Capítulo XVI

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Capítulo XVI

'' Sobrancelhas Sedutoras e Neurônios Autodestrutivos''.

Boom dia.

leiam os avisos finais.

votem e comentem tbm, se quiserem, :'{

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Héstia nunca fôra muito dada a reviver momentos.

Desde que era criança, a jovem artista sempre preferira aproveitar o presente, focar nas coisas que tinha no momento, não às que tivera, ou as que perdera.

Foi uma das que mais a ajudara a lidar com o luto depois que seu pai partira.

Não extinguira a dor, mas a auxiliara a olhar pra frente, pro centro...

Entretanto, existiam momentos em que ela...Ela se sentia bugada.

Momentos em que ela momentaneamente se perdia em alguns trechos pretéritos.

No instante em que acordara no que parecia ser o quarto de Paul, Héstia sentiu uma pequena pressão nas extremidades da garganta.

Os olhos escuros foram rápidos em avaliar e catalogar o ambiente, uma pequena mesa à esquerda da cama, com um vaso de angelônias bem cuidadas e um pequeno retrato, um carpete acinzentado apagado no centro.

Uma ínfima e despercebida parcela da mente desperta registrou o cheiro.

Era o cheiro de Paul.

Mesmo que tivesse acabado de acordar, a jovem de pele escura se sentia...se sentia pesada.

A jovem torceu os dedos escuros uns nos outros, enquanto continuava a receber uma miríade de sensações.

Algo lhe dizia que seus olhos estavam inchados.

E francamente, a jovem artista sentia raiva.

Bastante raiva.

Com as sobrancelhas escuras franzidas, a garota de membros esguios se ergueu do colchão, surpreendentemente macio, ignorando o pequeno choque que percorreu a ponta de seus dedos ao tocar o chão gelado.

Os olhos foram atraídos para uma porta na extremidade direita do quarto e Héstia caminhou até lá, adentrando o que parecia ser um banheiro.

Um pequeno espelho estava suspenso sob a pia, na qual estava um pequeno recipiente, com duas escovas e uma pasta dentária.

A jovem artista retirou a escova da embalagem, escovando rapidamente os dentes sentindo um comichão de raiva subir pelo pescoço.

Abrindo a torneira, a garota molhou as mãos, levando-as ao rosto, refletindo sobre o que fazer.

Ela era rápida.

Existiam algumas complicações, mas ela conseguiria fugir da casa dos Uleys sem que Paul a visse.

Certo?

Levando as mãos às canelas, a jovem puxou a bainha da enorme calça de moletom para cima, tentando diminuir as chances de cair no processo de fuga, enquanto os olhos escuros focavam na porta escura, que deveria levar a um dos corredores de acesso da casa.

Em passadas velozes, a artista alcançou a porta, os pés mal tocando o chão, e estendeu a mão escura na direção da maçaneta...

Então Héstia parou.

HÉSTIA ●°°•●Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora