Capítulo 11

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Quando Maite despertou William já não estava mais no quarto e ela respirou aliviada por isso, poderia tomar um banho tranquilamente.
Solicitou água quente e uma bandeja de café aos criados, pedido que logo foi atendido.

- Senhora, vossa graça pediu para que todas suas coisas fossem levada para o quarto da duquesa.

- Ah sim, obrigada.

- E também pediu para que se... Retire logo de seu quarto. - Disse meio desconfortável.

A mulher parou no mesmo instante de mastigar o que estava em sua boca, colocou a bandeja sob a cama e se levantou.

- No quarto da duquesa tem uma banheira?

- Bom... Sim, mas está com uma rachadura a água não irá parar, porém se a senhora desejar posso levar a do quarto de hóspedes até lá, ela é menor e de qualidade inferior, mas...

- Não, leve essa. - Disse interrompendo a criada.

- A do Duque? - Perguntou confusa.

- Ela mesma.

- Mas senhora...

- Faça o que estou pedindo, estarei aguardando em meu novo aposento. - Falou e saiu em seguida.

Alguns minutos depois a banheira já estava posicionada próximo a janela e cheia de água quentinha, Maite não perdeu tempo e rapidamente tirou as peças de roupa e entrou.
Quando finalmente terminou seguiu para o andar debaixo, agora como sendo a nova duquesa os criados aguardavam suas instruções para os afazeres da casa.
Seu dia foi extremamente cansativo, cuidar de uma casa toda exigia demais, ainda mais para ela que não estava  acostumada e que nunca fora educada para esse tipo de tarefa.

- A senhora prefere que as toalhas das mesas sejam lilás ou azuis?

- Tanto faz, quem se importa com isso?

- A senhora quer bordar? Eu posso lhe conseguir linhas e agulhas.

- A única coisa que eu sei fazer com linha e agulha é costurar feridas abertas, por acaso tem alguém machucado para que eu possa cuidar?

- Não, não temos. Mas se a senhora desejar eu posso fazer com que algum criado sofra um acidente ou...

- A pelo amor de Deus, eu não sou nenhuma santidade que vocês devem adorar ou bajular. Sou apenas Maite Campbell, uma simples mulher que foi sempre pobre assim como vocês, e que teve que trabalhar demais durante toda a vida. A única coisa que eu quero é paz, façam as coisas do mesmo modo que faziam antes. Quem dava as ordens quando eu não estava aqui?

- Eu, vossa graça. - Disse a governanta.

- Pois então continue Mariana, seu trabalho era impecável.

Eles a deixaram quieta por algumas horas, mas logo já estavam em seu pé outra vez querendo sua opinião sobre tudo.
Quando a noite chegou ela não só estava cansada como furiosa, ficar o tempo todo com várias pessoas em sua cabeça era mil vezes mais cansativo do que fazer cem curativos em soldados.
William passou o dia todo fora, e chegou somente perto da hora do jantar.

- Boa noite, Mariana. O jantar já está pronto?

- Está sim, senhor. Posso arrumar seu lugar a mesa?

- A duquesa já comeu?

- Sim, ela já jantou em seus aposentos.

- Entendi, eu vou tomar um banho e depois desço para jantar. - Ele já estava saindo, mas a governanta o chamou.

- Vossa graça... Sua banheira se encontra no quarto de sua esposa.

- O que? Por que? - Perguntou nervoso.

- A banheira do quarto da duquesa está rachada, e ela não quis a do quarto de hóspedes.

Ele saiu pisando firme, estava furioso com a atitude da mulher, quem ela pensava que era para ficar agindo assim?
Lewys entrou no quarto sem bater, Maite mal teve tempo de raciocinar já que o homem simplesmente começou a se despir, ficou totalmente nu e entrou dentro da banheira.
Ela estava estática diante tal situação, estava acostumada a ver homens sem roupas, afinal era uma enfermeira, mas assim sozinha dentro de um quarto só ocorrerá uma vez com Henry e que resultou em toda aquela dor de cabeça.

- O que pensa que está fazendo? - Questionou quando o choque havia  passado.

- Tomando banho na minha banheira, por que? Algum problema, duquesa?

- Não poderia me pedir para esperar do lado de fora pelo menos? Precisava fazer toda essa cena? - Perguntou irritada.

- Eu não preciso dar satisfação a ninguém, pode me passar o sabonete?... Não? - Como ela não se mexeu do lugar ele então se levantou sem se importar para pegar, deixando todo seu corpo a mostra novamente de modo proposital.

Maite então saiu do quarto não aguentando mais aquele teatrinho, que claramente era para lhe deixar desconfortável por causa da banheira. Seguiu para a biblioteca e pegou um livro qualquer para ler, ficou horas ali,  mas simplesmente não conseguia se concentrar, a imagem do corpo nu daquele homem ainda estava muito fresca em sua mente. Ele não era tão diferente dos outros corpos que já havia visto, mas por algum motivo que ela desconhecia o dele lhe despertou uma atenção, um desejo inexplicável que fazia suas entranhas queimar de excitação. Ela ainda podia ver aqueles ombros largos, aquela barriga definida, os cachos loiros um pouco acima de seu...

- Para, Maite! - Disse para si enquanto dava um leve tapa na própria cabeça, com a intenção de parar de pensar naquilo.

E nada adiantou, nem as onze ave Maria que rezou foram suficientes para tirar da sua cabeça aquela imagem pecaminosa, extremamente grande e viril que havia visto.

Aos Cuidados de um Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora