chapter 2. Finney & Gwen Blake

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  Mais um dia no corredor do colégio. Mais um dia de semana, só de pensar que teriam mais 3 pela frente eu queria chorar. Hoje não era um dos meus preferidos, terça feira chuvosa com um clima de mormaço que irrita qualquer um. Se tem algo que eu detesto são dias abafados, além da chuva eu tenho que ir para a escola de bicicleta para me molhar todo(a).
   Ontem por obra do destino o dia foi bom, por mais que eu tenha presenciado uma briga e ajudado um mexicano nervoso com o machucado, as aulas foram suspensas. Graças a muito alarde causado pela briga todos tiveram que ir embora .Por um segundo, enquanto saía do pátio, meus olhos se encontraram com os de Robin, que parecia nervoso já que fora convidado a esperar na diretoria após a briga. Honestamente, aquele olhar dele parecia de socorro, não aquele olhar que transmitia vida igual de mais cedo, por isso hesitei novamente e quis ajudá-lo. Não. Não poderia ser tão entregado(a) assim, ele nem me pediu desculpas e nem sabia meu nome direito ainda. Então gastei tanto tempo o olhando nos olhos, repito, aqueles olhos que exalavam a ação de viver, que nem vi quando trombei com um ruivo de cabelos cacheados, que me pediu desculpas e saiu correndo junto com uma menina de tranças baixa.
  Só que hoje é um dia diferente, hoje eu não tenho Arellano aqui na escola para trombar comigo e me chamar de qualquer coisa ofensiva, já que possivelmente foi suspenso. Querendo ou não, falar com ele não seria ruim, eu o conheço e por mais que esteja com um pouco de ódio seria melhor do que nada. Talvez esse seja o motivo do formigamento e ânsia que eu estou sentido desde que acordei. Medo. (hoje eu preciso fazer amigos).
   Eu detesto andar pelo corredor do colégio, seja na outra escola ou nessa. A sensação de estar sendo julgado(a) é maior aqui óbvio. Eu não sinto essa insegurança sempre, mas sou novato(a) e hoje que estou sozinho(a) não tem como estar confiante.
   - Oi! Foi você que esbarrou em mim ontem certo? - aquele mesmo menino, o ruivo cacheado parou do meu lado para falar comigo.
   (Meu filho, eu esbarrei em tanta gente ontem que difícil vai ser eu lembrar de você) - Sou eu sim, eu acho. Desculpe. - disse envergonhado(a), eu não sabia mesmo lidar com gente desconhecida.
   - Sem problemas, soube que você ajudou meu amigo ontem, o nome dele é Robin.
   - Ah sei sim... Não sei se o ajudei tanto já que o deixei mais irritado do que estava antes da briga. - Nesse momento não sentia mais nervosismo de falar com ele.
   - Me chamo Finney, Finn para os próximos. Acho que somos da mesma sala não é? - por incrível que pareça, o garoto estava mais nervoso do que eu enquanto tentava falar.
   - 203? - perguntei
   - 203! - respondeu.
   - Robin, o garoto que você ajudou, ele me disse algo sobre "un(a) chico(a)" piolho de rato. Seria você? - ele forçou o sotaque do Arellano, como se realmente soubesse falar espanhol.
   Eu comecei a rir, não sabia se era de vergonha ou porque realmente tinha graça, mas piolho de cobra? Sério? Não dava pra ser menos criativo. - Acho que é piolho de cobra, eles são tipo mini cobrinhas enrugadas, tem várias patinhas e... - (qual seu nível de estranheza de 0 a 10 [nome]? Que tal um 11?) - Me desculpa, eu não deveria estar falando sobre piolho de cobra não é?
   - Acabei de tentar imitar o sotaque espanhol do meu amigo, acho que você ainda tá no lucro! - Riu. O menino estava tentando ser amigável.
   Seguimos até a sala lado a lado. Eu achei legal falar com o Finn. Por grande parte do caminho, que não era longo, ouvi ele falando da irmã mais nova, Gwen. Era interessante ouví-lo.
   Finney era quieto e introvertido, gaguejava quase sempre que me olhava ou me perguntava algo "mais pessoal". Eu ria de vez em quando porque mesmo sendo tímido(a) também ele ainda conseguia ser mais.
   - Somos da mesma sala então! - disse por final e abri a porta para entrarmos, o professor que já estava dando aula nem se importou direito. Eu não tinha percebido que meu papo com o ruivo tinha demorado tanto tempo assim. Ele por sinal nem me avisou do atraso, acho que também estava muito entretido na conversa, mas o senhor de uns 60 anos dando aula obviamente me barrou na frente da sala. Ele não tinha ligado antes, ligaria agora? Ah... Já sei! O homem exigia uma apresentação.
(Que droga hein! Corre [nome], corre!!). Respirei fundo e me preparei. - Me chamo [nome & sobrenome] tenho 13 anos, sou americano(a). E sim meus amigos, o Brasil fica na América. Falo um pouco de espanhol e já morei em mais de 3 países. - Falei de uma forma tão leve, nem parece que fiquei a noite inteira passada praticando. - Acho que é isso, já basta!
   - Desde quando o Brasil fica na América? - um garoto sentado ao fundo me perguntou, parecia mais indignado que curioso. Tinha um cabelo liso e uma franja mal cortada, um clássico bigode ralo e era meio alto. Sinceramente, uma bela merda.
   Eu me lembrei dele no mesmo momento em que o vi, ele era um dos meninos que, durante a briga do Arellano, ficou irritando Finn. Apenas o ignorei e sentei em uma cadeira vaga.
   As primeiras aulas passaram com muitas matérias. Eu por outro lado só conseguia prestar atenção na chuva caindo do lado de fora da janela. Era tão bom o silêncio, odiava ouvir pessoas conversando. Principalmente várias de uma vez, mas naquele momento em que a sala estava quieta tudo parecia relaxado. Até que uma bolinha de papel acerta minha mesa.

