XI • Eu vou com você

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Adam acordou sentindo uma dor descomunal. Como se tivesse pego por um titã e sido esmagado por suas mãos gigantes. Ele mal conseguiu soltar uma lufada de ar. Levantando o tronco, com muita dificuldade, se sentou na cama.

Ele estava no seu barraco.

Pôs as duas mãos na cabeça, que doía mais do que o inferno, e tendo a lembrança da noite anterior, pragejou o maldito japonês.

Sua boca estava seca. Mas não havia pego água há alguns dias, por isso não encontraria nada por ali. Passou os dedos pelos lábios inchados e ressecados, fazendo uma tortuosa careta. Tudo, especialmente tudo, doía em si. E Jihoon provavelmente não viria lhe ver por alguns dias, era nesse tempo que o ódio por Adam durava geralmente.

Ele escutou algumas vozes se aproximando. Sem reconhecer qualquer uma, se pos em alerta. Mesmo dolorido, se levantou da cama.

"Seu maldido mendigo, saia dai imediatamente!"

Adam franziu o cenho. Quem ele estava chamando de mendigo?

"Se não sair nós iremos arrombar!"

"Mas que diabos?" Adam murmurou, pegando um bastão de madeira do lado da cama, e caminhou para a porta, meio mancando.

"Vamos contar, até dez. Se não sair por bem, vamos te arrastar por mal!' o outro disse, com a voz mais fina do que o primeiro.

Adam abriu a porta, com o bastão apontado para os homens. Eles arregalaram os olhos instantaneamente.

"Tudo bem, o que querem comigo?"

"Peguem ele. Vamos levá-lo para o senhor Hyun."

Adam soltou um suspiro pelos lábios. Ele fez uma careta antes de ser pego pelos dois homens. Haviam cinco, todos com bastões em suas mãos. Se ele estivesse bem fisicamente, com toda certeza não teria deixado que eles o levassem. Mas naqueles condições qualquer vento que passasse seria capaz de levá-lo.

Na rua, as pessoas os olhavam. Cochichos vinham de qualquer lado. E as janelas estavam abertas revelando senhoras que espiavam descaradamente. Era uma vila pequena, por isso, seja o menor dos casos, todos irão parar o que estão fazendo para acompanhar.

Adam tinha um sorriso forçado no rosto. O aperto em seus braços estavam ficando cada vez mais profundos a cada passo da casa de Ara. E não demorou muito para que chegassem.

O senhor Hyun esperavam-os, com os braços cruzados e a expressão calma, sentado em um dos bancos da varanda de sua casa. Assim que os vio atravessando o portão, se levantou com um sorriso de saudação.

"Adam."

"Senhor Hyun." Adam o reverenciou.

"Vamos ter uma conversa, está bem? Podem soltá-lo agora."

Quando os dois homens o soltaram, Adam caiu de joelhos, porém se levantou rapidamente.

"Estava gostando de ser carregado." ele disse, soltando uma risada.

"Venha. Vamos entrar."

Adam sabia que se tratava de Ara e ele. O que não seria uma conversa nada fácil de se ter, ainda mais se ela estivesse por perto. De alguma forma, ele queria que ela estivesse, porque diante das memórias da noite passada, não havia como fugir mais disso. Ela tinha visto em seus olhos. Ela tinha que se manter longe disso tudo, para seu bem, e da sua família.

O senhor os guiou até a mesa. Duas xícaras de chá os esperava.

"Então. Chegou até meus ouvidos, que você e Ara estão tendo um caso, as minhas costas. Até mesmo a minha esposa queria-o trazer arrastado." o velho soltou uma risada rouca, se segurando na mesa.

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