chapter 16. he's alive.

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    - Porra Finn! - gritei pelo outro lado do telefone, que já desgastara a tintura de tantas vezes que o bati rudemente contra o gancho agora enferrujado. - Você está desistindo de nós então? Está desistindo dele?...
    - Não [nome], por favor você tem que me ouvir. Não estou desistindo dele, sei que ele vai voltar, acho pelo menos, sei lá, mas precisamos começar a divulgar o desaparecimento dele... - Depois de dizer suspirou alto, presumo que o garoto tenha ouvido meu grunhido de ódio pela linha. - Por favor... Não desligue de novo.
    - Relaxa Finney. - Engoli minha raiva de uma só vez em seco. - Passa aqui em casa depois do seu almoço, pega fita, caneta e folha ok? - Poderia estar dizendo isso a ele, mas não apoiava nenhum pouco a ideia.
    - Ok [nome]. Um pote de sorvete também não é? - Riu tentando quebrar o clima tenso que interceptava a ligação junto de nossas vozes.
    - Claro amigo. - Sorri em retribuição e coloquei o telefone do suporte.
   Desde duas semanas atrás, o desaparecimento do Robin, não havia o visto em nenhuma parte. Seja em festas, cinemas, lojas, ou até mesmo a floresta que cercava a parte de trás do colégio. Obviamente uma das únicas coisas que tinha dele era sua bandana que me dera, ainda havia o seu cheiro de coco do cabelo. Finney, Gwen e Donna queriam começar a distribuir cartazes para achá-lo, eu sabia que era a melhor ideia, mas tinha tanto medo de se repetir igual ao Bruce que estava tentando negar tudo que ocorria. Negar não era certo, estava regredindo novamente no caminho que eu houvera traçado, mas como seguir em frente se a única pessoa que me alertava da trilha fora embora?
   Estava largado(a) na minha cama, não tinha ânimo a um bom tempo. Eu obviamente seguia as aulas da escola e me arrumava o mínimo possível para não me sentir um lixo, mas isso não estava adiantando muito. Desde minha briga com ele eu havia conseguido uma autoconfiança melhor para saber que não poderia me abandonar e desistir da minha vida por ele, porque ainda tinha que viver pelos meus amigos, pelos meus pais e até mesmo por mim.
   A campainha tocou como um alerta dizendo que Finney estava aí, de relance pela janela do quarto vi Gwen juntando folhas do meu jardim que caíram graças a primavera que não duraria muito tempo. Sorri a ver minha garotinha e meu melhor amigo juntos ali para me animar.
    - Entrem! - Abri a porta sorrindo fino. Forçando a dor de cabeça causada pelos intensos pensamentos a ir embora.
    - [nome]! - Gwen gritou me agarrando com os dois braços e rodeando meu corpo, como um abraço. - Que bom que está bem.
    - Oi Finn. - O abracei sem jeito. - Desculpa ter gritado com você hoje...
    - Está tudo bem anjo. - Sorriu fazendo cafuné nos meus cabelos. - Cada um tem seu jeito de lidar com a dor ok? - Puxou de trás do seu corpo uma sacola com um pote de sorvete.
   Sorri genuinamente, amava sorvete e mais que tudo quando os irmãos Blake compravam para me animar.
   Admito que assim que tiraram de uma bolsa todos os materiais para os cartazes uma onda fria passou pela minha nuca, me arrepiando. A cada material e visão sobre Arellano eu sentia mais frio.
    - Sabe que se não quiser não precisa fazer isso... - Finn disse tentando me confortar.
    - Calma bobo. Eu consigo sim, é para o bem dele. Por mais que eu não seja a favor...
   Fizemos tudo, apenas três, para depois mandarmos para uma fotocopiadora replicar para colarmos pela cidade. O tio do Robin decidiu pagar pelos prejuízos pós impressões.
    - Galera, vamos lá fora um pouco? - Gwen perguntou distraída. - Quero ficar no seu jardim, [nome].
    - Claro Gwenny! Finn pode ir indo com ela, só vou pegar uma blusa de frio.
   Subi as escadas lentamente, pensando em como foi difícil escrever os panfletos. Abri a porta do meu quarto e lá estava ela, a bandana dele, essa devia ser a única outra coisa que eu tinha dele também. A amarrei no meu pulso e peguei junto uma blusa de frio. Não era qualquer bandana, era a que ele usava no dia do desaparecimento.
   Assim que cheguei em casa frustado(a) daquela noite, deixei a porta destrancada e assim, quando acordei depois de uma péssima noite do sofá lá estava ela. Jogada sobre o braço do sofá, dessa vez a porta que antes estava aberta sobre um dedo agora estava totalmente fechada. Fiquei pensando sobre como aquela bandana houvera parado ali, mas desde então não obtive respostas, apenas uma. Ele está vivo.
   Apoiei-me na cabeceira da cama e olhei pela janela vendo meus amigos rindo. Era incrível ver que eles lidavam com aquilo de forma madura, mas não deixavam de viver pela perda.
   Estava fazendo meu máximo, todos os dias superava uma pequena parte, mas temia que fosse lento(a) demais no processo e acabasse machucado(a) assim como no primeiro desaparecimento. Sentia um frio constante e um grande aperto no peito. Na primeira semana eu chorei, chorei ao ponto de vomitar, mas isso era normal. Eu amava ele e sentia, ainda sinto, falta dele. Era uma dor tão grande que eu estava passando que perdi peso em um nível preocupante. Logo na próxima remessa de dias meus amigos me deram o máximo de apoio o possível, voltei a comer e tentei fazer de tudo para que eu pudesse superar aquilo sozinho(a). Estava conseguindo.
    - Hey [nome]! - Finn apareceu de supetão na porta do quarto me dando um leve susto. - Não vai vir? Gwen está devorando o sorvete inteiro.
    - Já estou indo. - Disse me levantando de onde estava com a parte de baixo do corpo encostado(a).
   Finn apontou para o meu pulso com a bandana presa. Me olhou como se dissesse " acha que ele entregou isso?"
   Não sabia a resposta sobre, mas uma coisa eu sabia e não desistiria até que fosse visto pelos meus próprios olhos. O encarei de volta e indiquei pelo fundo da minha alma "ele está vivo."
  Não precisei dizer mais nada, meu amigo assentiu com a cabeça e desceu do meu lado escada a baixo. Obviamente não conversávamos sobre chances de vida. Eu sempre puxava um assunto sobre, mas Finn cortava radicalmente. Aquilo doía porque sentia que meu amigo já estava perdendo as esperanças.
   Sabia que eu não poderia pra sempre me apegar a um pedaço de pano e achar que aquilo era uma fonte de sua vida, mas diferente de qualquer outra situação eu ainda sentia o calor dele de alguma forma, seja lembrando de mim, falando de mim ou me vendo. Eu sentia seus olhos de vida me olhando em todo momento e em todo lugar.
   (Robin, eu sei que você está vivo.)

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    muahAHAHAHAHA, sou uma pessoa mt criativa. Só pra saberem tô escrevendo fic ouvindo música trsite ent obviamente vai sair coisa "depressiva" como resultado.
   Escutem K. - Cigarretes After Sex
   E todas as outras músicas da banda pq eu amo mt e ajuda pra escrever!!! São bem calminhas.
   Perdão por erros de coesão, coerência e ortografia.
   Beijão do Azi!!! 💋💭
  

ALIVE - The black phone, Robin Arellano.Onde histórias criam vida. Descubra agora