Capítulo 9: Travessa do Tranco

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- Accio dinheiro.- Tom tentou novamente.

Nada aconteceu.

Ele murmurou para si mesmo em aborrecimento. Era sensato enfeitiçar suas coisas para que outras pessoas não pudessem convocá-las, mas era uma praga quando elas desapareciam.

- Você ainda não conseguiu encontrá-lo?- Harry perguntou. Ele estava sentado à mesa com sua tigela de aveia na frente dele, observando Tom caçar sua bolsa de dinheiro com um ar de grande diversão.- Onde você a viu pela última vez?

- Eu já te disse, eu deixei debaixo da cama. Ele deve ter mudado as coisas de lugar.

- Talvez ele tenha gasto tudo?

Tom ignorou isso. Definitivamente haveria dinheiro sobrando em algum lugar, não poderia ser mais óbvio que Voldemort tinha estocado o chalé para servir como um esconderijo caso as coisas dessem errado na guerra.

- Onde você verificou?

- Em todo o quarto, na lareira, por toda parte na cozinha, debaixo da poltrona e atrás da pedra solta ao lado da janela.

- E no sótão? Há uma escotilha no quarto.

Tom praguejou e arrastou uma cadeira para o cômodo.

- Boa sorte!- Harry exclamou. Ele estava de bom humor; energizado pela perspectiva de uma viagem para fora da casa de campo. Tom esperava mais constrangimento depois do que eles fizeram ontem na grama alta, mas Harry, sempre resiliente, parecia ter chegado ao seu limite de constrangimento e desistido completamente.

Ele ficou de pé na cadeira e levantou a pequena escotilha até poder enfiar a cabeça. Havia uma bolsa de couro familiar aninhada entre as vigas do piso bem na frente dele. Ele suspirou de alívio, então a agarrou e deixou a escotilha cair de volta no lugar.

De volta à sala, ele se sentou em frente a Harry e jogou a bolsa na mesa. As moedas dentro tilintaram satisfatoriamente. Ele tirou um pedaço de pergaminho do bolso e começou a escrever uma lista de compras. Uma nova varinha. Pasta de cura de hematomas (obrigado Harry), Essência de Dittany em caso de novos acidentes e mais alguns ingredientes de poções.

Talvez um livro sobre interpretação de sonhos também? O estranho sonho sobre o corredor de ladrilhos pretos vinha assombrando seu sono na última semana. Na noite anterior, a porta no final finalmente se abriu e ele teve um vislumbre tentador de uma sala circular cercada por mais portas pretas.

Isso tinha que significar alguma coisa. Talvez fosse profético? Mas ele nunca havia mostrado nenhuma habilidade latente como vidente, ele raramente via algo nas aulas de Adivinhação e mesmo quando o fazia, eram apenas coisas pequenas e sem importância, frustrantemente no mesmo nível de seus colegas de classe.

Ele descansou o queixo na mão e observou Harry terminar seu café da manhã. Suas maneiras eram terríveis, tudo estava errado, desde o aperto na colher até a forma como ele enxugou a boca com a manga. Na casa da Sonserina, esse tipo de comportamento tinha sido impiedosamente treinado desde os primeiros anos pelos monitores, mas evidentemente, a atual casa da Grifinória não mantinha seus alunos nos mesmos padrões.

Mas ainda assim, havia algo sobre a maneira como ele comia. Ociosamente, Tom imaginou aqueles lindos lábios esticados ao redor de seu pênis ao invés de uma colher, os olhos furiosos de Harry olhando para ele, odiando-o, enquanto ele se empurrava para baixo em sua garganta trêmula...Tom nunca tinha tido outro garoto para fazer isso por ele antes...

- Você se importa?- Harry reclamou, suas bochechas brilhando em um rubor. Tom percebeu tardiamente que estava encarando demais. Ele bateu sua pena em sua lista de compras.

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