Após o aniversário de Azriel, Gwyn não retornou mais a terapia. Balthazar a magoara com seu comentário, e agora ela estava... De birra. Continuava as aulas, aprendendo as coisas que esquecera, mas não estudava mais a lesão que o acidente deixara. Azriel não podia estar mais feliz. Quer dizer...
Azriel: O que ele ainda está fazendo aqui? – Perguntou, indignado, certo dia. Tinha ido buscar Gwyn, e passou pela porta da sala de Balthazar, que se despedia de uma paciente, sorrindo.
Rhysand: Ele trabalha aqui. – Disse, olhando algo em uma prancheta, concentrado.
Azriel: Não trabalha não. Gwyn o dispensou. – O orgulho na voz dele era mais que transparente.
Rhysand: Ele veio pra cá por causa dela, mas uma vez aqui apanhou outros casos. – Disse, concentrado no que lia – Gwyn não é a única pessoa com problemas de memória por aqui.
Azriel: Pois muito bem, ele não trabalha mais aqui. – Disse, simples. Rhysand ergueu a sobrancelha, apanhando uma caneta no bolso do jaleco – Eu acabei de demiti-lo.
Rhysand: Não demitiu, não. – Dispensou, divertido.Azriel: Porque não? – Perguntou, indignado.
Rhysand: Porque você não pode. – Disse, sorrindo, assinando a autorização que estava na prancheta e erguendo os olhos em seguida – O hospital é meu. – Lembrou, abrindo um sorriso enorme.
Azriel: Na verdade, é nosso. – Ressaltou.
Rhysand: Azriel... – Suspirou, colocando a prancheta na mesa da recepção, junto com outras – EU tive a idéia desse hospital. EU trabalhei pra construí-lo, da fundação aos retoques. EU o mantenho de pé, todos os dias, com meu suor. Teoricamente é nosso, porque o lucro é da família, mas em pratica é meu. – Azriel o encarou de cara fechada – Logo, não tente levantar chapéu com o meu braço.
Azriel: Porque quer mantê-lo aqui? – Perguntou, exasperado.
Rhysand: Porque ele é um ótimo neurologista, um bom médico, é útil. Eu já abri concessão pro caso de Gwyn, não me peça excessos, sim? – Pediu, olhando as pastas das evoluções dos pacientes, aguardando autorização.Azriel: Concessão? – Debochou – Gwyn é de maior. É a vontade dela.
Rhysand: Não use meu artifício contra mim. Fui eu que o criei, logo eu sei como derrubá-lo. – Disse, se virando pra encarar o outro com a sobrancelha erguida
– Gwyn é de maior, mas não está 100% em domínio de suas faculdades mentais sendo que não lembra dos anos que a trouxeram até aqui. Eu precisaria levar o caso pro responsável dela. – Começou.
Azriel: Ou seja, o marido. – Disse, satisfeito.
Rhysand: Sim, só que nesse caso o marido está envolvido. Ele não é imparcial, porque tem interesse em um resultado, logo o procedimento é procurar um segundo responsável por Gwyn... Que nesse caso é a mãe dela. – Azriel fechou a cara – Não queremos isso. Irmão, não vou demitir Balthazar. Pegue sua esposa, continue sendo feliz com ela, e me deixe trabalhar em paz. – Dispensou, dando as costas e saindo. Azriel ia retrucar, mas Gwyn apareceu no fim do corredor, abrindo um sorriso estonteante ao vê-lo.
Houveram outras discussões, mas no fim ficou decidido que Rhysand ficaria com Balthazar, porém Balthazar não tinha autorização pra chegar perto de Gwyn. As semanas foram passando de forma doce, com viagens em cada fim de semana ,álbuns de fotos sendo montados, algumas novidades surgindo...
Azriel: Duas. Isso. – Disse, ao telefone, sentado em sua sala – Hum... Creio que quatro ou cinco. Pro fim do dia. – Alguém entrou na sala dele – Sobre o outro assunto, preciso das plantas. Por hora faça isso. Certo. – E desligou.
Ianthe: Mandou me chamar? – Perguntou, os cabelos da exata cor do de Gwyn preso em um coque, usando uma calça social preta e uma camisa de botões branca, com saltos combinando com a calça.
Azriel: Ianthe... – Disse, pondo o celular na mesa e erguendo o olhos gelados pra ela – Porque diabos você tentou nos fazer perder dinheiro pra Darfur no dia em que eu deixei a reunião pra ir buscar Gwyn? – Perguntou, frio.
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A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2
RomansaQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...