Fogo Vermelho

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Estávamos ali, só nós dois juntos tomando um típico açaí tradicional da região. ali estava ela sentada a minha frente. seus longos cabelos estavam levemente emaranhados pois onde estávamos, ventava muito. estava ali tão graciosa, tão linda, até quando estava comendo...meu coração batia apressado e eu não conseguia tirar os olhos dela enquanto ela estava ali distraída comendo e olhando tudo ao nosso redor.

Alguns segundos apenas em que olhei para meu prato e pagando minha colher para comer um pouco do meu, ela se levantou de uma vez e me disse que ia ao banheiro pois havia sujado seu vestido quando um pouco do açaí caiu sobre mesmo. e então ela saiu me deixando ali sozinho. eu olhei para o Rio Amazonas a minha frente, e me lembrei então do motivo pelo qual havia convidado ela para vir nesta viagem comigo. meu coração acelerou de uma vez e senti um pouco do nervosismo enquanto esperava que ela chegasse. respirei fundo e peguei o pequeno anel de compromisso no bolso da minha calça e enquanto ele estava ali em minhas mãos, o abri e o olhei. ele estava ali tão lindo e intacto, igual a cor de seus olhos quando ela estava transformada e olhavam para mim. Me lembrei rapidamente...

"uma das vezes que estávamos nos amando, e então eu peguei no rosto dela e a levei de encontro com o meu. Nós ficamos alguns segundos nos olhando parados. Os olhos dela vermelhos de prazer enquanto olhavam para mim. Eu peguei em seu rosto e a beijei novamente quase hipnotizado. Aquela mulher sabia como me enfeitiçar. Ela era o meu vício e provavelmente seria meu fim..."

Meu coração se aqueceu com as lembranças de nossos momentos juntos.
Alguns segundos depois, eu percebi que ela estava demorando muito e eu tomado pela impaciência, me levantei e saí andando procurando por ela. fui até o banheiro feminino mais nada, não havia nenhum sinal dela lá. perguntei a algumas mulheres que saíram de dentro dele se haviam visto ela. nenhuma delas disse ter encontrado nenhuma mulher com os traços que descrevi no banheiro feminino. então confuso, me perguntei aonde ela estava.

Resolvi então sair andando para o lado de fora da Estação das Docas e a procurar. ela não estava em lugar algum. por sorte enquanto eu caminhava a procurando, vi um pequeno beco atrás da estação e então fui até o mesmo. chegando na entrada do beco, de longe eu pude ver aquela cena deplorável diante de meus olhos. Ligeia estava transando com outro homem. o chão parecia que tinha faltado de debaixo de meus pés. minha temperatura corporal subiu, minhas veias estavam queimando de ódio. senti uma raiva descontrolada. eu movido por um impulso, gritei o seu nome. ela me olhou como se estivesse confusa. o homem que estava com ela apenas me olhou espantado como se não estivesse esperando que eu pegasse os dois juntos talvez.

Eu movido pela raiva que sentia dentro de mim de uma vez, apressei o passo e tentei ir na direção deles. então do nada, senti uma forte dor em minha cabeça. é como se alguém tivesse me dado uma forte pancada.
A última cena que vi diante de meus olhos, foi Ligeia me olhando muito assustada e então tudo ficou escuro.

                                   ***

Ligeia Volturi

Abri meus olhos. vagarosamente, com muito esforço me sentei no chão aonde eu estava. meus ouvidos zumbiam e eu estava com minha cabeça girando igual a um pião. eu estava terrivelmente tonta. devagar, aos poucos fui me colocando de pé. cambaleei para a frente mas me esforcei para não cair. quando finalmente me pus de pé, então vi a cena mais horrível da minha vida. corpos. vários corpos espalhados pelo chão, pessoas mortas e outras totalmente dilaceradas como se fossem animais. sangue e mais sangue por todo lado.

Meu vestido antes azul bebê, agora estava totalmente encharcado de sangue. olhei para minhas mãos. elas tremiam com meu nervosismo. ambas também sujas de sangue. eu não estava entendendo aquilo..a última coisa que me lembro, era de estar com Eric em uma das mesinhas até que caiu açaí no meu vestido e eu tive que ir ao banheiro para me limpar e depois ter estado com Eric em um beco ao lado da estação. apenas aquilo.

Noites RubrasOnde histórias criam vida. Descubra agora