XXII • O começo do fim.

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Após um banho, e uma mudança confortável de vestido, Ara se sentiu bem e saudável. Como se tivessem lhes devolvido a juventude, e se sentia perfeitamente bem. Mas tinha algo em sua mente, parecia uma sensação nova, algum tipo de energia dentro de si que parecia transbordar. Havia entendido quando as histórias góticas e vampirescas que lhe contavam quando nova, os vampiros que eram sedentos por sangue, e que arrastavam suas vítimas para a florestas e lugares sombrios, em meio a noite para sugar o último vestígio de vida dos humanos. E sobre seus olhos lhe passou a taça que Adam lhe estendera, a cor vermelha escura do sangue vivo sobre o cristal translúcido. E quando ele a olhou com aquele olhar passível.

- Engraçado como não me parece nem um pouco repugnante. - Ara disse, segurando a taça em suas mãos e passando o olhar sobre. - Pensei que seria impossível sequer olhar para isto.

- Eles dizem que é fácil de acostumar quando seu corpo necessita se alimentar. É como aquele ditado do seu povo "Com fome se pode comer qualquer porcaria."

Ela soltou uma risadinha, assentindo no mesmo instante.

- Bom, vamos lá.

Ara tocou os lábios sobre o líquido, estava frio e o cheiro delicioso. Embora talvez fosse mais gostoso se tomasse quente, mas quando engoliu tudo em um gole, sua expressão era de puro deleite. Adam a olhara com as sobrancelhas arqueadas estupefato.

- Caramba, ainda bem que sou um vampiro, ou eu ia acabar sendo sua janta.

- E eu quero ser sua janta... - ela deixou escapar, num tom baixo e brincalhão. Estendeu a taça a deixando em cima da mesinha adjacente e voltou a olhar para ele com os olhos cintilante, diferente de antes. - Quando formos para nosso quarto, podemos fazer amor?

Adam se engasgou com a própria saliva, a olhando meio atônito. E uma risada saiu de sua garganta se aproximando dela com certa cautela, antes de passar os braços por sua cintura e a abraçar, deixando sua boca rente ao ouvido dela.

- Vamos com calma, há menos de algumas horas Henry pode chegar e devemos estar muito bem preparados...

- Mas agora me sinto com mais energia, podemos acabar em poucos segundos.

Adam sabia que aquilo era resultado eminente da transformação. Agora por incrível que pareça, Ara tinha energia para dar e vender. E seu corpo parecia quase febril, tão quente e acolhedor, ainda mais do que antes. E ele só queria poder ficar próximo ao seu corpo até poderem colapsar.

- Você quer que acabe em poucos segundos ou aproveitar ao máximo juntos antes de chegarmos lá?

- Por Deus, estamos falando de fazer amor...

- Exatamente.

Mas Ara não podia conter, os braços fortes e esguios do vampiro, seu calor que a fazia derreter por dentro e querer que suas mãos perpassassem por todo seu corpo, a apertando e desejando. Seu cheiro gostoso de madeira e um toque de eucalipto, a deixavam levemente atordoada. Sem contar naqueles lábios cheirinhos e detalhadamente desenhados e esculpidos por deuses... Por um instante fechou os olhos com força tentando afastar aqueles pensamentos insanos dele. Se sentia tão febril, tão fora de órbita. Fora de si, falando aquelas luxúrias todas. E ela não havia falado metade do que estava pensando.

Adam tirou seu rosto dos cabelos dela, e olhou para seus olhos.

- Como consegue ser tão pacífico? - ela o indagou com uma leve indignação.

- Digamos que eu sou controlado. E agora, preciso da sua ajuda.

Ela se afastou por um instante, para poder prestar atenção no que ele diria a seguir.

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