Capítulo 6

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Distanciamento.

Meu relacionamento com a Marília anda meio instável, diferente do que costumávamos ser, agora parecemos está longe do que um dia já fomos. Muitas coisas parecem estar fora do lugar, perdida por aí a ponto de não conseguimos encontrar.

Os meses tem se arrastado, a cada dez dias que nós demos bem, trinta estamos num momento ruim. Havia me esquecido como era brigar com frequência com ela. A verdade é que é difícil se lembrar de algo que nunca se quer aconteceu conosco.

Eu olho em volta procurando algo pra entender como chegamos a isso, e eu pareço não ter resposta. Eu mesmo não me entendo, mesmo que eu me ouça, me explicar inúmeras vezes é de várias formas. Eu não sei em que fase estou e nem como estou lidando com tudo isso. Pra mim é um misto de sentimentos. E o jeito que eu tento fazer com que as coisas voltem a ser como era antes não tem dado certo.. eu simplesmente não consigo.

Não posso culpar a Marília por isso, pois ela mais do que eu mesma, está aguentando coisas que eu não aguentaria. Mas agora é diferente é estranho.

— Podemos sair pra jantar naquele restaurante que você tanto adora. - Ela diz animada se senado ao meu lado do sofá.

— Desculpa, marquei de sair com a Maraisa.

Vejo seu sorriso se desfazer e um silêncio tomar conta de todo o ambiente. Ela me olha, volta sua atenção pra sua mão e em seguida me olha novamente.

— Não sabia, não havia me falado.

— Que? - A olho sem entender.

— Você costumava me deixar apar das coisas que você iria fazer. - Ela faz uma pausa. — Tudo bem, já devia imaginar.

— O que você tá querendo insinuar? - Falo seria.

— Você é esperta Maiara, sabe o que eu estou querendo dizer. - Ela diz se levantando do sofá. — Se divirta, seja lá onde for que você vá.

— Cara, por isso que eu preciso sair. O clima aqui em casa anda bem pesado.

— Devia parar um pouco e pensar o porque que as coisas andam assim. Toda semana eu tento fazer algo pra que possamos ficar de boa, e todos os convites você faz questão de recusar. Eu não vou ficar aqui implorando pra que você arranje um tempo na sua agenda pra mim, Maiara. Eu não farei isso! Quando você resolver e lembrar que é tão bom sair comigo como com qualquer outra pessoa que você tem saído ultimamente, você sabe onde me encontrar. Só não te prometo esperar por uma vida inteira.

Ela sai batendo o pé e vai em direção da área externa da nossa casa. Ela costume sempre sentar próximo a piscina e ficar fazendo nada sempre que discutimos ou algo a chateia. Isso quando ela não se tranca na nossa sala de música, mas como deduzo que ela esteva levemente irritada, preferiu sair e sentir o vento batendo em seu rosto pra relaxar.

(...)

Nove e meia da noite estou prestes a sair de casa. Saio do closet e não vejo a Marília, resolvo procurá-la na sala de música e assim que abro a porta a vejo dedilhando alguma música em seu violão.

— Estou de saída! - Falo um pouco alto.

— Que susto! - Ela diz colocando o violão ao seu lado e me olha. — Tu-tudo bem. - Sua voz sai falha. — Se cuida, pede pra que um de nossos seguranças levem vocês, por favor.

— Você sabe que eu não gosto.

— Eu sei, mas é só por segurança. - Ela diz se levantando. — Você tá.. - ela faz uma pausa. - Linda. - Fala baixo.

Questão de tempo. - Mailila. Onde histórias criam vida. Descubra agora