É necessário voltar ao passado para se lembrar de como você chegou a este presente.
Relembrar do trilhar da jornada faz com que cada detalhe seja apreciado com o valor que se é necessário.(•Passado -/- Rayssa•)
Parte 1Sempre fui um tanto tola, de tão esperançosa e sonhadora que sou.
Sou apreciadora de detalhes que não são percebidos pela maioria das pessoas.
Como quando estava no ensino médio, admirando um rosa que nascera de dentro do muro de pedra, contrariando as expectativas e suposições sobre ela. Tão forte e destemida.Esta atitude incomum fez com que eu atraísse a atenção do meu primeiro namorado.
Ele era fotógrafo.
E de alguma forma tornei-me sua musa.
De acordo com ele, meus traços e minha cor de pele eram como o brilho do amanhecer sobre a estrada de terra do campo.
Ele era encantador, um tanto poético.
Apesar de sua péssima escolha para amigos.
Seu jeito descontraído e alegre de certa forma me encantaram.
Fazendo com que eu, aceitasse seu pedido de namoro.
Seu nome era Sandro.
Na primeira semana, estávamos sempre juntos.
Trocávamos mensagens fofas um para o outro.
Às vezes, ele era um tanto tendencioso, mas não era mau, só não fazia boas escolhas.
Seus "amigos" se incomodaram com nosso relacionamento, pois ele não saía mais, não como antigamente. Nunca o impedi de fazê-lo.
Mas ele insistira em culpar-me por sua
"perda de popularidade". E eu, não sabia o que fazer para consertar isso.
Foi a primeira vez que chorei por causa de um garoto.
Não tinha noção do termo, "relacionamento tóxico". Era minha primeira vez. Tinha 16. Ele era mais velho, (17), do segundo ano, e já tinha tido experiências com relacionamentos.
Mas eu, era insegura e sonhadora. Ingênua.Ele sempre fazia questão de me fotografar.
E isso se tornara um problema, pois quando fui em sua casa pela primeira vez com nossas 3 semanas de namoro, eu estava me trocando no banheiro, e, no dia seguinte, vazou minha imagem para escola toda.
Eu senti meu coração se quebrar, como um copo de vidro com água caindo sobre o chão.
Os olhares. Os risos. O cochichos...
Pesadelo.
Eu sabia quem era o responsável,
mas aquele fato doía.
E muito.
Porque dói tanto?
Trancada no banheiro em prantos, ouço a voz de quem menos gostaria, a dele:— Por favor Rayssa! Vamos conversar! Abre a porta!
- Diz enquanto bate -— Sai daqui! Não quero falar com você!
- Grito chorando -— Eu sinto muito! - Grita - Eu só queria provar pra eles que ainda sou do grupo, mas foi muito idiota o que eu fiz, eu sei. - Fala com tom um tanto desesperado - Eu sei que sou um babaca de merda, mas, por favor... Eu gosto mesmo de você! De verdade! Por favor! Acredita em mim! - Começa a chorar - Eu não vazei sua foto, eu juro! Eu nunca chegaria a esse ponto, ele disse que só olhar a foto bastava, e...
Abro a porta do banheiro
— "Ele disse?!", quem?! - Falo embravecida -
— O Kaio. Mas, eu não mandei a foto pra ele. Eu sabia que algo assim poderia acontecer. Eu só mostrei pra ele e, apaguei logo em seguida, eu juro!
- Fala pausadamente em meio aos soluços - Eu não entendo como isso pôde ter acontecido. - Diz respirando, tentando se recompor -Estava óbvia a situação. Aquele babaca do Kaio conseguiu a foto, mesmo o Sandro tendo apagado. Eu sei que pode parecer loucura. Mas eu sabia que o Sandro dizia a verdade. Eu tinha convicção.
Mas, precisava de provas.
Por isso, agi como uma ativista insaciável. Pedi para ver as câmeras de segurança da escola, com a ameaça de ligar pra minha advogada, (vulgo mãe) se não me permitissem.
O diretor, que conhece o furação que minha mãe é, não hesitou em atender, ãnh, minha intimação.— Ele disse que foi no pátio traseiro, no jardim.
Digo para o operador de monitoramento, (carinha das câmeras), com o diretor, Sandro, e a professora Felícia por testemunha.
Ele acessou no horário que ocorrera o "crime";
na realidade é sim, um crime ter sua privacidade violada, então:
Lá estava.
O desgramado conseguiu enviar a foto pra ele mesmo, porque um outro integrante do grupo chamou a atenção do Sandro, por 10 segundos, mas não rápido o suficiente pra impedi-lo daquela façanha criminal. Sandro parecia surpreso. Acho que nem ele conhecia os "supostos amigos" dele.
Depois fazer os cabimentos legais e mínimos, a escola, no caso o diretor, fez os idiotas me pedirem perdão na frente da escola toda, e os pais deles não puderam fazer nada, senão, o processo legal seria a consequência.
Foi divertido ver aquela gente riquinha que sempre se safava de suas responsabilidades receber alguma punição. E não foi só isso.
Eles fariam serviço comunitário para escola.
E se alguém fosse pego com a minha foto, receberia advertência.Depois que a poeira abaixou, Sandro veio conversar comigo:
— Oi...
Ele diz com as mãos nos bolsos da jaqueta de couro preto dele, despertando minha atenção, que outrora estava no livro.
— Oi...
— Podemos conversar?
— Claro. - Suspiro -
— Que bom que as coisas foram resolvidas. - Sorri, mas um tanto forçado -
— Sim... - Suspiro -
— Escuta... Eu queria saber...
— O que?
Ele está apreensivo
— Se você me aceitaria de volta. ¿?
— Olha...
Ele não me deixa falar
— Eu sei que eu fiz cagada. Mas em tese, não foi exatamente tudo culpa minha, então...
Inacreditável
— Eu gosto de você, e agora mais ainda vendo a fera que você é, pra fazer o que é certo e tals... E eu quero estar com você. Acredito que...
Que discurso merda é esse? Uma pessoa que tenta se justificar ao invés de assumir. Como ele pode querer estar comigo depois de ter causado toda destruição psicóloga que eu sofri?
Nada, disso, teria acontecido, se ele não tivesse me fotografado.
Eu estava enojada com aquilo.— Para.
— O que?
Ele olha-me confuso, sem entender
— Não. - Digo decisiva -
Eu não quero voltar a namorar com você.— Mas...
Prossigo com meu raciocínio
—Mesmo que não tenho sido tudo, culpa sua, você tem sua parcela. E ela é muito alta. Invadiu minha privacidade por causa de "aprovação dos amigos"? Não. Não consigo. Não dá pra confiar em você. Muito menos namorar, com você.
Ele está com um olhar decepcionado e emotivo. Provavelmente decepcionado consigo mesmo.
Ele passa as mãos sobre o rosto, e diz:— Ok.
E sai andando.
Eu sei. É tudo muito, in- tenso.Olá queridos leitores!
Espero que estejam aproveitando!
O passado da nossa protagonista, Rayssa, será dividido em três partes. Concluí que assim, vocês entenderão o porquê, e como, ela se tornou quem é.
Acredito que dessa forma, vocês irão entender como ela se sente ao falar sobre o passado.
Como foi pra ela, passar por tudo isso.
O que almejo é a conexão, entre vocês e os personagens.
Bom, é isso.
Obrigada por estar aqui!
Estou aberta à melhorias e sugestões.
Se houver erros, me noticiem por favor.
You are special 💛✨
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Olhos de Esmeralda
Fanfiction"A realidade é uma ficção" Rayssa acredita fielmente em destino, plano e propósito. Já Timothée, acredita na completa ausência do controle sobre a vida. Porém ambos, serão confrontados em suas filosofias. Esta obra é originalmente minha, por favo...