texto XCI

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Definitivamente não sei por onde começar para entender minha mente. Aquela sensação de jogar tudo para o alto e correr em direção do mar ao som de Rex Orange County (uma cena bem clichê de um filme qualquer), está muito forte em mim. Talvez uma outra cena de filme onde alguém queira escutar de fato o que sinto e eu consiga confiar nele, sem qualquer medo de julgamento. Estamos sentados na praia, está de noite e a praia está vazia quando a pessoa me pergunta:

-" o que está acontecendo na sua mente?"

E com medo, mesmo assim, falo:

-"eu realmente não sei. Estou com medo de tudo e de todos, mesmo sabendo que há probabilidade de todos estarem cagando para o que sinto ou penso. Talvez deva ficar calada, parar de dar continuidade a este roteiro repetido que nunca muda. Talvez eu precise silenciar para de fato o meu caminho ir se limpando. Sempre falei, desabafei com as pessoas e hoje o que ganho? A solidão. O medo. Na minha cabeça isso não é justo, mas também ninguém é obrigado a me escutar ou entender. Não quero ser a que se acha a certa de tudo, que se faz de vítima ou qualquer coisa do gênero. Mas talvez tenha feito isso, sem perceber, a vida toda. Talvez o problema não esteja nas pessoas e sim na minha cabeça que idealizou isso. Por que fiz isso? Por que simplesmente não optei pelo mais fácil e ser uma pessoa considerada "normal"? Hoje me encontro vagando pelos cômodos da casa sempre procurando algo que me faça encaixar, mas acabo na mesma tecla: deitada na cama olhando o tiktok. Eu cansei de ser a figurinha repetida dos problemas. Só quero ser livre, mas acabei me tornando minha própria prisioneira."

Transbordei em TextosOnde histórias criam vida. Descubra agora