Capítulo 13

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Porém, se você pensa que isso alteraria o resto, devia repensar. Não havia mais o sorriso bobo no rosto de Azriel ao entrar na torre cinza: O homem de aço voltara. Impassível, o rosto sem emoções, implacável com seus funcionários. Foi assim nos próximos dias. Havia trabalho demais acumulado e Azriel falava muito pouco: Apenas dava ordens, e coitado daquele que o fizesse ter que repetir. Haviam reuniões atrás de reuniões, e não havia nem sombra do Azriel sorridente nesse, ordenando seus funcionários, colocando a empresa a pleno vapor. As ações subiram novamente, como era de se esperar, mas nem isso fez ele se abalar.

 
Ianthe: Tem 4 pedidos de demissão pendentes no RH graças a você. – Informou, os dois caminhando pra sala de reuniões. Ianthe se grudava nele sempre que podia, agora que ele voltara a falar com ele.
 
Azriel: Vocês queriam que eu trabalhasse, estou trabalhando. – Disse, neutro.
 
Ianthe: Sim, mas tente não levar os funcionários a histeria. – Alfinetou e um funcionário se adiantou, abrindo a porta pros dois.
 

Era entediante. Aquela era a terceira reunião que ele tinha naquela tarde. Envolvia toda a empresa: Todos os Hadria estavam lá, então dá pra se notar a importância. Logo a reunião se desenvolveu e Azriel permaneceu na cabeceira da mesa, o olhar frio, desfocado, apenas escutando. Até que a secretária entrou na sala, interrompendo um executivo que falava, explanando um gráfico em um projetor. Todos os 20 olhares na sala olharam a pobre.

 
Julia: Hum... Com licença. Sr. Hadria. – Disse, escarlate. Azriel ergueu os olhos do papel que olhava, encarando-a sem interesse – Um telefonema pro senhor. – Disse, com o celular dele na mão.
 
Azriel: Eu avisei que as ligações não deveriam ser passadas. – Disse, observando-a, neutro.
 
Julie: Exceto a Sra. Hadria. – Completou, e Azriel ergueu as sobrancelhas – É ela.
 
Azriel: E você está esperando...? – Perguntou, sugestivamente.

A secretaria tropeçou pela sala, diante dos olhares de todos, entregando o celular a ele. Ianthe tinha a cara fechada, apertado a caneta na mão. Juliette e Warner pareciam achar graça. Rhysand revirou os olhos, voltando a ler sua pasta. Cassian riu de leve e Nestha o beliscou, mas sorria. Os executivos se entreolharam, sem se atrever a dizerem nada. Azriel ignorou a platéia, atendendo o telefone, o homem impassível dando lugar a um totalmente atencioso.

 
Azriel: Você está bem? – Perguntou, preocupado.
 
Gwyn: Estou. Como é o nome daquela coisa que a gente usa pra subir nos lugares? Que tem degraus? – Perguntou, a voz parecendo confusa.

Azriel: Escada. – Respondeu, se recostando na cadeira, com um sorriso de canto.
 
Gwyn: Ah! Escada... – Ela meio que soletrou, e ele franziu a sobrancelha. Não conseguia conter sorriso.
 
Azriel: Espere, você está pescando? – Perguntou, e ela demorou um instante pra responder. Gwyn tinha algumas atividades onde precisava preencher lacunas de frases, servia pra treinar a cabeça.
 
Gwyn: Claro que não. – Ela era horrível mentindo. Ele riu. Os executivos não conseguiam conter a exasperação obvia agora: Azriel Hadria rindo? – Eu não faria isso.
 
Azriel: Eu acho que você está. – Pressionou, sem dar a mínima a platéia. Todos esperavam educadamente.
 
Gwyn: E eu acho que você acha demais. – Alfinetou. Ele riu gostosamente e ela sorriu com o som – Sinto saudade. – Ele sorriu de canto.
 
Azriel: Eu também. Mais uma hora e eu chego ai. – Rhysand pigarreou e Azriel olhou, erguendo a sobrancelha. Feyre tinha um punho na boca, evitando rir da cara ultrajada de Ianthe.

Gwyn: Hoje Remo sai cedo da escola. – Disse, sabendo que as sextas o menino saia mais cedo. – Não sai? – Confirmou.
 
Azriel: Sai. – Afirmou, continuando a ignorar os outros.
 
Gwyn: Você pode trazer ele? – Perguntou, sacudindo a mão pra afastar o
tremor e apanhando o lápis de novo, escrevendo “escada” na ultima lacuna.

A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora