texto LXXI

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Carta aberta à mim

Serei honesta com cada gota de suor que desliza suavemente em meu corpo: falhei, severamente, comigo. Quantas vezes já me deparei com pessoas falando o quão "incrível", "forte", "madura", dentre outros adjetivos, sou. Impus algo que não era minha verdade, era a verdade de todos ao meu redor. Nunca busquei a perfeição, mas busquei ser a "incrível, forte e madura mulher" que eles tanto idealizaram em suas mentes. Mergulhei profundamente nisso e me perdi quando decidi voltar pra casa. Já falhei com muitos mundos e isso destruiu meu coração. Porém, a pessoa que falhei e destruiu minha alma, foi eu. Vivo tentando consertar meu erro, tentando reaprender a me conhecer, a me escutar, a me imaginar sendo uno. Mas as dores do crescimento me manipulam à noite e me tiram o sono. Junto à elas a constante solidão profunda habita em meu território. Mas ainda sigo sorrindo em busca de consertar esse tempo perdido.

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