Capítulo 4

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Nas horas que se passaram, desespero era pouco pra situação. Azriel só faltou fazer um buraco no chão, andando pra lá e pra cá. Cassian fumou uma carteira de cigarros quase inteira, revezando com café (Até Nestha tomar o cigarro e rebocar ele pra dentro). Grace fora a capela, rezar.

Warner esperava, apreensivo, com uma Serafina adormecida no colo. Feyre e Juliette tinham o olhar distante, as mãos dadas.
 
Juliette: Eu tinha acabado de conseguir o passaporte quando deu o plantão na TV. – Disse, angustiada. Juliette era mãe – era a que mais sabia o quanto Gwyn estava perdendo ali – Se eu tivesse tido mais uma hora...
 
Azriel: Não ia mudar nada. Eu iria atrás dela, nem que fosse no inferno. – Disse, andando de um lado pro outro.
 
Cassian: Eu preciso de um cigarro. – Disse, se levantando, e Nestha passou as pernas por cima do colo dele.
 
Nestha: Chega. – Disse, determinada, e puxou a cabeça dele pro colo dela.
 
Warner: Isso não acaba nunca. Demorou mais que o de Serafina. – Disse, atordoado. Já faziam horas.
 
Feyre: A gravidez de Serafina foi um sonho comparado ao dessa criança. – Lembrou.
 

Então Rhysand apareceu, e todos levantaram. Cassian, na pressa, levou Nestha no colo. A recepção toda aguardava. O caso de Gwyn se tornada bastante famoso no hospital – os funcionários torciam, assim como os pacientes há muito tempo ali e seus acompanhantes. Viram o estado em que chegara, às vezes em que quase abortara, Azriel forçando-a a se movimentar todos esses meses, e torciam.

 
Rhysand: Não sei se cheguei a dizer... Mas é um menino. – Disse, sorrindo em seguida. Azriel quase desmaiou. – 3 kilos, espantosamente saudável, e bastante cabeludo. – Brincou. Azriel cambaleou, sentando no sofá ao mesmo tempo em que duas lagrimas grossas caíam pelo rosto.
 
Azriel: E Gwyn? – Perguntou, rouco. Rhysand balançou com a cabeça.

Rhysand: Quase na mesma, um pouco pior. O parto exigiu demais dela. – Houve um gemido geral – É delicado pra mulheres no normal, mas no caso dela...
Enfim. Vão trazê-la de volta pro quarto daqui a pouco.

Azriel: Eu posso vê-lo? – Perguntou, ansioso.

O berçário não estava de todo cheio. Haviam 5 crianças só, e dezenas de lugares vazios. 3 eram meninas, havia um menino no braço da enfermeira... E um bebê na incubadora, de fralda descartável, no oxigênio e sendo monitorizado. Rhysand tinha razão: Era cabeludinho. Tinha os cabelos escuros feito o os do pai. No braço havia uma pulseira azul escrito “Gwyn e Azriel Hadria”.

 
Rhysand: A propósito, qual é o nome dele? – Perguntou, enquanto Azriel sorria, tocando a incubadora.
 
Azriel: Não sei. – Percebeu, com um riso bobo – Vou decidir. Logo. Não agora. – Disse, olhando o bebê como se fosse um milagre. Sentia o coração batendo no peito, descompassado, mas não de um jeito ruim. Era novo.
 
Rhysand: Nunca soube desse seu desejo por ser pai. – Disse, sorrindo de canto, vendo a adoração com que Azriel olhava o bebê.
 
Azriel: Na minha cabeça eu não podia ser. Mas isso... É diferente de tudo o que eu já senti. – Disse, dando de ombros.
 
Rhysand: Certo, vai afogar o bebê com a sua baba. Vamos. – Azriel o olhou, ultrajado – Você não pode ficar aqui, já viu ele. – Azriel ergueu a sobrancelha – Gwyn já está no quarto. – Avisou. A feição do outro mudou.
 

Gwyn estava de volta a sua cama, apagada, mais branca e mais frágil que nunca. Agora tinha uma mascara de oxigênio, ao invés de só os tubinhos. A barriga enorme sumira. Ele se aproximou, os olhos sem a alegria anterior. Gwyn parecia de papel, parecia que ia quebrar a qualquer instante.

 
 
Azriel (e os Hadria) foram rebocados por Rhysand de madrugada, sendo forçados a sair sobre a evidencia obvia de que o bebê não ia precisar deles, e a probabilidade de Gwyn acordar aquela noite era mínima.

A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora