Uma parede de chamas verdes frias e, em seguida, o conhecido escritório circular se abriu na frente deles. Harry seguiu Moody até a lareira.
Estava escuro fora das janelas; talvez uma ou duas horas da manhã. Os retratos de bordas douradas dos diretores e diretoras anteriores cochilavam em suas molduras, enchendo a sala com suspiros e roncos silenciosos. Alguns, espalhados aqui e ali, estavam começando a despertar. Eles observaram com turva curiosidade enquanto Moody empurrava um Tom protestante em direção à grande escrivaninha com pés de garra que dominava a sala.
- Quem é?
Era a voz de Snape. Harry se virou para vê-lo parado na porta, de braços cruzados. Seus olhos encontraram os de Harry brevemente, mas então rapidamente se moveram para Moody e Tom, como se a visão de seu pupilo mais desprezado, desaparecido por meses a fio, não fosse interessante.
- Boa noite para você também, Snape.- disse Moody, enquanto empurrava Tom para uma das cadeiras de madeira em frente à escrivaninha. Ele se inclinou e começou a revistar as roupas de Tom na esperança de encontrar armas escondidas.
- Ai!- Tom gritou, contorcendo-se para longe de suas mãos.- Pare com isso! Onde você pensa que está tocando?- Moody se inclinou ainda mais, de modo que seus rostos ficaram a centímetros de distância.
- VIGILÂNCIA CONSTANTE!- ele gritou. Tom congelou em estado de choque.
Snape atravessou o escritório em direção a eles, as vestes escuras esvoaçantes. A luz verde do fogo era desagradável para sua tez já pálida e seu cabelo caía frouxamente ao redor de seu rosto. Harry percebeu tardiamente que provavelmente estava esperando no escritório desde que Dumbledore partiu para o Ministério; sua posição como espião o teria impedido de entrar no duelo de qualquer um dos lados.
- Quem é o garoto?- Snape repetiu. Ele se elevou sobre o ex-Auror grisalho, que, aparentemente satisfeito por Tom não estar escondendo nada em seus bolsos, se endireitou.
- Cuide da sua vida.- Moody disse rispidamente enquanto conjurava correntes para prender os pulsos de Tom aos apoios de braço.
- Oh?- Snape levantou uma única sobrancelha.- E você não acha que o diretor vai me dizer quando ele chegar?
- Tenho certeza que você descobrirá com um de seus mestres.- disse Moody baixinho. Ele se virou para Harry antes que Snape pudesse responder.- O que você ainda está fazendo aí, garoto? Venha e sente-se.
Harry não iria reclamar. Ele atravessou a sala e afundou-se agradecido em uma das poltronas de Dumbledore.
- E onde está Dumbledore?- Snape perguntou friamente.- Ele ainda está no Ministério?
Moody grunhiu no que poderia ter sido um consentimento. Então deu meia-volta e começou a andar de um lado para o outro em frente à lareira. Os minutos passaram em silêncio tenso, passivo-agressivo. Harry afundou ainda mais na cadeira, evitando cuidadosamente os olhos de todos.
Realmente era muito confortável. Muito melhor do que a do chalé (que nunca se recuperou de seu breve período como colchão). Harry ficou tentado a tirar os sapatos, dobrar as pernas debaixo dele e adormecer ali mesmo.
Momentos depois, ou assim parecia, a lareira crepitou novamente, derramando faíscas verdes. Harry saiu de um leve cochilo bem a tempo de ver Dumbledore emergindo das chamas com Fawkes empoleirada em seu braço.
- Boa noite.- o Diretor disse, agradavelmente. Fawkes lançou-se no ar e voou até seu poleiro.- Obrigado, Severus, por esperar; agradecemos muito. Eu esperava chegar mais cedo, mas levei algum tempo para convencer Fudge a não prender Sirius na hora. Receio que o Ministro esteja bastante histérico.
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A Dangerous Game
RomanceTom Riddle abre a Câmera Secreta no quinto ano de Harry em Hogwarts. Depois que uma tentativa fracassada de extrair a Horcrux na cicatriz de Harry deixa suas almas ligadas, Tom é forçado a sequestra-lo enquanto escapa.