Gwyn: Pra casa? Eu posso ir pra casa com você? – Perguntou, ansiosa.
Azriel: Eu trouxe roupas. – Disse, mostrando uma bolsa que estava aos pés dela – É só você se trocar, e nós vamos.
No fim Gwyn vestia um conjunto de moletom azul claro, uma camiseta branca por baixo e sapatilhas, os cabelos caindo livremente pelas costas. Algumas enfermeiras vieram se despedir dela – havia história ali. Logo Azriel a levou, guiando-a pelos corredores que ela não conhecia ainda. O carro esperava na porta do hospital, mas ela estancou na porta, o olhar distante, olhando os carros indo e vindo na rua.
Azriel: O que foi? – Perguntou, segurando a mão dela.
Gwyn: Meu pai... Meu pai está morto. É por isso que ele não pode vir. – Constatou, quieta. Rhysand dissera pra não contar a ela nada, então só lhe fora dito que a família dela não podia ir visitá-la, e que ela entenderia depois. – Está morto. Morreu em um acidente de carro. – Concluiu, o olhar desfocado, olhando os carros que iam e vinham. Ele congelou no lugar.
Ops.
Azriel: O que mais você se lembra? – Perguntou, mortificado. Não conseguira nem um dia com ela. Gwyn olhou em volta, e negou com a cabeça.
Gwyn: Nada. Só me veio isso na cabeça. Eu estava feliz e me sinto muito triste agora. – Disse, desolada que dava dó.
Azriel: Fazem anos. Anos antes do nosso acidente. – Disse, virando-a pra si
– Ele te amava mais que tudo no mundo. Foi feito tudo o que foi possível. – Consolou, sentindo um alivio violento.
Gwyn: Ele sofreu? – Perguntou, quietinha.
Azriel: Não. Rhysand não deixou. – Garantiu, e ela assentiu. Ele a abraçou e ela retribuiu, abraçando-o forte – Não fique triste. Vamos pra casa, sim? – Ela assentiu, respirando fundo. Nem se lembrava o rosto do pai, mas por algum motivo saber que ele estava morto a fazia sofrer.Azriel distraiu Gwyn durante a viagem, reapresentando ela a Nova York, apontando os lugares pela janela do carro. Funcionou, a dor foi suprimida pela curiosidade. Ela não conhecia nada. O motorista os deixou em frente ao prédio, e ela parou, lendo. Era um arranha céu a perder de vista, todo em mármore preto, e havia um letreiro discreto em letras prateadas,
dizendo “Black Tower”, e o numero do prédio.
Gwyn: Nossa, moramos aqui? – Perguntou, passando pelo funcionário que abria a porta de vidro.
Azriel: Moramos. – Disse, sorrindo de canto. Ela olhava tudo em volta, os olhos azuis deslumbrados olhando a portaria, o saguão e os elevadores.
Era tudo em mármore grafite, as paredes brancas. Ele afastou da cabeça que a ultima vez que ela passara ali, estava fugindo dele, desembestada, desesperada pra salvar Remo. Se ela não lembrava, tudo bem. Os dois pararam em frente ao elevador, e Azriel o chamou. Ao entrarem no elevador luxuoso, com espelhos nas paredes, Gwyn olhou o painel.
Haviam botões pra os 35 primeiros andares, e a caixa onde se digitava a senha pros 05 do topo, que era onde os Hadria viviam.
Gwyn: Qual botão? – Perguntou, olhando o painel enorme.
Azriel: Nós moramos na cobertura. Não aperta um botão, se coloca uma senha. – Explicou.
Queria que me presenteasse
Um sonho escondido, ou nunca entregado, ê...
Gwyn: E qual a senha? – Perguntou, inocente, olhando a caixinha com números.
Azriel a olhou por um instante, pensativo. Anos atrás Gwyn quase havia matado por aquela senha – hoje ela não fazia idéia da importância que tinha. Ela sorriu de canto pra ele, confusa, e ele deu um sorriso misterioso, discreto.
Azriel: A senha é 140-519-83. – Disse, sorrindo de canto – É a data do seu aniversário.
Gwyn: É? – Perguntou, surpresa, se lembrando da data. O medico a dissera: 14/05/83. Ele confirmou com a cabeça.
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A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2
RomanceQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...