Capítulo 22

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Maite estava sentada lendo um livro que havia conseguido, quando o guarda chegou e destrancou a porta da cela.

- Vamos. - Disse ele.

- O que? Para onde? Não podem me matar agora, o bebê ainda não nasceu. - Disse desesperada.

- A senhora está livre.

A mulher não sabia se ficava feliz, surpresa ou os dois. Na mesma hora ela já se levantou e começou a segui-lo.
Na recepção estava William conversando com o delegado. Quando ele a viu sorriu, mas não foi recíproco.

- Descobriram a verdade? - Perguntou se aproximando.

- Encontrei o diário de lady Kathy... Me perdoe Maite, eu devia ter te escutado. - Disse segurando as mãos dela entre as suas, mas ela lhe lançou um olhar frio antes de se afastar dele.

- Cadê ela?

- Desapareceu desde ontem, acredito que ela tenha desconfiado que descobri tudo e fugiu.

- Mas as buscas estão a todo vapor. - Acrescentou o delegado.

- Vamos para casa, Maite.

- Casa... - Riu ela irônica.

A vontade da mulher era de desaparecer, mas não poderia fazer isso agora. Não tinha para onde ir, e estava grávida de quase 9 meses, não seria prudente.

- Sua barriga está linda. - Comentou o Duque quando já estavam na carruagem. - Você está linda.

- Linda? Estou visivelmente com desnutrição. Vários dias minha única refeição era um pedaço de pão duro com água. Meus cabelos estão caindo provavelmente de anemia, mal aguento o peso da minha barriga.

- Sei que nada que eu disser ou fará irá te fazer me desculpar, mas mesmo assim imploro seu perdão, eu sinto muito... Henry é meu irmão, e a vontade de ver o assassino dele preso me consumiu por inteiro.

- Eu vivi na guerra William por causa da minha profissão, mas nem isso foi tão sofrido, assustador e doloroso quanto ficar naquela cela, sabe por que? Porque na guerra era somente eu, se algo me acontecesse eu morreria sozinha. Mas na cela eu sabia que se eu viesse a sucumbir um ser indefeso iria junto comigo. E os policiais não estavam nem aí, afinal eu era a assassina do irmão de um Duque que logo mais seria executada, se eu morresse a míngua seria um trabalho a menos para eles.

- Eu entendo, mas já passou. Você está livre agora, vai poder ter o bebê tranquila em casa. Seremos uma família.

- Quero que saiba que ficarei em sua residência somente até meu filho nascer, depois peço que anule nosso casamento e irei embora.

- O que? Não, não pode fazer isso. - Falou desesperado.

- Eu não vou levar nada além das roupas que trouxe comigo, e a criança.

- Não é dinheiro o problema Maite, o que vai acontecer com vocês? Com esse bebê sem um pai?

- Eu não tive nem pai e nem mãe e sobrevivi, ele também sobreviverá. Além disso, ele tem a mim que sou capaz de fazer qualquer coisa por ele.

- Não vou anular nosso casamento, não posso deixá-la partir.

- Não é um pedaço de papel que vai me obrigar a fazer algo. Estou pedindo apenas para terminarmos isso de um modo tranquilo e pacífico, quero ficar longe disso tudo, de qualquer pessoa que tenha o sobrenome Levy, vocês me só me fizeram mal.

William não teve tempo de responder já que já haviam chegado e ele só percebeu quando a morena desceu sem olhar para trás.
E então ele viu que estava a perdendo, e se não agisse rápido logo mais ela partiria para sempre.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora