Capítulo 10

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Se a alguns meses atrás alguém dissesse a William que nesse dia ele estaria em pé no altar esperando sua noiva ele daria risada, mas lá estava ele.
Com o padre de um lado e seu irmão e sua cunhada do outro esperando "sua" futura esposa.

- Tudo bem que as noivas demoram, mas precisa atrasar tudo isso? Isso já esta deselegante. - Questionou Kathy impaciente.

- Talvez ela tenha desistido. - Disse Henry com um fio de esperança.

- Jamais, ela sabe o que está em jogo. - Respondeu o Duque.

- E o que é?

- Nada que seja do seu interesse, Kathy. - Respondeu Henry nervoso e a mulher revirou os olhos em resposta.

Quando os violinos começaram a tocar, os convidados se levantaram.
A porta então foi aberta, e ela começou a entrar.
Todos ficaram abismados com a cor branca do vestido, principalmente William. Era a cor mais sem graça que alguma mulher poderia escolher para se casar, mas nela havia ficado perfeito, se bem que o Duque pensou que até mesmo se ela entrasse usando um saco de batatas ainda assim seria belíssima.

- Branco Campbell, sério? - Perguntou Lewys baixinho apenas para ela ouvir enquanto segurava sua mão.

- Kathy me disse que essa era a cor que as duquesa da sua família deveriam usar. - Respondeu no mesmo tom.

- E a senhorita acreditou? Santa inocência.

Então os dois se ajoelharam diante do padre e a cerimônia se iniciou, Maite não conseguiu deixar de olhar para Henry em certos momentos, o rosto do mesmo era impassível, e sua mandíbula cerrada indicava seu desconforto.

- Maite. - Disse William lhe dando um cutucão com o cotovelo. - O padre.

- Eu, oi! - Respondeu voltando em si.

- Eu perguntei se a senhorita aceita se casar com vossa graça, o Duque Lewys?

O silêncio reinou novamente por alguns segundos, sem perceber ela levou discretamente a mão ao ventre antes de dar um longo suspiro e responder.

- Sim, aceito.

- Vossa graça...

- Aceito. - Respondeu antes que o padre terminasse a pergunta, e já pegou a mão da mulher para depositar a aliança e ela fez o mesmo.

- Querem proclamar alguns votos?

- Não. - Disse William.

- Então eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva.

A igreja explodiu em aplausos, enquanto Lewys depositava um rápido selinho nos lábios da jovem, e nenhum dos dois jamais iria confessar o quanto o coração de ambos se aceleraram com aquele momento.
Durante a festa os noivos pareciam mais estar em um velório, nenhum ousou dar se quer um leve sorriso, e o semblante de tristeza da mulher principalmente não passava despercebido pelos olhares ariscos da sociedade.
Quando soou meia noite era a hora dos recém casados se retirarem, e partirem para a tão sonhada consumação do casamento.

- Era pra ter sido nós... - Murmurou Henry ao lado da morena.

- Isso mesmo, era. Mas você foi um frouxo e eis agora o resultado, e não tem mais como voltar atrás.

- Vamos embora, fuja comigo. Te pego em meus braços e saímos correndo, nunca mais voltamos a essa cidade e viveremos felizes em uma casa no campo, cuidando do nosso filho.

- Será que devo lembrá-lo que sua esposa também está grávida? Teria coragem de abandonar aquela criança?

- Não, mas não é o que está acontecendo? Estou abrindo mão do nosso filho.

- Esqueça tudo que aconteceu entre nós, é o que eu tentarei fazer. Adeus, Henry.

E pela primeira vez desde que chegaram na festa William e Maite se aproximaram, ele depositou uma mão atrás de suas costas e foi a guiando escada acima até chegarem no quarto.
Assim que entraram ela olhou para a cama, era bem grande, daria para os dois dividirem o espaço sem ficarem se tocando o tempo todo.

- Nessa primeira noite a senhorita dormirá em minha cama, e eu me deitarei no chão. Nos próximos dias poderá ficar no quarto da duquesa, é bem ao lado do meu e possui uma porta de ligação, mas não se preocupe porque ela jamais será aberta, eu garanto.

- Claro... Mas, não precisa dormir no chão hoje, a cama é grande o suficiente para ficarmos bem afastados.

- O chão é mais seguro, para mim e para você. - Disse ele já pegando uma coberta e um travesseiro e jogando sob o tapete.

- Poderia se virar para que eu pudesse me trocar? Esse vestido é muito incômodo não irei conseguir dormir usando ele.

- E bonito também, apesar de tudo o branco caiu bem em sua pele bronzeada e realçou seus cabelos negros, não tenho dúvidas que criou uma nova tendência, duquesa.

- Obrigada. - Respondeu envergonhada pelo elogio.

Ele então se virou para que ela pudesse se trocar em paz com privacidade, mas um "aí" escapou dos lábios da mulher, e ele a olhou.
A cena em sua frente era engraçada, ela com os braços todos torcidos para trás tentando deslizar o zíper que estava preso em sua pele.

- Quer ajuda? - Perguntou tentando segurar o riso, mas estava difícil.

- É óbvio, ande logo! - Disse nervosa.

Ele riu, mas caminhou até ela. Com cuidado ele desprendeu o zíper, e o deslizou calmamente. Sem querer seus dedos tocaram as costas nua da mulher, e ele viu quando o corpo dela se arrepiou diante aquele breve contato.
Ele foi abaixar as alças de seus ombros, mas ela o impediu ofegante.

- Agora eu consigo sozinha, obrigada.

- Claro. - Disse dando uma pigarreada e se afastando novamente.

Enquanto ela terminava de se trocar ele também tirou suas roupas ficando apenas com a parte de baixo e se enfiou embaixo das cobertas antes que ela o visse.

- Pronto. - Disse a moça quando terminou de se vestir.

Ele a encarou e com certeza aquela era a camisola mais feia que já havia visto em toda sua vida, nem uma freira devia usar algo que cobrisse tanto assim o próprio corpo. Além disso, era de um tom branco quase amarelado, ele sentiu vontade de furar os próprios olhos de tão horrenda que era.
Ela estava seguindo para a penteadeira e ali acendeu duas velas para pentear os cabelos, o problema é que a camisola casta se transformava em um verdadeiro pecado quando de frente a luz, ela se tornava totalmente transparente, como se não passasse de um finíssimo véu.
William assistiu interessado os movimentos que os seios da mulher fazia enquanto ela passeava com o pente entre os cabelos, subia, descia, de um lado para o outro, ele podia jurar que até mesmo conseguia ver a cor escurecida da auréola.
E quando ela se levantou foi a vez de ver suas nádegas perfeitamente desenhadas e arredondadas.
Ele engoliu em seco enquanto ela caminhava de volta, a anatomia do corpo feminino era algo muito encantador. Aquela imagem deveria ser eternizada em uma bela pintura.

- Se importa se eu deixar a vela acesa?

- Não.

Ela então seguiu para a cama e se deitou virada de costas para ele, e William passou a noite virando de um lado para o outro, todo desconfortável e dorido com o pênis duro feito uma rocha. E como fazia quando tinha seus 12 anos de idade, levou a mão até o mesmo e começou a se acariciar enquanto se lembrava da imagem que vira a pouco, e que provavelmente jamais sairia de sua mente.

- Maldita seja... - Murmurou enquanto atingia o orgasmo.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora