Calourada

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Descobri que a festa era na casa de um tal de Rock Lee e que todos já o conheciam, menos eu claro, uma vez que eu era a única caloura do grupo.

— Esse cara é podre de rico? — pergunto enquanto beberico do coquetel que eu tinha pedido ao barman: fácil orgasmo - que era, na verdade, uma mistura de morango, sakê e algo doce -.

Sim. A festa tinha um bar e nele um barman profissional.

— Mais ou menos. A família dele é dona de uma empresa de construção. Lee está cursando arquitetura para continuar com o negócio da família. Na verdade, os pais dele são ricos.

— E não se importam com esse tipo de evento? — pergunto, me lembrando que até os aniversários de criança eram extremamente bem planejados e vigiados pelos meus pais. Eles sempre ficavam atentos a qualquer sinal de overdose de bolo de chocolate ou refrigerante.

— Eles são jovens, vivem viajando, não acho que eles saibam desses eventos, entende? — aceno positivamente com a cabeça, ainda sem acreditar naquela "festinha". Eu e Hinata conversávamos de maneira mais contida, num barzinho que tinha dentro da própria casa.

A festa acontecia na sala principal, mas quando cheguei também havia pessoas na grama e nos andares de cima.

O problema é que eu não estava acostumada àquele tipo de festa, ao excesso de luzes coloridas, músicas altas e bebidas com nomes inusitados. Então achei melhor ficar com meu bumbum estacionado na banqueta do barzinho mesmo.

Minha meta pessoal da noite era experimentar todos os drinks com nomes engraçados.

— Quer saber? Até agora não tive nenhum orgasmo com isso. — falo matando o resto da bebida, chupando o pobre do canudo como se ele fosse resolver aquele tipo de problema.

— Você sabe que isso é só o nome da bebida, né? — Hinata falava dando risinhos.

Infelizmente é o que parece... — faço biquinho fingindo autêntica decepção. Bom, não estávamos sozinhas como o significado literal da palavra, já que haviam muitos jovens estudantes dançando e bebendo à nossa volta. Mas, após uma rápida conferida ao meu redor, percebi que estávamos só nós duas ali no bar. Batuco meus dedos no balcão, ansiosa. Talvez não fizesse mal perguntar sobre, uma vez que minha curiosidade estava aguçada pelos três ou quatro drinks experimentados: — Então, Hinatinha... Por que o Sasuke foi morar lá em casa? E por que a Ino odeia tanto ele? — despejo duas perguntas de uma vez, chamando a atenção da minha amiga que brincava com o par de cubos de gelo em seu copo.

— Você não sabe? — ela me encara com aqueles olhos perolados arregalados enquanto eu simplesmente nego com a cabeça. Minha atenção naquele momento era toda dela. Meu cérebro ignora completamente toda música, luzes e pessoas que nos rodeiam. — Eu pensei que você sabia. Ou que pelo menos estivesse tudo na cara. — não, Ino não tinha me contado nada. Nós estudamos na mesma escola, mas Ino era um ano mais velha, portanto era adiantada um ano. Além disso, eu não passei no vestibular de primeira, o que fez com que ficássemos afastadas durante dois anos.

Conclusão: éramos amigas, mas estávamos afastadas, e os últimos dias em que eu morava na república não tinha feito a amizade atingir o mesmo nível que tínhamos antigamente, até porque não tinha como igualar menos de um mês de convívio com anos do ensino fundamental e médio.

— Nós não somos mais tão melhores amigas. — confesso mordendo o lábio inferior, com medo de que Hinata desista de me explicar o verdadeiro significado de Sasuke naquela casa. Enquanto ela parece refletir sobre o que eu falo, me viro para o barman e peço outra bebida com nome exótico. Dessa vez escolhi uma com nome mais esquisito ainda: lágrimas de virgem.

Lorde SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora