Passeio em família e motos assassinas

585 56 8
                                    

Meu corpo pesava com a sensação "pós sono". Mesmo assim, me levanto e procuro meu maço de cigarros, devia estar em algum lugar dentro da minha bolsa.

Puxo uma sacolinha preta que ainda tinha meu sutiã ali dentro e sorrio me lembrando do quão envergonhada fiquei por Gaara ter me entregado aquilo. Meu maço estava ironicamente guardado ali dentro.

Sento perto da janela e puxo um daqueles tubinhos mortíferos colocando-o de modo teatral entre meus dedos.

Trago e solto a fumaça devagar. Meu cérebro não me deixando em paz enquanto fazia uma retrospectiva sobre o que tinha acontecido antes do meu corpo apagar. Inclusive, quase destruo o cigarro quando me lembro que eu tinha contado minha história daquele jeito.

A única que já sabia da história toda era Hinata. Eu conversava com ela de vez em quando sobre Moegi e sua doença, mas pedia encarecidamente para não contar nada para Ino, já que sempre que eu tentava puxar assunto com ela, ela dizia estar ocupada com a faculdade e sobre algum problema particular mais sério - que ela, inclusive, nunca chegou a me falar sobre -.

Deixo que as cinzas voem pela janela e observo o dia amanhecendo.

— E eu ainda tenho aula. — falo pra mim mesma com um sorriso sarcástico na boca.

Encarei o chão perto do espelho e percebo que as milhares de pequenas Sakuras ainda estavam lá. Era só eu chegar perto o bastante que todas elas iam me observar com aquela nova cor de cabelo.

— Tsc. — estalo minha língua em desaprovação e dou uma longa e exagerada tragada, apagando o resto do cigarro no beiral da janela. Sinto o excesso de fumaça queimar meu corpo por dentro e repito pra mim mesma que as lágrimas que vinham em meu rosto eram por causa daquilo, e não pelo que tinha ocorrido nas últimas horas.

Vou até o guarda roupa e separo uma muda de roupa. Furtivamente, por cima do ombro, encaro os lençóis de cor pastel desalinhados...

Sasuke tinha deitado ali comigo.

Porra. Eu não tinha cabeça pra pensar sobre aquele tipo de coisa. Pelo menos não naquele momento. Então me limito a resgatar meu celular na bagunça que se encontrava meus cobertores na cama. Ele deve ter caído do bolso da minha calça enquanto eu dormia.

6:38

Respiro fundo. Era muito cedo para eu ir pra faculdade, mas muito tarde para eu voltar a dormir. Na verdade nem era, mas eu estava sem sono.

Aproveito que todos estavam dormindo e faço minha higiene matinal acompanhada por um longo banho.

Quando fico pronta o pessoal começa a acordar.

Estou nervosa. Sem lugar. Começo a ouvir o barulho da porta da geladeira aberta e o chuveiro sendo ligado. Alguém dá bom-dia para alguém, mas não diferencio as vozes. Em meu quarto, tento esconder meu cabelo como posso num boné velho que eu tinha, ouvindo as conversas descontraídas de todos na cozinha. Meu coração fica apertado. Eu não queria encará-los ainda. Eu tinha forças suficientes para descobrir como pegar o metrô e encarar aulas de anatomia humana, e com sorte abrir algum cadáver. Mas não, eu não tinha forças para encarar aqueles olhos de novo.

Reviso meu material e me sento na cama com meu celular na mão.

Ino tinha escrito um texto enorme e me enviado pelo Whatsapp. Ela conseguia ser uma amiga normal e carinhosa quando queria, o problema era querer.

Naruto também tinha me enviado uma mensagem falando que se eu precisasse de alguma coisa eu poderia acordá-lo e chamá-lo. Achei atencioso de sua parte.

Hinata me mandou todo um resumo do que tinha acontecido na sala depois que eu sai da sala. Pelo jeito ela tinha explicado tudo para todo mundo, inclusive para Neji e Gaara que apareceram depois.

Lorde SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora