23º capítulo

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Y E O S A N G

Já estava tarde, seguia sozinho para a casa do Seonghwa, que tinha ido ao mercado buscar algo para o nosso jantar do qual ele se esqueceu, já que adormeceu.

Passei pela porta dos meus pais e parei por uns segundos, soltando um suspiro antes de voltar a andar. Ainda doía muito saber que não era bem vindo ali, mesmo sabendo que estar com o Seonghwa é muito mais saudável, apesar dos riscos. Prefiro ter a minha vida em risco do que voltar para uma casa onde não sou amado, pensei eu.

Continuei o meu caminho e finalmente cheguei a casa. Porém, assim que encarei a porta do lado de fora, senti uma energia diferente vinda da habitação. Não sou uma pessoa sensitiva, mas era como se algo me dissesse que não deveria entrar na casa. Mas acabei por ignorar e entrei.

Assim que fechei a porta, as luzes acenderam-se sozinhas, ou pelo menos pensei que era o caso até olhar para trás e ver um total desconhecido todo vestido de branco com uma cara séria. Quase caí para trás com o susto, a minha respiração ficou ofegante. Algo não estava bem e eu sabia.

- Quem és tu?! - Falei exaltado, pondo a mão na maçaneta da porta, já pronto para fugir. - Sai desta casa ou chamo a polícia!

- Com que telefone, Kang Yeosang? - Ele riu-se é ergueu a mão direita, mostrando o meu telemóvel. Fiquei com um olhar confuso e ele continuou. - Não vale a pena tentares fugir Yeo... Não és só tu que tens a chave.

Engoli em seco e tentei a abrir a porta e percebi que estava trancada. Mas como..? Ele estava à minha frente, não se mexeu, como trancou a porta e roubou o meu telemóvel?! Eu estava completamente paralisado, sabia que estava em perigo e que foi combinado. O Seonghwa não estava, não me parecia coincidência.

- Se te mexeres muito, vai custar mais... - ouvi uma voz atrás de mim e logo senti um pano cobrir o meu rosto. Aquele indivíduo de branco não estava sozinho, mas não tive tempo para reagir, apenas para apagar.

S E O N G H W A

Chegando a casa, senti imediatamente um ambiente pesado. Estava tudo escuro, não ouvia nada para além do silêncio, o que era estranho, pois a esta altura o yeo já deveria ter chegado.

Tentei não pensar no pior e procurei pelo moço, mas eu tinha a certeza de que ele não estava, afinal a casa não era assim tão grande. Foi então que encontrei o aparelho telefónico de yeosang e confirmei as minhas suspeitas. Ele esteve em casa...

Peguei no telemóvel e abri, vendo que havia uma mensagem.

"ou tu, ou ele... a escolha é tua seonghwa. Se vieres acompanhado, o yeo morre. esperamos-te ansiosamente"
- San

O meu estômago caiu e senti como se não conseguisse respirar. Por minha causa, por não ter conseguido eliminar o San e por não ter posto fim à minha missão por puro egoísmo, o Yeosang estava agora em perigo. Não podia levar ninguém e, pelo que li, ele não estava sozinho. Assim que me aproximasse, sentiriam a presença do Hongjoong e quem sofreria era o Yeosang.

Mas recusava-me a ir sem um plano.

W O O Y O U N G

A ansiedade crescia cada vez mais. Estava ali o meu protegido, inconsciente e amarrado, tudo por minha culpa, que alinhei nesta vingança. Será que realmente fazia sentido para mim? Será que o San tinha assim tanto poder sobre mim e eu perdi o controle sobre isso? Sentia-me fraco... Mas agora não podia voltar atrás. Preferia pensar que me ia livrar de outro estorvo e podia voltar a viver em paz.

- Será que ele desistiu de vir? - perguntei, sentindo o meu coração palpitar cada vez mais rápido. - Talvez seja melhor parar com isto...

- Oh Wooyoung, que ideia é essa?! Agora tens medo? Já estamos aqui, já sabes o que tens de fazer... Ele vai aparecer, não iria deixar o seu tão querido Yeosang morrer nas minhas mãos. Não é tão covarde como pensas que é. - respondeu ele, completamente indignado. De repente, ele virou a sua cabeça e arregalou os olhos. - É ele. Prepara-te, agora não dá para fugir.

Nisto, o San escondeu-se e eu fiquei sozinho. A minha respiração ficou trémula e aí eu o vi, vindo do meio das árvores daquele bosque. Seonghwa ficou parado a olhar para mim completamente sem reação, parecia que tinha visto um fantasma - o que não é necessariamente mentira - e deu um passo atrás.

- Que bom ver-te depois de tanto tempo... Está a correr bem a tua missão? - perguntei da forma mais sonsa possível. Ele continuava calado, parecia que não estava a ser capaz de assimilar tudo o que via à sua frente. - Não vais dizer nada? Vieste aqui com um propósito, não foi?

- Eu sempre soube que eras mau... Mas nunca pensei que fosses tão nojento a este ponto. - As palavras dele acertaram-me como uma flecha no peito. - Cooperar com o San? Para mim, eras bem mais do que isso. Mas enfim, se têm um caso, é normal que façam coisas um pelo outro, não é?

- Oh Seonghwa... Tu nunca me conheceste e não sabes do que sou capaz. Mas hoje vais saber... e não vais ficar cá para contar aos outros a tua experiência.

Foi então que, sem que me pudesse preparar, ele avançou e deu-me um soco, que me fez cair no chão. Ele estava enfurecido, foi enganado e aquilo pelo qual ele lutou durante todo o tempo que esteve na terra estava completamente vulnerável, então ele ia fazer de tudo para o proteger. Mas eu estava em vantagem... E o San veio em meu auxílio, dando um pontapé nas costas.

- Mataste um dos meus meus companheiros e o outro desviaste-o do nosso objetivo... Eu estou sozinho, tudo por tua culpa. - Ele fez uma breve pausa, como se estivesse a pensar em algo, mas no fundo eu sabia o que o San sentia. E sabia ainda melhor o que pretendia fazer. - Tens de pagar pelo que fizeste... E é por isso que não sais daqui vivo. Nem que isso dependa da minha própria vida.

O Seonghwa não hesitou em partir para cima. Saía dele uma luz azul intensa, os olhos dele estavam brancos e as suas investidas eram rápidas e fortes, mas concentrava-se apenas no San, o que me deu liberdade para fazer o que bem entendesse com o Yeosang, usando-o como chantagem. Porém, quando olhei para trás, ele já não estava lá.

Fiquei em pânico. Será que ele tinha acordado? Mas era impossível... Ainda não tinha passado o tempo do efeito. Tentei não me preocupar com isso e não avisei o San do ocorrido, até porque ele estava claramente em vantagem perante o Seonghwa. Parecia que, pela raiva que sentia, não estava a planear os seus ataques, o que só era positivo para o demónio com quem lutava.

Porém, o jogo virou rapidamente, quando o San foi derrubado por uma aura vermelha.

- Não pode ser... - disse eu sem acreditar no que via.

- Á quanto tempo, Wooyoung. - disse o antigo anjo que se aproximou, a minha antiga vítima: o Hongjoong.

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VOLTEIII, PASSADO NAO SEI QUANTOS MESES AHAHAHAHA desculpa a todos :(

Como já disse, estamos na reta final e estou tão ansiosa para saber a vossa reação.

Já tenho o próximo capítulo planeado e, à partida, vai ser o último.

Gostei muito desta jornada, apesar dos seus altos e baixos :)

Até ao próximo ano eheh

you can call me angel;; seongsangOnde histórias criam vida. Descubra agora