Linhagens

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Chovia bastante do lado de fora. eu estava andando devagar dentro de uma casa onde estava tudo escuro, iluminada apenas pela luz do dia chuvoso do lado de fora. as cortinas brancas da janela a minha frente voavam com a brisa úmida que entrava pela mesma.

Eu observei aquilo tudo calmamente. do nada, de repente ouço um cantarolar baixo. parecia uma voz feminina que cantarolava uma música de ninar. eu fui seguindo o som daquela voz. então entrei em um quarto todo azul e decorado. parecia um quarto de bebê. ele tinha um enorme berço, brinquedos, tudo ali remetia a um ar infantil. mais a minha frente, encontrei de costas a dona da voz que cantarolava a música de ninar. eu conhecia perfeitamente aquela voz. diante da janela semi aberta, a vi ali, de vestido longo e branco quase transparente. a mulher de cabelos negros e olhos vermelhos rubis que eu tanto amava. Ligeia.

Ela se virou na minha direção e me olhou. de seus lábios saiu um lindo sorriso. meu coração esquentou com aquilo. Ligeia estendeu a mão em minha direção como se estivesse me chamando. eu caminhei até ela e então ela carinhosamente tocou meu rosto com sua mão direita e me olhou fundo em meus olhos. Ela pegou em minha mão com sua mão esquerda e levou até seu ventre. ali naquele momento, pude sentir o motivo da qual fazia ela cantarolar aquela música de ninar. eu pude nitidamente sentir sua barriga levemente volumosa. naquele momento, a olhei incrédulo e uma sensação que nunca senti antes se instalou em mim enchendo meus olhos.
- Ligi meu amor... você está... - não consegui terminar a última palavra pois eu me emocionei.

Ligeia carregava meu filho. só em ver aquilo, eu meu coração antes ferido, se encheu de uma felicidade que eu achava estar perdida. Ela passou as mãos em meu rosto carinhosamente e encostou nossas testas. Aquilo, apenas aquilo foi o suficiente pra me fazer quase explodir de felicidade.

De repente, um raio caiu no mar a nossa frente e um imenso trovão ecoou por toda a casa. quando voltei meus olhos para Ligeia a minha frente, ela havia sumido. um tremor se instalou em mim e sai correndo gritando por ela na casa. Ligeia não respondia. o medo começou a me invadir, com aquela sensação ruim de que algo aconteceria. do nada, ouvi o choro de dois bebês que vinham de um dos quartos da casa. eu corri praticamente em desespero até lá e empurrei a porta de uma vez.
A cena que vi a minha frente, foi o suficiente para que o pavor se instalasse em mim.

A minha frente, dois bebês choravam. eles estavam em cima de uma espécie de altar que estava totalmente coberto por sangue. olhei mais acima dele e vi Ligeia morta, sangue saia de seu pescoço e de suas pernas e o vestido que antes estava branco, agora estava encharcado pelo líquido escarlate. o altar estava coberto pelo sangue dela. os bebês choravam praticamente desesperados. eu tentei correr na direção deles e então do nada, raízes saíram do chão e me aprisionaram na parede. tentei me mexer mas não estava conseguindo. uma pessoa toda encapuzada e com os longos cabelos vermelhos para fora, se aproximou e ficou de pé sobre os bebês. ela pegou a maldita adaga que Jonas Cruz deixou sobre a posse de Demetrio e levantou a adaga com as duas mãos sobre os bebês. eu não pude fazer nada além de gritar em total desespero.

***

- NNNNNNNÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!! - acordei em desespero e de uma vez, sentei na cama. suspirei profundamente. estava muito incomodado e com uma sensação ruim em meu peito. que espécie de pesadelo era aquele?? do nada, me assustei novamente quando senti uma mão quente sobre meu braço.

- calma Eric...andou tendo pesadelos querido? - a garota loira ao meu lado me perguntou. eu a olhei entediado e de uma vez me levantei e vesti minha calça.
- olha só, acho melhor você ir embora agora. - eu falei e de uma vez, joguei na direção dela o vestido e o sutiã junto da calcinha que estavam espalhados pelo chão.
- você está me expulsando? - ela perguntou me olhando incrédula.
- eu quero fica sozinho. Então só vai embora! - falei já ficando impaciente e passei a mão pela minha nuca.
- é por causa daquela vadia não é? ela não te deixa em paz nem quando está dormindo! - ela falou com raiva enquanto estava de pé se vestindo.
eu transtornado de uma vez, peguei no pescoço dela e apertei com força.
- não ouse falar da Ligeia dessa forma, você nunca vai chegar aos pés dela! e só pra constar, você nem sequer conseguiu me dar uma boa noite de sexo como ela me dava. você é, e foi muito fácil garota. nem sequer precisei me esforçar muito pra te levar pra cama...a única vagabunda e vadia que estou vendo aqui é você! agora, vaza da merda do meu quarto e não volta nunca mais! - falei com ódio e a soltei. a garota se vestiu rapidamente e saiu quase correndo do meu quarto indo embora enquanto tossia.

Noites RubrasOnde histórias criam vida. Descubra agora