Capítulo 17

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Eu vejo você.

•••

A corrente em meus pulsos, o sangue escorrendo por entre meu rosto, o pano cobrindo minha boca.
Como cheguei neste estado? Bem...

Começou como qualquer outro dia,
eu estava tomando um banho para começar o dia bem. Apesar do psicológico estar uma droga.
Caitlin, que estava presa ao trabalho, como sempre, lamentava por não poder partilhar da minha aventura. Mesmo com sua descrença pelas minhas convicções. E através da ligação por voz, me aconselhava a não aventurar-me sozinha.

— Sei que estão em conflito agora mas,
preocupa-me você buscar por respostas sozinha.

Reviro os olhos

— Sou perfeitamente capaz de fazer isso. - Pontuo -

— Não se trata de capacidade, Rayssa. E sim de segurança. - Suspira -  Se essas pessoas que estão atrás de vocês, forem realmente os "Criadores", pode ser perigoso! Se eles foram capaz de mata-   - Pausa, reformulando - Apagar, o Oliver, imagine o que fariam com você?

— Eles não farão nada, porque de acordo com o mesmo, eu e o Chalamet somos os "principais" nesta história.

Era muito estranho chamar o...
Chamá-lo pelo sobrenome.

— E Cait, - Continuo -  De acordo com o segundo livro, eu preciso lutar contra o meu medo.
O que significa que eu vou ter que...

— Fazer isso sozinha. - Complementa -

Suspiro preocupada.

Sim. Eu tenho medo do desconhecido.
Apesar de apreciar o conceito de
"descoberta" e  "novo".
Quando preciso fazer coisas novas e significativamente importantes, eu apenas travo, e não consigo me movimentar.
Tenho a mania de esperar alguém para me salvar.
Para a minha benção e sorte, sempre tive pessoas gentis ao meu lado. Que sempre me ajudaram.
Mas agora, eu não tenho ninguém.
Isso é assustador pra caramba.
Terei que entender tudo isso, sozinha.
Apesar do pavor, preciso ser forte.
Por todas as pessoas que amo.
É por isso que a ideia de seguir um
roteiro é tão reconfortante.
Pois sei que, de alguma forma,
tudo fica bem no final.

Uma coisa que aprendi com Timothée é:
"Viva sem roteiros"
"Abrace o desconhecido"
"Seja espontâneo"
É um tanto quanto desconfortável.
Não ter um plano? Parece assustador para mim.
Apesar de, quando eu vejo essa filosofia sendo vivida por ele, o que me era incômodo transforma-se em algo incrível, livre, cheio de adrenalina,
e até sedutor eu diria.
E cá estou eu, pensando nele, de novo.
Droga.

— Ray? Você está aí?

Pisco rápido e desperto

— Sim, sim, eu... - Suspiro desconcertada, pegando o celular que outrora estava na cama - Desculpa.
É tanta coisa acontecendo ultimamente que...
- Suspiro olhando para a janela -
Eu me sinto sufocada.
Como se fosse explodir a qualquer momento.

— Ray... Eu sei o quanto pode ser difícil passar por tudo o que você passou, sem entregar os pontos.
Me admira ver a sua força e sanidade intacta.

"Sanidade intacta" ai ai...

— Talvez, - Fala em tom tendencioso - seja melhor você desistir dessa ideia maluca de encontrar os criadores, sozinha.

Olhos de Esmeralda Onde histórias criam vida. Descubra agora