Capítulo 4

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Meu beijo, é seu.

~•~

Nada. Absolutamente nada, foi encontrado para responder minhas dúvidas.
Eu e a minha fiel parceira, Caitlin (vulgo minha psicóloga), procuramos em todos os livros, artigos científicos, estudos de medicina, e nenhum deles nunca sequer mencionou o que acontecera comigo.
Nem algo parecido.
Estávamos às escuras, e cansadas.
O doutor Richard ridicularizou
a tentativa de Caitlin ajudar-me.
Apesar de ele, estar sendo um inútil.
Consequentemente, decidimos dar um tempo a nossas buscas e relaxar.
O estresse estava corroendo-me,
a ponto de minha mãe chamar-me de amarga.
Realmente eu estava insuportável, com minhas exigências criteriosas de organização com as centenas de livros e papéis cheios de artigos que eu levava diariamente para casa.

Agora cá estou eu, na casa da minha adorável avó, com o cheirinho de café, e de histórias, porque ela sempre tinha uma para contar, sobre seu passado.

Ela estava na cozinha como de costume, eu estou na sala, buscando por algo interessante no celular, uma grande decepção, pois não tinha nada muito divertido ali.
E à minha direita, tem uma estante velha, porém bem conservada, de madeira.

— Já que não tem nada de interessante para fazer, verei se minha avó tem algum livro legal. - Penso -

Levanto, estou em frente à referida, vou passando os livros para o lado esquerdo, nada me é chamativo até a este exato momento,
pois há um livro no meu campo de visão.
Um tanto grosso. Veludo. Verde.
Com detalhes dourados.
Eu o pego, passeio minha mão por sua capa, e o olhar por seu título:

— "Olhos de Esmeralda" - Leio sussurrante. -

Minha avó vêm até a sala, para chamar-me para o almoço:

— Querida, venha comer.

Ela olha para as minhas mãos, e eu olho para o rosto dela.
Seu olhar, faz com que eu direcione minha visão para o livro em minhas mãos e,
levante o olhar para ela novamente.
Então questiono:

— Vovó, que livro é este? - Coloco o livro na mão direita, levantando-o. -

— Um romance antigo, e raro.
- Diz com tímida empolgação -

Eu a olho confusa por sua descrição nem um pouco explicativa.

— Eu peguei ele, dos livros que estavam guardados na caixa, esquecido, e decidi colocá-lo à vista outra vez. - Ela diz -

— Algum motivo especial para isto? - Questiono -

Ela ri e diz:

— Não! - Fala com a voz aguda - É só que, é um livro muito bom para ficar naquela caixa!
Agora vamos, senão a comida esfriará.

Eu suspiro rindo, com a personalidade sempre adorável dela.

Depois de almoçarmos aquela comida deliciosa,  feita pelas habilidosas mãos da vovó,
eu sento-me no sofá carmesim de sua casa.
E abro, curiosa, aquele livro na qual seduziu-me no primeiro instante que o vi na prateleira.

Passeio por algumas páginas e,
sinto confusão, surpresa, agitação.
Aquele livro era exatamente o que eu precisava,
e buscava, nesses últimos dois longos
meses de procura.
E não estava entre os artigos científicos e pesquisas médicas, claro que não!
Porque foi rebaixado, à um romance cheio de delírios apaixonados. E não estava nas grandes bibliotecas e arquivados nas caixas esquecidas dos grandes jornais, e sim na casa da minha vovó.
A Resposta, estava em sua velha estante!
Euforia domina-me.

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