Capítulo 28

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Já fazia uma semana desde todo o ocorrido, e o pequeno Henry era um bebê adorável. Apesar de Maite dizer que não queria ter muito contato para não se apegar, ela acabou revezando com William a noite quando o mesmo chorava, e como seu leite já havia descido ela também estava o amamentando, e ela sabia muito bem o laço que a amamentação trazia, era um laço eterno.
A mulher despertou com o sol que adentrou a janela, e como vinha fazendo ela se levantou e foi em direção ao quartinho do bebê para o alimentar. A porta estava meio aberta, e por alguns minutos ela encostou no batente e ficou observando William com o Henryzinho no colo o balançando. Era nítido o amor e o carinho que ele tinha pelo garoto, mesmo não sendo seu filho de sangue. De uma coisa Maite não tinha dúvidas, o Duque era um pai exemplar, daquele tipo que toda mulher sonhava, e na realidade existiam pouquíssimos homens dispostos a dividir a tarefa de cuidar de uma criança, sempre sobrava apenas para a mãe e para os criados, a maioria dos pais nobres não enxergavam as crianças como filhos, apenas como herdeiros.

- Bom dia. - Disse entrando no cômodo.

- Bom dia, Mai. - Respondeu o homem sorrindo. - Seu cafezinho da manhã chegou.

A mulher não pode evitar sorrir diante o comentário, ela se sentou na poltrona e ele colocou o bebê em seu colo. Antes ela ficava acanhada de amamentar na frente dele, mas depois viu que era algo sem cabimento ter vergonha, afinal amamentar  era vida, era uma coisa linda.

- Está chorando? - Questionou quando viu o homem secar rapidamente uma lágrima que escorreu.

- Eu pensei que nunca seria pai, pensava que levaria uma vida toda solitária, e para mim antes isso era um sonho... Mas agora, eu agradeço a Deus por estar me permitindo viver esses momentos. Nunca pensei que poderia ser tão feliz e realizado.

Maite ia responder, mas não teve tempo. Sentiu um líquido escorrendo por entre suas pernas e logo após uma forte dor no ventre.

- Meu Deus, vai nascer? - Perguntou o homem nervoso.

A morena apenas concordou com a cabeça, a dor que estava sentido lhe impedia de formular uma frase.
Na mesma hora o Duque pegou Henry dos seus braços e o colocou no berço, depois a pegou no colo e a levou até seu quarto enquanto gritava os criados pelo corredor.

- Vai me colocar para parir na sua cama? Vai sujar ela toda.

- Acha que eu me importo com isso, mulher? - Chamem a parteira logo, pelo amor de Deus. - Gritava para os criados que estavam ficando desesperados junto com ele. - Arrume toalhas, água quente e...

- William.

- E bacias também, o quartinho está todo arrumado?

- William! - Disse a mulher alterando a voz, para ver se ele lhe dava atenção. E funcionou, ele a encarou. - Venha aqui. - Ele obedeceu e se sentou ao lado da cama, ela então segurou sua mão e olhou dentro de seus olhos. - Calma, vai ficar tudo bem.

- Me desculpe... Eu nunca presenciei um parto antes, estou muito aflito. Devo estar parecendo um bobo.

- Não, você está parecendo um pai preocupado apenas. Mas pode se tranquilizar, vai dar certo.

- Eu não sou o pai legítimo desse neném, mas saiba que o considero como se fosse. Se eu tivesse que dar minha vida pela dele eu daria... Fui eu que senti o chutinho pela primeira vez, eu que beijei sua barriga, eu quem fiz massagem nos seus pés a noite. - A mulher sorriu, era verdade, ele quase sempre massageava seus pés inchados, mas isso foi antes de ir para a cadeia. - Eu o amo... Na verdade, eu amo vocês.

Depois daquela confissão do Duque tudo aconteceu muito rápido, a parteira chegou, tirou William do quarto e logo ela estava fazendo força para trazer seu filho ao mundo.

- Forças Maite. Você consegue. - Dizia a senhora.

Maite gritava enquanto fazia força, era sem dúvidas a pior dor que já havia sentido em toda sua vida.
Cada grito fazia a angústia de William aumentar, e o mesmo só percebeu que estava prendendo a respiração quando ouviu um chorinho invadir o local, e só então ele suspirou aliviado.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora