9 - Companheiro Caído

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"Chegamos aqui da maneira difícil

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"Chegamos aqui da maneira difícil

Todas aquelas palavras que trocamos

É de se admirar que as coisas quebraram?"

(Atlantis – Seafret)

(Atlantis – Seafret)

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Daiana, ainda dentro do carro e próxima a uma ponte, assistia Steve olhar para o nada. O homem não a havia notado alí, mas os seguiu até aquele local rodeado de árvores e distante, perfeito para fugitivos do governo se esconderem.

Estava há aproximadamente meia hora com Alpine em seu colo, cogitando ir ou não até o Capitão e trocar algumas palavras, revelar sua presença ou algo do tipo, mas ainda assim se via relutante. Parte sua, a que tinha bastante medo do futuro, a aconselhava a apenas ligar o carro e dar meia volta pela horrível estrada de terra da qual veio. Talvez fosse para algum lugar, mas para onde? Seu rosto estava estampado em todos os lugares, limitando suas opções.

Decidiu que a melhor opção que tinha era revelar-se.

Contrariada, abriu a porta e desceu do carro com a gatinha quase adormecida em seu colo, abrindo os olhos apenas para ver o que a humana fazia antes de fechá-los para aproveitar o cafuné. Sem nenhuma ameaça aparente, deixou o cabo de vassoura no carro roubado, do qual logo teria que dar um fim.

Steve estava perdido em pensamentos que o levaram há anos atrás, para o dia do funeral de sua mãe. Para o dia em que se viu sozinho outra vez. Sem mãe e sem pai. Lembrava-se de como sentiu-se triste, ainda se sentia, e que diferente de agora, Bucky esteve ao seu lado todos os dias dando-lhe apoio e tentando distraí-lo. Sentia falta de seu melhor amigo, mas agora que sabia que ainda estava vivo e sendo controlado pela HYDRA, sentia também raiva porque enquanto Steve esteve livre aproveitando e conhecendo aquele novo século, seu melhor amigo, quase irmão, esteve muito possivelmente sofrendo horrores nas mãos das pessoas que lutaram lado a lado para combater, e a prova disso era Bucky não ter se lembrado dele, muito menos de si mesmo. E isso era pavoroso.

O que fizeram com você, meu amigo?

Sobressaltou quando uma mão cutucou seu ombro e, um pouco perdido, olhou naquela direção encontrando Daiana com uma sobrancelha erguida e a pelo menos dois ou três passos de distância dele, como uma precaução dependendo da reação que ele teria ao ser "despertado" daquela maneira. Em seu colo descansava o inseparável gatinho — gatinha, corrigiu-se mentalmente — sem fazer ideia do caos que estava a vida dos humanos ao seu redor. Então piscou rapidamente com seus pensamentos voltando à ordem normal.

𝐃𝐞𝐬𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐨𝐬 | 𝙱𝚞𝚌𝚔𝚢 𝙱𝚊𝚛𝚗𝚎𝚜Onde histórias criam vida. Descubra agora