Capítulo 15

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Não se pode fugir para sempre.

•••

— Só pode ser brincadeira Senhor. - Murmuro baixo, mas não tanto -

— Pelo jeito você ainda está irritada com minha pessoa. - Sorri -

— Não é isso, - Sorrio sem graça - Oliver, é que, como você notou, esta noite está sendo, um tanto agitada. - Tento explicar, mas minha dicção não ajuda-me -

— Acredito que, seus ex-namorados são a causa de tamanha agitação.

Como que ele...

— Como você sabe disso?

— Sou conhecido da Carol.

Reviro os olhos

— E, - Continua - certa ocasião, ela contou-me sobre a história de vocês duas, e sobre seu descontentamento por Calebe insistir em manter uma amizade com você.

— Então está dizendo-me que ela arquitetou este desconfortável encontro com meus ex-namorados?

— Não, exatamente. - Responde hesitante -
Ela esperava que você não viesse, após Calebe compartilhar sua frustração por sua recusa. Entretanto sabiamente, ela planejou, de forma discreta é claro, esta situação, se caso, você viesse.
Chamando o seu primeiro ex-namorado, que é um excelente fotógrafo. E a mim, que sou seu parceiro comercial e conhecido.

Mas que mulher maluca. - Penso.

Para quê tudo isto?
Já não bastava a nossa conversa?
Ela já não declarou sua aversão e inveja a minha pessoa?
E eu, já não declarei minha decepção e desistência pela pessoa dela?
Eu já disse que nunca voltaria com o Calebe.
Mas, pelo que se dá para notar, ela gosta de machucar as pessoas, propositalmente, na tentativa de ter controle sobre tudo e todos.
Céus! Como eu pude ser amiga de alguém assim?
Como pude não ver tais intenções malignas com as quais ela se aproximara de mim?
Como pude confiar à ela meus segredos e mazelas, para no fim ela usá-las contra mim?
Como posso estar sentindo tristeza em meu peito por alguém que não é digno dela?
Talvez seja porque eu a estimava, e a apreciava.
Ela era minha melhor amiga, e eu via, apenas as partes bonitas e floridas dela.
Tentei fugir deste sentir, deste confrontar...
Mas neste momento só consigo sentir, sentir a decepção, a traição, a dor.

— Rayssa?

Desperto

— Sim?

— Você está bem? Seus olhos... Estão lacrimejando.

Enxugo os mesmos

— Não, é que... - Sorrio, mas sem o sorriso - Ela consegue me decepcionar mais ainda. Apesar de termos cortado nossos laços...

Abaixo a cabeça, olhando para minha mãos

Ele aproxima-se e coloca a mão sobre meu ombro esquerdo.

Então me vêm à cabeça, uma clareza:

— Se você é apenas um conhecido da Carol, porque ela te contaria algo assim, tão íntimo?

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