XXIII • Das criaturas do inferno, ao alvorecer.

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Os corredores do castelo da família Nosferatu estavam lambuzados de sangue e corpos estirados pelo chão de madeira, criando poças e mais poças de sangue. As escadas serviram para os alfas atirarem os corpos, e se ouviam gritos estridentes de horror por todos os cômodos, e o barulho de unhas sendo arrastadas em súplicas pelas portas. Os vilarejos haviam sido visitados pelos vampiros de Henry, arrastando um aglomerado de família ao inferno para serem abandonados lá para toda a eternidade.

Jhon conseguia ver nitidamente como tudo estava sendo destruído com uma rapidez alarmante. Enquanto tentava desesperadamente salvar a reputação de sua família com unhas e dentes contra Paul.

Os vampiros tinham uma força descumunal nas mãos, e o vampiro alfa conseguia atordoar o outro com apenas uma. E ele estava achando aquilo tudo entediante demais, poderia até dar um suspiro enquanto assistia Jhon segurar seu pescoço e cravar suas unhas, em uma tentaiva de destroçar seu pescoço.

- É tudo que você consegue? - Paul soltou uma gargalhada, enquanto olhava para a garganta machucada de Jhon. - Confesso que eu queria um pouco mais de diversão. Talvez com seu irmão eu consiga.

Paul segurou o outro pelo tronco fino, e o arremessou contra a mesa de vidro, vendo a cena mais divertida que já passara por seus olhos. O corpo do vampiro rolar pelo chão e bater na parede adjacente, causando uma depressão no solo.

- Você quer que eu te mate agora, ou espere mais um tempo? Porque já está ficando bem entediante isso aqui. E eu não sou muito de torturar antes de destroçar. - a voz grossa, grosseira, se misturava aos sons dos criados implorando por suas vidas do outro lado do cômodo. - Confesso que estou meio decepcionado. Me falaram bem de você. Mas pelo jeito você só estava chocando esse castelo por anos. Tentando manter não sei o quê.

- Cale essa boca.

Quando Paul percebeu, seu corpo batera com força sobre o quadro, espalhando madeira para todo lado. Sentiu uma dor imensa na lombar, tocando ali enquanto se levantara, rindo com o sangue derramando por sua mão.

- Agora está disposto a me entreter, seu vampiro de merda? - ele voou no pescoço do outro, sendo interrompido por um corte na perna, que o fez uivar, quando seu membro caíra longe. - Filho da puta... - e então seu corpo caíra no chão. - C-como. Como conseguiu fazer isso? - ele gritara.

Jhon erguera a espada, com seus belos centímetros, reluzente com a luz da lua. Deu mais uma olhada, passando o dedo pela lâmina que lhe cortada a carne fina de seus dedos, e apontou para o alfa, que agonizava no chão.

- Eu gostava muito de empunhar qualquer coisa afiada desde criança. Até que não estou mal...

Foram os segundos mais terríveis que passara olhando para Paul, com o sangue querendo expelir de seu corpo rapidamente, saindo pelos olhos, nariz, boca e orelha. As golfadas que o alfa soltara de sua boca faziam uma poça asquerosa pelo chão, com grandes caroços. Mas ele não implorava, de maneira alguma para se manter nessa terra. Nunca imaginara que seria seu fim tão cedo, estava preparado para enfrentar tudo, mas para perder para um vampiro comum? Que honra isso traria para Henry? Para os alfas? Que porcaria, mal conseguia sentir seu corpo.

Quando a lua estava no pico do castelo, Henry destruíra a estátua de mármore dos Nosferatu, com seu próprio corpo.

Adam usara seus pés em um chute, fazendo com que o mais velho caísse sobre as pedras restantes da estátua. Algumas perfuraram os olhos, outras as costas. Atordoado, ele tentara se apoiar em algo para se levantar, mas não conseguira. Henry passou as mãos sobre o rosto, apalpando-o, e gritou quando não conseguia enxergar nada além de um borrão. Ele ficara eufórico tentando tirar aquelas coisas dos olhos, em uma tentativa falha de se livrar delas, mas apenas o rasgava ainda mais, e o deixando completamente sem visão.

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