Azriel derrapou pela grama, disparando pra piscina. Esperou ouvir os gritos: Serafina era delicada, com certeza gritaria. Os outros dispararam correndo atrás dele. Debaixo do guarda-sol Juliette e Nestha se levantaram, alarmadas, tentando entender o que acontecera. Juliette procurou por Serafina com os olhos por instinto: De onde estava conseguia ver a menina brincando na água. Ela, no entanto, nem percebia Maddie brincando com seu maiô, sujando o tecido preto todo com protetor solar branco. Azriel estancou ao ver Gwyn: Ela ria, sentada na beira da piscina, só os pés na água. Ele colocou as mãos no rosto, respirando fundo, o coração batendo dolorosamente no peito. Os outros o alcançaram mas fizeram silencio, pra não assustar Gwyn.
Juliette: O que foi? – Perguntou, confusa, os olhos de lince sem deixar a filha, se aproximando do grupo. O mundo de Juliette gravitacionava em torno de Serafina; qualquer indicio de que algo pudesse ocorrer a menina já a deixava alerta.
Warner: Achamos que Gwyn tinha caído na água. – Respondeu, e ela assentiu, entendendo. Ele fez uma careta – Ju, que diabo é isso? – Perguntou, olhando a barriga do maiô dela. Estava tudo manchado de branco. Ela tocou, levando ao nariz e riu, se virando pra olhar Maddie, que agora brincava com o cabelo da mãe.
Juliette: Maddie me passou protetor. – Dispensou, e ele sorriu, abraçando-a – Não tenha um ataque cardíaco. – Aconselhou, dando dois tapinhas no ombro de Azriel, que assentiu.
Todos retrocederam sem ser notados por Gwyn, que ria gostosamente, chutando água nos meninos, os cabelos caindo em cascata pelas costas. Ele se aproximou dela, se sentando ao seu lado e abraçando-a. Ela sorriu, divertida.
Azriel: Porque não entrou na água? – Perguntou, muito mais tranquilo agora que a tinha firme em seus braços.
Gwyn: Bem, parece fundo. – Considerou, olhando a piscina com um biquinho – Eu não tenho uma bóia. – Apontou. Todas as crianças usavam bóias laranjas nos braços, exceto Greg, que sabia nadar, e Serafina, que além das do braço tinha uma rosa em torno da cintura, porque Warner era neurótico. – De qualquer forma, Greg venceu. – Disse, dando de ombros.
Azriel: Você não precisa de uma bóia pra entrar. – Disse, beijando a testa dela, que o encarou. Viu Azriel tirar a camisa e desatar o nó da saída de praia dela – Venha.Ele deslizou pra dentro d’água e a trouxe junto, a saída de praia dela ficando esquecida na beira da água. As crianças não estavam na parte mais funda da piscina, mas Gwyn se sentiu numa aventura. Só entrara em piscinas até agora no hospital, pela fisioterapia, e era sempre uma piscina fechada acompanhada por médicos. Aqui havia sol, haviam risos e havia Remo e Azriel; era infinitamente melhor. Ele sorriu, vendo ela se acostumar por um instante, os pés batendo freneticamente debaixo d’agua.
Gwyn: Eu sabia nadar? Antes? – Perguntou, erguendo os olhos pra ele, que hesitou.
Azriel: Sabia. – Disse, se lembrando momentaneamente de Gwyn saltando da pedra onde eles estavam sentados e mergulhando de ponta no mar, se afastando dele com movimentos fluidos.
Gwyn: Sou uma chata, não é? – Perguntou, ansiosa. O tempo todo tinha medo de que Azriel se cansasse da esquisitice dela.
Azriel: Não, você é a criatura mais fascinante em que eu já coloquei os olhos.
– Disse, mimando-a e a puxou pra dentro dos seus braços, enchendo-a de beijos mordidos, fazendo-a soltar um gritinho – A mais linda... A mais cheirosa... – Disse, entre os beijos. Gwyn ria gostosamente: Os dentes dele lhe faziam cócegas.
Gwyn: Mentiroso. – Brincou, segurando o rosto dele entre as mãos e dando um beijo na ponta do nariz dele, que sorriu.
Azriel: Prenda a respiração. – Gwyn o olhou, confusa, mas encheu o pulmão de ar, obedecendo.
Ele afundou, puxando-a pra baixo. No começo ela se bateu, até que viu ele olhando pra ela debaixo d’agua, com um sorriso de canto. Ela deixou, abraçada a ele, que deu um selinho nela... Só que ela, ansiosa como sempre, achou que seria um beijo. Na distração deixou o ar escapar, engolindo água. Ele tomou impulso no fundo da piscina imediatamente, puxando-a pra cima e ela desatou a tossir.
Azriel: Péssima idéia. Eu sou uma anta, me desculpe. – Gwyn ria entre os tossidos, fazendo-o sorrir. Ele segurou o queixo dela, fazendo-a levantar a cabeça e respirar fundo e ela parou de tossir aos poucos.
Gwyn: Sou um desastre. – Concluiu, abraçando-o.
Azriel: Não é. Mês que vem vou levá-la aos Hamptons. – Disse, satisfeito com a idéia, e ela olhou, confusa.
Gwyn: Hamptons? - Repetiu, testando a palavra.
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A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2
RomanceQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...