Capítulo 15

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No dia seguinte William despertou com uma forte pontada na cabeça, ele sentiu estar abraçando algo, mas quando abriu os olhos viu que na verdade era "alguém". Maite dormia tranquilamente em seus braços, os cabelos da mulher estavam esparramados por seu rosto e ele inspirou fundo aquele cheiro de rosas do campo.
Mas como se tivesse recobrado a consciência derrepente ele se afastou, foi então que percebeu que se encontrava totalmente nu.
Alguns flash da noite anterior passaram  por sua cabeça, a forma como ela havia cuidado dele principalmente. Mas infelizmente não conseguia se lembrar de tudo, e teve medo do que podia ter acontecido entre eles.

- Que merda... - Murmurou se sentando enquanto pressionava as têmporas a fim de tentar amenizar a dor que sentia, mas não estava adiantando.

A morena acabou despertando com os resmungos, e rapidamente se pos de pé e longe da cama do homem.

- Como se sente?

- Mal, muito mal.

- Não é pra menos, bebeu feito um maluco. - Respondeu revirando os olhos.

- O que aconteceu ontem? Por acaso nós...

- Não! Por Deus. - Disse abismada. - Apenas fiquei porque me pediu, e para ficar de olho caso passasse mal. Agora vou te deixar sozinho para que possa se vestir, com licença.

- Obrigado por cuidar de mim. - Falou sincero quando ela já havia alcançado a porta.

Maite apenas fez um sinal com a cabeça como se dissesse "de nada" e saiu em seguida.
Durante o café da manhã ambos ficaram em silêncio, vez ou outra o olhar dos dois se cruzavam, mas rapidamente tratavam de desviar.

- Vossa graça, perdoe a intromissão, mas acabou de chegar uma carta assinada por sua cunhada. - Disse o mensageiro de Lewys se curvando enquanto entregava o papel a William.

No mesmo instante Maite parou de comer e passou a prestar atenção curiosa.

- Que ótimo, lady Kathy está nos convidando para jantar com eles esta noite em comemoração a seu aniversário. - Disse desanimado.

- Vá apenas você, diga que me encontro indisposta.

- Não tem como, não pode fazer essa desfeita, é sinal de falta de educação.

- William...

- Não adianta, Maite. Esteja pronta às sete. - Falou e partiu em seguida.

Tudo o que a mulher não queria era ter que se encontrar com Kathy novamente, e também com Henry, mas lá estava ela revirando o armário a fim de encontrar um vestido apropriado para a ocasião.
E para sua infelicidade a maioria de seus vestidos já não estavam servindo, precisaria comprar novos urgentemente. Um dos únicos que ainda estavam cabendo era um de seda azul escuro, ele era um tanto indecente e tinha um decote grande demais, pois a costureira havia errado a mão. Porém ela estava tão insatisfeita com aquele jantar que decidiu o vestir mesmo assim. Com a ajuda da criada penteou os cabelos e o deixou solto. Colocou um belo colar que havia ganhado de um soldado que a cortejou a alguns anos atrás, era de ouro branco com diamantes, ela simplesmente o adorava. E para completar também tinha o par de brincos.
Ela se olhou no espelho quando ficou pronta e sorriu, estava muito bonita. No fundo ela sabia que toda aquela arrumação era para provocar sua cunhada, queria esfregar na cara da mulher que estava muito bem.
Quando desceu as escadas William a aguardava lá embaixo, ele olhou a mulher de cima em baixo antes de estender a mão para a mesma. Ele sentiu um aperto no peito ao imaginar que toda aquela produção era para o seu irmão e não para ele.

- Está muito bonita.

- Obrigada, o senhor também está muito encantador. - O que de fato era verdade, hoje ele trajava um terno na cor castanho escuro, e aquele tom havia o deixado muito bonito.

Durante o percurso na carruagem ninguém disse uma palavra, apenas ficaram olhando para fora da janela.
Assim que chegaram o Duque a ajudou descer, e de braços dados seguiram casa a dentro.
Kathy e Henry já os esperavam em pé na sala, e o olhar de inveja e surpresa que a lady lançou a Campbell não passou despercebido por nenhum dos presentes.

- Eu e minha esposa lhe desejamos um feliz aniversário, lady Kathy. E agradecemos pelo convite.

- Obrigada, cunhado. Veja só, está grávida também, que ótimo. - Disse com um sorriso falso olhando para Maite.

- Sim, estou.

- Quantos meses?

- Dois. - Mentiu para as contas poderem bater com a do casamento, na verdade já tinha três meses e algumas semanas.

- Nossa... Parece que sua barriga está maior do que a minha que engravidei antes. - Falou desconfiada.

- Normal, nosso filho deve ser bem grandão, não é mesmo, querida? - Disse o Duque.

- Sim, amor. Um criança grande, forte e saudável, se Deus quiser. - Respondeu sorrindo.

- Será que são dois?... Se for coitadinha de você, a gestação já deixa as mulheres flácidas com um só bebê, imagina dois... Bem de qualquer forma, parabéns, meu cunhado não perde tempo mesmo.

- Podemos seguir para a mesa de jantar? Acredito que estamos todos famintos. - Interviu Henry cansado daquela conversa.

Os quatro então seguiram para a mesa, onde foi servido um verdadeiro banquete.
No jantar apenas Kathy e William conversavam, já que a mulher falava somente com ele a todo momento.
Maite comeu de cabeça baixa a todo instante, já que sabia que Henry estava com o olhar cravado em cima dela, e não queria correr o risco de seus olhares se cruzarem nem por um milésimo de segundo.
Depois de comerem, seguiram para a sala de estar.

- Com licença, preciso ir ao banheiro. - Disse Maite se levantando e saindo em seguida.

Ela já estava voltando para a sala após fazer suas necessidades, mas Henry a encurralou no corredor.

- Saia da minha frente, me deixe passar. - Pediu nervosa.

- Você está belíssima esta noite, sem dúvidas uma das imagens mais belas que meus olhos já tiveram oportunidade de admirar.

- Obrigada, agora se me dá licença... - Disse tentando passar novamente, mas ele segurou em seu braço a impedindo.

- Eu não aguento mais viver assim, meu corpo e meu coração pertencem a você. Eu me afastei por esses meses, mas você não saiu da minha cabeça nem por um segundo, eu penso em sua pessoa todo dia quando acordo e antes de dormir. Eu te amo mais do que qualquer coisa, e amo nosso filho. - Falou tocando em sua barriga. - Me perdoe, e volte para mim... Por favor...

Aos poucos ele foi se aproximando e tomou os lábios da mulher em um beijo, mas rapidamente ela retomou a consciência e se afastou.

- Chega, Henry! Essa foi a última vez que me beija, não existe mais nada entre nós e nunca mais voltará a existir. Não nego que te amo, mas infelizmente seu amor por mim não foi tão grande quanto o meu por sua pessoa. Por favor, me esquece, me deixe tentar ter uma vida normal ao lado de seu irmão. E tente fazer o mesmo com sua esposa, antes que essa história acabe indo longe demais. - Falou e saiu por fim.

O que eles não esperavam é que Kathy estava escondida no cômodo ao lado ouvindo e vendo tudo.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora