Nova Vida

63 8 80
                                    

"Um homem de cabelo preto até a altura dos ombros, olhos meio claros em tom de verde água, e com um cavanhaque bem feito, bem vestido com uma roupa azul meio medieval, veio até mim.
- Ligeia, estou saindo. Adeus amor...
Ele me deu um beijo e se virou indo embora.
Eu corri até ele rapidamente e o beijei, com todo amor e intensidade que eu tinha. Enquanto o beijava, pegava em seus cabelos e pescoço carinhosamente...
- Alejandro, eu te amo! - falei com toda a intensidade de sentimentos que eu tinha.
- eu também te amo Ligeia! - ele me falou e me beijou novamente."

***

Despertei algumas horas depois... o dia já havia amanhecido. o sol já brilhava forte do lado de fora. As lembranças daquele suposto sonho vinham de uma vez em minha consciência fazendo minha cabeça doer um pouco. então ali, eu entendi finalmente o por que eu conhecia aquele homem e do por que ele me era tão familiar. Alejandro era meu marido. meu marido que eu acreditava há muito tempo estar morto. eu estava novamente deitada em meu quarto e em minha cama na casa de Adella. tudo parecia quieto, exceto pela porta do quarto sendo aberta e ele entrando vagarosamente com passos lentos até onde eu estava em minha cama.
- finalmente meu amor, você despertou! - ele falou e sentou-se na cama próximo a mim e vagarosamente, passou sua mão em meu rosto.

O olhei totalmente perdida e quando senti o toque de suas mãos sobre minha pele, meus olhos rapidamente lacrimejaram derramando algumas lágrimas. eu não sabia se me sentia espantada, surpresa ou muito confusa. talvez uma mistura de ambos os sentimentos. pensei ser talvez uma espécie de sonho ou uma alucinação, mas o toque dele sobre o meu rosto me fez perceber que não eram delírios da minha cabeça.
- Alejandro?? é você, mesmo?? - perguntei emocionada já chorando.
- olá meu amor... rs você está muito emotiva. vem aqui. - Alejandro falou e então se aproximou de mim e me abraçou. eu senti que aquilo era verdadeiro e chorei mais ainda.

Ele passou alguns minutos ali, abraçado a mim tentando me confortar. porém, as lágrimas ainda sim teimavam em continuar a descer. com muito esforço, eu consegui me acalmar daquela crise de choro e então o olhei e passei as minhas duas mãos sobre seu rosto ainda sim tentando acreditar que aquilo não era um sonho.
- Alejandro...como?? - perguntei muito espantada.
- calma amor, eu sei que deve estar muito confusa, e eu pretendo te explicar tudo. Mas primeiro, vamos cuidar de você. - Alejandro falou e se levantou me dando a sua mão. eu a peguei e ele me levantou e eu novamente me sinto fraca e quase caio. ele me segurou firme e fomos caminhando devagar para a cozinha.

Do lado de fora na varanda que tinha no quintal da casa, havia uma mesinha com duas cadeiras. Alejandro me sentou em uma delas e entrou para dentro. alguns minutos depois ele se aproximou novamente trazendo o meu café da manhã que ele mesmo havia preparado para mim. ele se sentou na outra cadeira próximo a mim e me olhou sério.
- Ligeia, sei que deve estar tremendamente confusa. e eu entendo perfeitamente. tenho muitas coisas pra te explicar, só que eu vou fazer isso devagar. você está muito sensível com tudo o que tem te acontecido desses dois meses pra cá. então, eu vou com calma tá bom Ligeia... - ele falou e então me ofereceu uma bolsa de sangue fresco. - primeiro, se alimente. Veja como você está... você perdeu peso e está apática.

Eu senti o cheiro do sangue fresco e então meus olhos ficaram igual a dois rubis e meus caninos saltaram para fora. eu me sentia enjoada porém minha fome era maior. de uma vez, tomei a bolsa de suas mãos e então bebi todo o conteúdo em menos de três minutos. eu o olhei e ele apenas sorriu para mim.
- Alejandro, por favor me explique como você está aqui? como isso é possível? por favor me fala senão eu juro que vou ficar louca! - falei já ficando impaciente.
- Ligeia por favor se acalma, por enquanto, a única coisa que eu preciso que saiba por hora, é que eu voltei por você. não está mais sozinha. eu estou aqui Ligeia, sou eu! - ele falou e então novamente passou a mão em meu rosto e eu em um impulso o abracei novamente.

Noites RubrasOnde histórias criam vida. Descubra agora