"que ir andar de bicicleta depois da aula? Vou levar Gwen e mais dois amigos!!!
Ass: Finn :)"

Achei a coisa mais fofa do mundo, eu aceitei na hora, mas no momento em que ia falar com ele a professora, que eu não sabia o nome e dava aula de matemática, me chama. Andei até sua mesa com receio. Ela tinha uma cara horrível.
   - Está sem colega de dupla certo? - a mulher me pergunta - Chegou no meio do ano senhorio(a), vai ter que fazer dupla com alguém que está sem também. - Ela tinha uma carranca na cara e percebi que a pergunta que me fez no início era retórica. Eu nem ouvi direito o que ela estava falando sobre os trabalhos de interação até ouvir o nome Robin Arellano. Fudeu, então vai ser ele meu colega de carteira?
Depois daquela "notícia bomba" que eu recebi o resto da aula foi ocupada pelo ratinho de esgoto com a bandana cinza na minha mente. Eu só conseguia pensar em como vou lidar com ele do meu lado sem causar uma explosão. E assim preso(a) nesses pensamentos chegou o intervalo.
Passei o resto do dia ao lado de Finn, ele me contou sobre Robin, Gwen e qualquer outra pessoa que ele tenha alguma ligação. Admito que prefiro muito mais ouvir do que falar. Querendo ou não a única linguagem que sou bom(a) é o silêncio.

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KAJAKJ eu odiei.
Amores eu ainda não sei como escrever algo sem ter cortes no tempo ou sem ser repetitivo. Tentei meu máximo e perdão por erros de ortografia, coesão e coerência. Votem mt!! E meu ttk caso queiram pedidos é @az1xzs 🫶.
Beijão bem grandão do Azi e tchau!!! 💋

ALIVE - The black phone, Robin Arellano.Onde histórias criam vida. Descubra agora