Cafunés matinais e chocolates com vodka

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A janela estava aberta e minhas cortinas balançavam por causa do vento. Eu poderia dizer que a brisa estava agradável, mas na verdade a sensação de frio e umidade me fizeram acordar antes da hora.

Provavelmente havia chovido a noite e bastou que eu observasse minha cama por poucos segundos para eu perceber que eu estava completamente descoberta.

Enquanto isso, do meu lado, Sasuke parecia confortavelmente enrolado em meu cobertor, como um bicho num casulo.

— Folgado. — sibilo sentindo minha garganta seca por eu ter acabado de acordar.

Sem me preocupar em acordá-lo, tento, inútilmente, puxar o edredom. Sasuke era muito pesado. Nossa diferença de tamanho somada aos músculos que ele cultivava na academia deixavam isso evidente.

— Feche a janela, está frio aqui. — sua voz parece um cochicho, ele não se dá ao trabalho nem de fazê-la ficar audível ou de abrir os olhos. Ignorando completamente a guerra que eu estava travando ao tentar puxar um pouco de pano para me cobrir, ele se vira para o outro lado, ficando de costas para mim.

— Eu sei que está frio! — ranjo os dentes, me aproximando de sua orelha fazendo com que minha própria voz soe como uma ameaça pessoal. — Você me deixou sem cobertor e na chuva!

Não que a chuva tivesse inundado meu quarto. Mas os respingos foram o suficiente para deixar minha parte da cama consideravelmente molhada.

Quando fecho a janela penso seriamente se aquele não era um sinal do universo me dizendo para eu parar de fumar, já que só por causa disso que eu tinha deixado a janela escancarada e me molhado logo de manhã. O problema é que ao mesmo tempo que lembro do porquê de eu ter deixado a janela aberta, meu cérebro faz questão de fazer uma retrospectiva do cigarro, da fumaça e do "beijo".

Tento sufocar essas lembranças. Não era hora de eu me lembrar daquilo, muito menos me sentir incomodada. Eu tinha aceitado interpretar uma namorada de Sasuke e eu sabia que em algum momento isso ia acontecer. — Sasuke me devolve minha coberta. — ele me ignora, respirando forte, como se fingisse que estivesse dormindo. — Por favor... Eu tô com frio. — qualquer um teria dó do tom de voz que eu usei, mas ao contrário de qualquer ser com coração, Lorde Sasuke pouco se importou se eu morresse de hipotermia.

— Hum.

— Deixa de ser egoísta! Porra. — começo a ofegar pelo esforço descomunal que faço para tentar descobri-lo, mas nem isso o comove. Tento dar mais um puxão, mas acabo me desequilibrando e batendo minha cabeça na parede.

Meus olhos se enchem de lágrimas involuntariamente. Aquilo doeu, doeu muito.

Me deito de novo no meu lugar, agora mais perto do Sasuke, já que minha parte da cama estava molhada por causa da chuva. Minhas mãos segurando minha cabeça por causa da dor latente que eu sentia

— Tsc. Você me irrita até de manhã. — quebrando todas as minhas expectativas, sinto o calor da minha coberta quando ela cobre meu corpo.

Paralisada com o excesso de intimidade, sinto arrepios nos braços e pernas, com o contraste de temperatura. Debaixo da coberta estava quentinho... Sasuke estava quentinho, suas mãos e braços estavam deliciosamente aconchegantes e digo isso porque ao me colocar para dentro de seu casulo feito de edredom, seus membros me abraçaram quase que carinhosamente.

Meu corpo travou.

Meu cérebro travou.

Minha respiração travou.

A única coisa que continuou foi meus batimentos cardíacos. O que era vergonhoso, já que eu sentia que ele batia tão rápido a ponto de ser escutado por toda a casa.

Lorde SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora