Aposto que é pequeno

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Não sei exatamente onde, mas eu li uma vez que dificilmente as amizades que você tem há cinco anos vão acabar. Era como se os cinco primeiros anos fossem comparados a uma "fase teste" e, só depois desse tempo, é que a amizade se torna verdadeira. E bem, talvez por conta disso, desse excesso de tempo que nos conhecíamos é que eu e Ino ainda éramos, de certa forma, amigas.

— Você vai a-m-a-r o apartamento, Testuda! — Ino falava com um tom de voz animado que quase me fazia querer sorrir.

Ela parecia estar genuinamente empolgada com minha mudança, e eu até tentava respondê-la da maneira mais simpática possível, porém, os carros tinham uma magia que me faziam ficar viajando em meu próprio mundinho enquanto eu observava a paisagem passar pela janela. Talvez por isso eu ainda não tinha tirado carteira de motorista... Eu me distraía fácil com as coisas.

As luzes da cidade e faróis dos outros carros me entretinham como se eu fosse uma criança. Minha carona, mas conhecida como Naruto e Ino, tinham ido me buscar de tarde, mas o céu já havia se tornado azul escuro, pois havia escurecido.

— Não sei como aguenta essa felicidade constante da Ino — Naruto fala me olhando pelo espelho retrovisor do carro. Achei incrível ele conseguir uma brecha no meio daquele falatório todo dela. Eu mesma tinha dificuldade de participar da conversa ou de acenar em concordância com a cabeça tamanha a aptidão que Ino tinha de emendar um assunto no outro.

Apesar de estar exausta e visivelmente desanimada, pelo pouco que eu tinha conhecido Naruto, ele parecia ser um cara legal. Tinha mais ou menos a minha idade, talvez fosse um ano mais velho ou dois. Cabelos loiros, alto e corpulento. Não de uma maneira exagerada, mas de uma maneira que se faz notar. Sua pele tinha um tom meio surfista, como se fosse dourada ou algo do tipo.

Infelizmente, ao contrário do que qualquer ser humano normal, saber que eu ia morar com um cara tão bonito assim não me fez ficar muito animada, pois, seu excesso de beleza me faz avaliar minha própria tez exageradamente branca e sem graça quando comparada a dele.

Nem se eu ficasse horas debaixo do sol eu conseguiria ter um bronzeado parecido com o de Naruto. No máximo, uma queimadura de terceiro grau.

— Como se você mesmo não fosse feliz o tempo todo! — a voz de Ino acaba me trazendo de volta dos meus devaneios. Ela o respondia de maneira divertida.

— Touché. — o loiro sorri de maneira leve me dando uma olhada sorrateira pelo espelhinho do carro. Ele realmente parecia o tipo de pessoa que não ficava triste, já que ele estava ali bem animado mesmo depois de ajudar uma completa desconhecida a completar uma mudança longa e cansativa.

Não que eu tivesse muita coisa para colocar na mala, já que meus pertences se resumiam em roupas, sapatos, livros, cadernos e alguns objetos pessoais. Porém, eu acho que eu não queria sair de casa, por isso demorei tanto a empacotar tudo e colocar dentro do carro.

Talvez se não fosse o bom humor e ajuda de Naruto e Ino, eu ainda estivesse jogada no meio do meu quarto ouvindo alguma música melancólica ao invés de aceitar minha mais nova realidade: caloura do curso de Medicina. Respiro fundo abraçando um dos travesseiros que eu carregava no colo.

A viagem até então estava bastante tranquila. Ino estava demasiada alegre com toda essa história de mudança e não parava de tricotar várias histórias sobre o pessoal que morava com ela e os vizinhos do apartamento de frente. O andar em questão, a julgar pelas histórias de Ino, funcionava como uma espécie de república universitária do que um andar calmo e tranquilo.

Não posso negar que torci o nariz quando ela disse que dois homens e duas mulheres morariam sobre o mesmo teto, mas não podia simplesmente dispensar um preço de aluguel tão atrativo quanto o que ela havia me oferecido.

Lorde SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora