Capítulo 3

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Maite já estava ao lado de Henry na carruagem, rumo a casa do rapaz. Ele morava perto da casa do Duque então rapidamente chegaram.

- Maite eu...

A mulher simplesmente não o esperou dizer nada e já saiu andando sozinha na frente, o mesmo precisou dar uma corridinha para alcançá-la na porta.
Na entrada foi recepcionada pelo mordomo, que prestativamente já chamou outros empregados para carregar a bagagem da moça até o quarto.

- Muito obrigada. - Disse a jovem sorrindo gentil.

- Eu vou precisar dar uma saída agora, qualquer coisa João estarei na cidade, em específico no parlamento. - Disse ao empregado antes de se virar para Maite. - Sinta-se em casa.

E então ele partiu. A morena passou o dia todo trancada no quarto, mas seu estômago roncando e o Sol se pondo era sinônimo que o horário do jantar estava chegando. Ela então desceu e na sala deu de cara com uma mulher, a mesma era bem alta, magra, olhos azuis e cabelos loiros que estavam perfeitamente amarrados em um coque ao alto da cabeça. A mesma também usava um vestido laranja muito extravagante para quem só aparentava estar em casa sem fazer nada.

- Ah, você deve ser Maite Perroni. - Disse com pouco caso quando notou a presença da outra mulher.

- Sim, e a senhora deve ser lady Kathy. É um prazer. - Falou apenas dando uma leve abaixada de cabeça, não iria fazer nenhuma reverência.

A condessa olhou Maite de cima em baixo e resmungou algo indecifrável.

- Quando meu marido me comunicou que o Duque Levy pretendia se casar com uma simples enfermeira, pensei que seria uma mulher de uma beleza estonteante, mas vi que me enganei... Apenas uma garota pobre, simples, sem título e sem graça. Mas são dessas que eles gostam...

- Sim, tem razão, são dessas que eles gostam. São dessas mulheres independentes, que conseguem se virar sozinhas. Dessas mulheres que eles conseguem manter uma conversa inteligente, falar sobre livros, sobre lugares, sobre a vida. São dessas mulheres que conseguem fazer mais do que um bordado ou qual talher levar a boca primeiro. Então sim, são dessas mulheres que eles gostam. E se ainda assim a senhora não conseguir entender o motivo, pergunte a seu marido, afinal ele também foi um dos vários homens que me pediram em casamento, mas infelizmente ele não conseguiu ser tão convincente quanto o Duque. Agora se me de licença irei lavar as mãos para o jantar, acredito que logo será servido, não?

E então a morena se virou subindo as escadas, deixando a outra mulher furiosa para trás. O melhor foi que justo nesse momento Henry chegou, e Maite se abaixou para ver a briga se instaurando entre o recém casal.
Ela soltou algumas risadinhas quando os dois saíram discutindo casa a dentro.
Naquela noite lady Kathy não se juntou para o jantar, por motivos óbvios. Ficando apenas Maite e Henry sentados a mesa.

- Tenho pena de você. - Disse Perroni enquanto levava um pedaço de porco a boca.

- Como? - Perguntou confuso.

- Tenho pena de você, um homem que sempre fora tão animado, tão extrovertido, agora casado com uma megera.

- Ela ficou furiosa com o que disse para ela, sobre eu ter lhe pedido em casamento.

- E o que você fez? Desmentiu? - Perguntou rindo.

- Não, confirmei apenas.

- E por que?

- Não tenho vergonha e muito menos arrependimento de ter te proposto casamento, você é uma mulher maravilhosa. E se não tivesse sido obrigado a me casar com lady Kathy era pra você ser a senhora dessa casa nesse momento. Era para terminarmos de jantar e subirmos para nosso quarto, te deitaria naquela cama e te faria minha todas as noites, e...

- Pare. - Disse nervosa. - Não adianta ficar falando essas coisas, apenas me faz sofrer ainda mais. Porque ao final desse maldito jantar não é a mim que você vai amar, e sim a ela. Então pare de me torturar com hipóteses que jamais irão acontecer.

- Esses sonhos podem se tornar realidade. - Respondeu acariciando as mãos dela que estavam sob a mesa.

- E como? Vai se livrar de sua esposa?

- Não, mas podemos ficar juntos sem ela saber.

- Não serei sua amante, Henry.

- Claro que não, você será o amor da minha vida. É isso que você é para mim desde o dia em que te vi pela primeira vez. Kathy não passa de uma obrigação.

- Ela uma obrigação e eu a diversão. Desculpe, mas eu tenho dignidade. O jantar estava muito bom, transfire meus elogios a cozinheira, por favor. Irei me retirar, tenha uma boa noite, senhor Levy.

- Igualmente, senhorita Perroni.

Ela se levantou, mas não teve nem tempo de se virar para partir. O homem a impediu segurando seu braço, ela ia pedir para ele soltá-la, mas quando o olhar dos dois se encontraram não teve forças e sentiu as pernas fraquejarem do mesmo jeito que acontecia quando ele a tocava a alguns meses atrás.

- Henry, por favor...

O beijo a seguir foi inevitável, repleto de saudade, fogo e paixão. Durou até que o ar faltasse e precisassem se separar.

- Senti sua falta, Mai.

Ela nada disse, apenas saiu praticamente correndo. Que Deus a ajudasse porque seu corpo ainda insistia em se entregar para aquele canalha.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora