Capítulo 12

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No dia seguinte Maite foi informada que Henry a aguardava na sala de visitas, ficou intrigada, será possível que ele nunca a deixaria em paz? Ela então se arrumou rapidamente e desceu para ver o que o homem queria agora.

- Bom dia, o Duque saiu cedo. - Falou assim que entrou na sala.

- Eu não vim falar com ele.

A mulher revirou os olhos antes de se sentar no outro sofá.

- Gostaria de um chá, milorde?

- Não.

- Então diga logo o que quer, não tenho todo o tempo do mundo.

- Vim ver como estava.

- Ótima, obrigada. Agora já pode ir.

- Não faz assim, Maite... - Disse indo até onde ela estava e tomando as mãos dela nas suas.

- Me solte, Henry. Se alguém ver isso... - Falou tentando se afastar, mas o homem a impediu.

- Olha só, que visita mais agradável. Como vai, querido irmão? - Perguntou William aparecendo do nada.

Os dois se assustaram e Henry a soltou e se levantou em seguida.

- Não tinha ido resolver assuntos pendentes na cidade?

- Sim, mas esqueci uma pasta e precisei voltar. E foi muito bom, assim consegui chegar a tempo de ver essa cena patética. Vocês não se cansam de serem tão toscos?

- Vossa graça, não é o que está pensando...

- Cale-se Maite, eu me lembro que te dei liberdade para fazer o que quisesse e com quem quisesse, só pedi para que fosse discreta, a única coisa. E veja só como está sendo. Se encontrando com ele na minha casa e sem qualquer pudor, algum criado poderia ter entrado aqui antes de mim e visto isso. - Disse nervoso.

- Eu só vim para ver como ela e meu filho estão.

- A é? Aproveite e me conte como lady Kathy e seu outro filho também estão. Infelizmente ainda não tive oportunidade de lhe fazer uma nova visita.

- Você é um ordinário! Cuida da sua vida. - Esbravejou Henry.

- Eu ordinário? Não fui eu quem meteu um filho em uma qualquer! - Gritou.

Ele percebeu que havia dito uma burrada quando viu os olhos marejados de sua "esposa", e se arrependeu no mesmo instante.

- Maite, me desculpe eu...

- Não diga nada, está bem claro o que pensa de mim. - Respondeu e saiu quase correndo dali.

- Viu o que você fez? Eu sabia que esse casamento seria uma péssima ideia, você irá mais machucá-la do que ajudá-la!

Henry ia saindo para ir atrás da mulher, mas seu irmão o segurou.

- Onde pensa que vai?

- Atrás da minha mulher.

- Não, você não vai. Ela não é mais sua, na verdade nunca foi.

- E quem vai me impedir, você?

- Essa é minha casa, não me faça chuta-lo daqui feito um cão sarnento.

- Não, essa casa é da nossa família. E você lhe tem o direito simplesmente por ter sido o primeiro desgraçado a nascer. Sempre teve liberdade para fazer o que quisesse, enquanto eu sempre tive que me submeter as vontades de nosso pai só porque você seria o herdeiro de um maldito título. Eu me enfiei no meio de uma guerra para tentar ser livre, e viver longe daqui, mas infelizmente falhei e falhei também quando deixei que mandassem na minha vida. Vá para o inferno você e esse titulo, com certeza nosso pai estará lá esperando por vocês de braços abertos, seu corno!

E então ele partiu furioso dali, William respirou fundo e foi pegar a pasta que havia esquecido anteriormente.
Maite passou o dia todo trancada no quarto cabisbaixa, saiu apenas no horário do jantar.

- Pode servir a mesa, Mariana.

- Mas vossa graça ainda não chegou, senhora.

- Ai o problema é dele, já até passou do horário do jantar. Não irei esperar mais, estou com fome.

- Tudo bem, senhora. - Disse e então a serviu como ela pediu.

A jovem comia tranquilamente quando sentiu a presença dele.

- Começou sem mim, duquesa?

- Eu estava com fome, tente chegar mais cedo da próxima vez. - Respondeu sem nem se dar ao trabalho de encará-lo.

O homem se sentou, esperou até que Mariana o servisse e a dispensou. Os únicos barulhos do ambiente era o do talher quando encostava no prato.

- Hoje cedo eu...

- Pare, William. Eu sei que você pensa que eu sou uma vagabunda, qualquer outra pessoa pensaria o mesmo. E talvez esteja certo, se eu tivesse conseguido controlar meus desejos nada disso estaria acontecendo.

- Eu não disse isso.

- Não disse com todas as letras, mas ficou bem claro.

- Não deveria ter se deitado com um homem sem ser casada com ele, independente das mil promessas que lhe tenha feito.

- Obrigada pelo conselho, mas creio que veio tarde demais, não acha? - Respondeu irônica.

- Eu não te acho uma qualquer, pelo contrário, te acho uma mulher forte. Não sei muito bem pelo que passou na vida, mas sei que uma mulher sem dinheiro e sem os pais enfrenta muitas dificuldades, e ainda assim conseguiu dar a volta por cima e se tornar uma excelente enfermeira. Sinto muito por você, por mim e até mesmo pelo Henry que as coisas tenham sido assim, apesar de tudo eu adoraria que tivesse dado certo e você tivesse se tornado minha cunhada... Lady Kathy é extremamente sem graça e muito fofoqueira. - Ambos sorriram diante essa declaração final. - Desde o início eu fui muito claro, eu não posso e nunca poderei te dar amor, porque meu coração foi quebrado e ele nunca mais poderá ser concertado.

- Eu não quero amor, ele também foi o causador da minha desgraça. Apenas quero que tenhamos uma relação de respeito, para assim podermos criar essa criança em um lar minimamente feliz e tranquilo.

William concordou com a cabeça, e a trégua entre os dois havia sido declarada, mas no fundo ambos sabiam que a paz não iria durar por muito tempo.

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