Faz cerca de oito horas desde que o sol nascera e S/N fora encaminhada por médicos às pressas para a sala de cirurgia, e Jéssica Hawkins já não sabe mais o que fazer.
A ruiva caminha de um lado para o outro na sala de espera do hospital municipal precário e imundo de Duskwood. Já haviam a alertado que a situação de sua melhor amiga permanece débil às 05:43 da madrugada, o que a impediu de voltar a dormir.
Dan se levanta da cadeira pela quarta vez só esta tarde, se encaminhando para a mesa da secretária. A atendente arvora os olhos dos documentos em suas mãos para o homem, repete a mesma frase:
— Já disse, senhor Anderson. Ele está na sala de cirurgia e ainda não recebemos notícias dela. Agora volte a sentar. — Ela empurra as hastes dos óculos para trás, ajustando-os a cabeça e retorna a atenção para a papelada.
— Porra! — Ele exclama, batendo no balcão da mesma, sôfrego. — Como é possível ela estar naquela sala desde as seis da manhã e ainda não termos o status da saúde dela? Qual é, vai! Sabemos que tem alguma coisa errada nessa merda.
A mulher se limita a revirar os olhos e desdenha-lo.
— Não adianta, Dan. A gente não vai saber nada antes do médico chegar. — Thomas afirma, simplista, alisando as pernas descobertas de sua namorada na tentativa de acalma-la.
Hannah perpetua os olhos no nada, assustada.
O homem barbudo empurra a mesa da senhora de avental, tentando se conter para não pegar o móvel e jogá-lo pela janela do segundo andar.
Lilly Donfort está mais afastada dos amigos, o celular junto ao ouvido.
— Jake, Jake! Calma. Você tá indo rápido demais. — Ela interrompe o irmão atônito do outro lado da ligação. — Explica de novo o que aconteceu.
— Lilly, eu já disse. Não sei mais o que explicar. — O arruído metálico da voz de Jake sinaliza de que ele está arquejando em busca de ar. — Ela foi atacada no quarto de hotel onde estava, pulou uma janela, caiu na lixeira, tentou fugir deles e acabou sendo baleada. Quando eu a encontrei na casa do desafio, eu a arrastei pro hospital.
— Tá. E ela tinha perdido tanto sangue assim? Qual era o estado que ela tava? — Pergunta ela, tentando acompanhar.
— Não sei. Alguns mililitros, talvez. Ela estava péssima, quase desmaiando. A camisa estava completando encharcada de sangue quando eu cheguei. Acho que a bala acertou em cheio. — A Donfort fecha os olhos com força, tentando permanecer positiva.
A voz de desespero do hacker aparenta se apoderar de quase todo o cômodo do hospital.
— Lilly... sem ela... o que eu faço? Ela é tudo... — Sua voz falha, lágrimas se apossando dos olhos. — tudo o que me importa. Ela é o que impede o meu mundo de bambear de novo. Não, ela é este mundo. Não posso, não posso e não vou aceitar perdê-la. De novo não.
— Ela é forte, Jake. Ela fica bem. Ela sempre fica bem. — É a única coisa que é capaz de dizer.
Não permitindo se entregar a agonia, o hacker recupera a postura.
— Lilly, eu tenho que te pedir um favor. — Ele afirma, a voz soturna.
— Qualquer coisa. Pode falar.
— Assim que a S/N estiver estável, tire-a do hospital.
— O quê? — A menina franze o cenho, surpresa.
— Tem gente atrás dela, Lilly. — Elucida o mais velho. — Por essa razão foi atacada. Temo que as buscas por mim tenham se extendido até ela por não terem mais o que fazer. Se ela ficar muito tempo no mesmo lugar, eles irão pegá-la.
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Só mais um minuto - Duskwood
FanficNão é como se regressar a Duskwood estivesse entre as aspirações principais de S/N Appleton Hanson. No entanto, um machado paira sobre os pescoços da família Donfort, seu pai retorna das entranhas da floresta para penitenciar aqueles que assassi...