A mania que temos de julgar que a primeira impressão que conta, é algo que pode desencadear situações e até feridas desnecessárias nas pessoas envolvidas na questão.
•••
— Você chegou. - Me olha rapidamente e dirigi o olhar outra vez para a garrafa d'água.
— Sim. Você disse... O senhor disse... Que queria conversar.
— Me chame por "você". Não sou tão mais velho que você. - Diz enquanto dá uma golada na garrafa -
— Como quiser. - Respondo séria -
Estava tentando manter tudo no lugar. Mas a tensão que estou sentindo está quase externando para fora.
E parece que ele percebeu porque...— Não precisa ficar tensa garota. Não vou matar você ou algo do tipo. - Ele ri. Sua tentativa de aliviar minha tensão foi bem recebida -
Respiro fundo
— Isso. - Ele diz - Bem melhor!
Sorrio sem graça
— Bom. Rayssa. - Diz pensativo - Acredito que hoje mais cedo você presenciou uma cena um tanto quanto íntima.
Eu o interrompo
— Você não precisa se preocupar. Eu não vou contar pra ninguém. Não me interessa sua vida íntima.
- Rebato -— Que bom que entende rapidamente. Bom, tecnicamente, agora temos um segredo.
- Dá uma piscadinha e estala o lábio sorrindo -Agora tenho segredo com duas celebridades?
Que isso, um filme?Sem perceber sorrio com meu próprio pensamento
— Você tem um sorriso bonito. Deveria sorrir mais.
- Ele diz, enquanto passa a mão sobre o cabelo -— Obrigada... - suspiro envergonhada -
Ser elogiada é bom. É só por isso que estou com vergonha ok?
— Você deve estar com fome. - Ele afirma -
Você está certo
— Sim. Estou. - Respondo -
— Tem lanche ali. - Aponta -
Pode comer.Vou com certa animação para o lugar onde está as delícias. Avisto bolo de chocolate, salgadinhos, croassant, pizza. Entre outros prazeres.
Pego os salgadinhos e a pizza.
— Quer comer também? - Questiono animada -
— É uma ideia deliciosa. Vamos comer. - Sorri de canto -
Começo a comer. Eu sou uma apreciadora convicta por comida. Os diferentes sabores e suas infinitas sensações... Acho que sou transparente quanto a isso porque...
— Você gosta de comer ein! - Reage surpreso com um sorriso no rosto -
Afirmo com a cabeça, sorrindo com a boca fechada e a as bochechas cheias.
— Tem uma coisa no seu...
— Ãh? - Digo sem entender.
Ele estende o polegar e limpa o molho exposto no canto direito da minha boca, em seguida lambe o molho do dedo dele.
A boca dele...
Droga.
Sem perceber mordo os lábios
Ele percebe pois solta um riso tímido.
— Er... - Desperto e levanto da cadeira um tanto alterada - Obrigada pelos lanchinhos, mas eu preciso ir agora. - Digo desconcertada -
— Mesmo? Eu posso te levar ao hotel se quiser. É o mesmo que estou hospedado.
Droga, droga.
— Não precisa! Er... Tenho algumas coisas pra fazer antes de ir.
— Posso esperar por você. Não tem quase ninguém aqui mais. Estão todos indo embora. Não é seguro você ficar sozinha.
Droga! Porque ele tem que apresentar soluções quando claramente eu só quero fugir dali?
— É muito gentileza mas não precisa se incomodar, sério.
— Não é incômodo. - Sorri positivamente -
A generosidade dele já está me irritando
— Quer saber? Vamos pro hotel então! - Falo decisivamente -
— Mas você disse...
— Eu sei o que eu disse! - Bufo e saio em direção à saída -
— O que será que eu fiz de errado? - Timothée pensa sem entender a reação de irritabilidade da Rayssa.
Quando chegamos ao hotel, e entramos no elevador, não aguentava mais ficar ali, naquela situação. Ele estava ao meu lado e parecia tenso por algum motivo também. O que tornou aqueles minutos uma eternidade.
Eu olhava de forma discreta em sua direção e meus olhos teimosos me direcionavam a boca dele. Porquê, meu Deus?
Eu só pensava na língua dele lambendo...A porta do elevador se abriu para nossa alegria e alívio. Era o meu andar. Graças a Deus, o meu andar.
Vou andando apressadamente para o meu quarto. Quando reparo que o ser está no corredor também. Porque ele não está no elevador sumindo da minha vista? E para piorar ele insiste em me chamar.
— O que? - Respondo irritada -
— Você deixou o seu cartão de acesso cair no elevador. - Ele diz balançando o cartão -
Então seu quarto é 256? Bom saber.Merda
— Obrigada. Sou tão distraída! - Respondo rindo, de nervoso -
— Que isso. Foi nada. E, desculpe se de alguma forma te ofendi quando nos conhecemos. Reconheço que foi meio idiota o que eu disse. Cada um tem sua forma de viver e, eu deveria ter respeitado isso.
O que ele está querendo com esse breve e muito atraente discurso? Porque eu estou achando isso atraente? Estou louca?
— Não, tudo bem. Está no passado!
- Rio na tentativa de ser descontraída e tranquila, não de ter vergonha de ter remoído aquele velho mas nem tanto ocorrido, a ponto de o ter colocado em minha lista negra, mental, de pessoas nas quais detesto. -— Fico feliz. - Sorri - Eu preciso ir agora. - Aponta para trás com os dedos polegares -
— Claro! Fique a vontade! Até amanhã então.
— Até. - Se despede com tímido sorriso em seu canto esquerdo -
Ao entrar em meu quarto, encosto na porta, com o coração disparado e a mente superaquecida com a enxurrada de informações que acabara de me ocorrer.
O quê, está acontecendo comigo?
Não faz parte do meu plano. Não mesmo.
Coloco em minha cabeça que tudo, aquilo, é coisa da minha cabeça. Coisa de diretor de filme. Pensar em cenários e situações fictícias. Claro, essa explicação é plausível e completamente aceitável.Olá queridos leitores! O que estão achando até aqui? Espero que esteja tudo bem com vocês! Estou aberta à melhorias e sugestões. Se houver erros, me noticiem. Obrigada 💛
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Olhos de Esmeralda
Fanfiction"A realidade é uma ficção" Rayssa acredita fielmente em destino, plano e propósito. Já Timothée, acredita na completa ausência do controle sobre a vida. Porém ambos, serão confrontados em suas filosofias. Esta obra é originalmente minha, por favo...