Tom piscou acordado.
Ele estava deitado em uma superfície dura no fundo de um poço profundo. Tudo doía; sua coluna, sua coxa, seu braço e foda-se sua perna. Ele tentou se sentar, gemendo alto enquanto o movimento esticava seu corpo dolorido. Ele podia ver que seu tornozelo direito estava torcido em um ângulo grotesco. A própria visão de alguma forma trouxe consigo um novo pico de agonia. Tom agarrou seu joelho, como se pudesse de alguma forma aplicar pressão suficiente para cortar os nervos.
- Tom?
Harry estava sentado ao lado dele, ele percebeu, esfregando a nuca.
- Sim...você está bem?- Tom perguntou, quando Harry se encolheu e retirou a mão. Havia uma mancha de sangue no centro de sua palma.- Você realmente não fraturou seu crânio, não é?
- Não, eu acho que caí de bunda. Mesmo assim consegui bater minha cabeça contra o chão. E você?
- O mesmo de antes.- Tom soltou o joelho e olhou para o poço de escuridão acima, lembrando-se dos longos segundos de sua queda.
Ambos deveriam estar mortos. Isso tinha sido uma coisa tão estúpida de se fazer. Tom nunca tentou flutuar no calor do momento, a magia exigia uma mentalidade muito particular. Deveria ser impossível, e ainda assim.
Aqui estavam eles.
Em algum lugar, em meio ao barulho, ao pânico e ao movimento, ele encontrou a calma necessária para retardar a queda apenas o suficiente para deixá-los escapar sem ferimentos graves.
Lá em cima, pequenas luzes estavam aparecendo. Varinhas acesas, Tom percebeu.
Harry deve tê-las visto também.
- Eles vão encontrar um caminho para chegar até aqui.- disse ele severamente.- Com certeza deve haver uma vassoura ou algo assim em algum lugar do Departamento.
Tom assentiu. Sem outra palavra, Harry se levantou. Ele ajudou Tom a se levantar, suportando a maior parte de seu peso para poupar sua perna ruim. Da nova perspectiva, Tom podia ver outro arco de pedra. Eles lentamente caminharam até ele.
- A queda não é tão ruim.- disse Harry, enfiando a cabeça pela abertura. Ele retirou sua varinha e apontou para o andar invisível acima.- Espongificar!
Eles ainda estavam de cabeça para baixo, é claro. Tom olhou para o arco com cautela, mas Harry parecia confiante em seu feitiço. Ele subiu no arco e então pulou.
Houve um momento em que Harry pareceu pairar no ar, a gravidade puxando igualmente em ambas as direções. Então ele caiu para cima, longe de Tom, virou e pousou perfeitamente no chão. Foi realmente impressionante. Tom seguiu o exemplo, movendo-se lentamente para acomodar sua perna, e pousou com menos graça.
- Isso foi tão estranho.- disse Harry, estendendo a mão para firmá-lo quando ele cambaleou.- Qual você acha que é o ponto disso?
- Um experimento, talvez?
Harry assentiu distraidamente enquanto olhava para o novo ambiente.
- Você acha que este ainda é o Departamento de Mistérios?
Como os do andar de baixo, o corredor era de ladrilhos pretos e iluminado por tochas azuis. No entanto, parecia muito menos usado; uma substância escura foi espalhada na parede oposta e detritos cobriam o chão. A porta de um escritório próximo havia sido deixada aberta, e Tom podia ver fileiras de cadeiras empilhadas em cima de mesas.
- Talvez.- disse ele.- Acho que sim.
- Devemos encontrar um lugar para nos esconder enquanto eu conserto sua perna.
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A Dangerous Game
RomanceTom Riddle abre a Câmera Secreta no quinto ano de Harry em Hogwarts. Depois que uma tentativa fracassada de extrair a Horcrux na cicatriz de Harry deixa suas almas ligadas, Tom é forçado a sequestra-lo enquanto escapa.