢𝘭𝘢𝘯𝘤̧𝘰𝘴. os balanços em que se conheceram continuavam ali, intactos e do mesmo jeitinho que antes. will sentiu vontade de chorar.

lembrou-se do que mike lhe disse em momentos difíceis sobre aquilo:

"você disse sim.... foi a melhor coisa que eu já fiz."

aquele mike se perdeu por um tempo, mas ele havia voltado. ele havia voltado e agora estava ali, ao seu lado, lhe protegendo e o fazendo se sentir seguro, como sempre fez desde o primeiro dia.

mike sentou-se no mesmo banco em que sentou quando perguntou para will se o pequeno byers queria ser seu amigo, e will sentou-se ao seu lado, se balançando nostálgico.

mike riu com o fato de will ainda não alcançar o chão, que nem na primeira vez.

— a comida a gente pode deixar para depois. já tá de noite, então meio que vai ser a nossa janta. — o wheeler riu novamente, suspirou e recebeu um sorriso concordante de will. — você ainda não alcança o chão. é engraçado.

— não é, não. — will fez um biquinho de brincadeira. — mas, tudo bem. eu relevo que você acabou de me chamar de anão.

— ei, eu não falei isso! — os dois começaram a rir, perdendo-se em suas próprias risadas. a noite já estava se fazendo presente, estrelada, e a lua era a coisa mais linda.

ficaram um tempinho em silêncio, apenas se balançando.

— então.... aqui foi onde eu conheci a pessoa mais importante do mundo para mim, sabe? — mike começou, olhando para o céu.

will sorriu.

— foi?

— uhum. essa pessoa era bem pequenininha, e ainda é até hoje. ela usava uma blusa xadrez tão grande que quase engolia ela. eu já tive muito medo de perdê-la, e tê-la comigo até hoje é a melhor coisa do mundo.

will olhava para o amado com os olhos brilhantes, se sentindo mais amado do que nunca. não o respondeu, porque acabou se esquecendo.

mike tinha medo, e queria enrolar mais, só que não dava mais tempo. era agora ou nunca.

— então.... — olhou para o chão, e will olhou para si, curioso para saber o que mais o wheeler tinha a dizer. mike suspirou. — eu queria te contar uma coisa, will, só que.... é muito importante e pode mudar tudo.

will ficou mais curioso ainda, não entendendo aonde mike queria chegar com tudo aquilo. ergueu suas sobrancelhas, e mike continuou:

— eu.... gosto muito de você. tipo, muito mesmo. no começo eu achei que era só como amigo, já que somos- éramos, melhores amigos. agora eu não sei mais o que a gente é.

— é verdade. — will abaixou a cabeça, pensativo. mas logo olhou para o wheeler, o incentivando a continuar.

— só que.... eu meio que sei o que eu quero que a gente seja.

will engoliu em seco, corando.

— o-o quê?

mike demorou um pouco, mas tirou uma caixinha pequena e aveludada do bolso de seu shorts jeans azul. will olhou atento para o objeto, e mike abriu a caixinha, revelando duas alianças feitas sob medida dentro dela.

o byers quase teve um ataque cardíaco. olhou para mike; seus olhos brilhantes em expectativa o olhando já diziam tudo. o wheeler assentiu lentamente, por mais que não precisassem mais de confirmações. quando abriu a boca para falar algo e provavelmente gaguejar de nervoso, caiu do balanço com will o abraçando com força e ficando por cima de si.

— ei! — gritou de dor, mas não estava verdadeiramente com raiva do ato repentino do byers. ria muito enquanto o pequeno o enchia de beijos; do pescoço até a testa.

— mike! mike! mike! mike! — will estava 𝘵𝘢̃𝘰 feliz. tinha sonhado tanto com 𝘢𝘲𝘶𝘪𝘭𝘰.

o wheeler só conseguia rir. felizmente a caixinha aberta não voou para longe, e continuou em sua mão suada de nervosismo. quando will finalmente parou de beijar mike, fez um carinho lento em seus cabelos, admirando bem de pertinho todos os lindos e 𝘱𝘦𝘳𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰𝘴 detalhes de seu rosto corado.

— will. — mike finalmente conseguiu falar, e amostrou a caixinha novamente para o amado.
— e-eu comprei isso para a gente. eu queria saber se.... você quer namorar comigo.

— sim, mike, eu quero. eu quero e eu 𝘴𝘦𝘮𝘱𝘳𝘦 quis. desde o primeiro momento. desde que você apareceu na minha vida. eu só quero ser seu.

mike soltou todo o ar que nem sequer sabia que estava prendendo; se o perguntassem qual é, em todo o mundo, a melhor sensação de todas, com certeza responderia que é ser correspondido.

will achava que não era por muito tempo, e sofreu muito com isso. perdeu a conta de quantas vezes já foi dormir chorando porque viu mike beijando onze. mas, agora, tinha o wheeler todinho só para si; sempre foi assim, mas ambos não sabiam e apenas estavam se descobrindo.

mike beijou will. o beijou como se fosse tão necessário para se viver do que o próprio oxigênio. mas era assim: will 𝘦𝘳𝘢 seu oxigênio.

e, agora, seu namorado. seu namorado, futuro noivo e futuro marido. para sempre. ia ser para sempre.

bylerOnde histórias criam vida. Descubra agora