VII • A descoberta

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Ele a levou para a floresta. Ara não havia batido o pé e negado. Ela estava muito curiosa. E não fazia o tipo que se opunha a suas curiosidades.

O céu estava a poucas horas de se tornar laranjado. A brisa que batia nas árvores e em suas peles era gélida quese que seprucal. Apesar, eles estavam ali, sentados na raiz da maior árvore que já viram, e permaneceram em silêncio por alguns minutos.

Adam já havia pensado, e não queria voltar atrás. Voltar atrás significava fugir, e ele ainda não estava pronto para deixar aquele lugar. Ele só ainda não sabia porquê. Ainda não era hora.

"O que eu vi foi muito assustador. Não consigo dizer isso para mais ninguém. Eu... - ela abaixou a cabeça alcançando as sandálias. - Não faz sentido para ninguém."

Adam estava calmo, nenhuma alteração em seus batimentos cardíacos. Não estava com medo que ela soubesse a verdade.

"O que você acha disso tudo? Acredita ser verdade? Já os viu?" Ela continuou.

"Acredito e já os vi. Muitos deles. Estão por todo o planeta."

Ara soltou um soluço mudo. Chegou a tampar a boca em surpresa. Era inevitável. Qualquer ser humano reagiria com espanto.

"Adam, isso é surreal."

"Eu sei."

Silêncio, apesar do farfalhar das árvores.

"Vamos ter que nos casar?" Ela o perguntou. Embora nunca o tenha visto voltar atrás. E talvez nunca mesmo.

Adam não exitou.

"Posso fazer isso. Vou falar com seu pai."

Ara balançou a cabeça sorrindo. A verdade era que ela queria soltar uma risada.

"Não era o que eu tinha planejado para a minha vida. Sempre pensei que me casaria com o Jihoon, porque é o único rapaz que meus pais confiam."

"Bem. Agora não posso deixar que se case com nenhum outro."

Eles não se deram conta que estavam se aturando. Que a conversa estava se estendendo e que aquilo nunca aconteceu com os dois antes.

"Você não precisa se casar comigo. Eu não pretendia ficar por aqui. Posso ir para NovaYork e fazer minha vida lá com um outro nome..."

"E manchar o nome da sua família? Isso é para sempre." Ele se virou para ela. Se lembrou do que Hana disse na tenda, sobre ele não ter pensado em Ara. Que estava sendo frio. Que a moça poderia nunca mais se casar com outro homem, porque isso mancharia sua reputação. Olhando agora para Ara, não a via com homem algum. Mas também não a via casada com um vampiro.

Ara limpou a garganta, se recompondo.

"Por que exatamente está entregando a sua vida por aquelas criaturas que mataram os japoneses na floresta?" Ara franziu o cenho. Queria muito saber.

Adam comprimiu os lábios. Já que agora ela não poderia mais fugir, ele então disse:

"Sou metade um." Ele esperou que ela dissesse alguma coisa, mas Ara permaneceu calada. "Você sabe, eu também sugo sangue. E todas essas coisas assustadoras.

"Por Deus..." Ara se levantou imediatamente, pasma. "Isso é uma brincadeira, não é? Vocês querem me pregar uma peça!" Ela já estava nervosa, passando as mãos pelo cabelo ondulado.

Adam cruzou os dedos.

"Bom, era muito provável que não acreditasse mesmo." Ele deu de ombros.

SOUL BLOOD | Entre Vampiros e Humanos.Onde histórias criam vida. Descubra agora