Capítulo 1

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Não acredito em felizes para sempre. No meu caso, todas as minhas tentativas de viver o amor foram um fracasso. Mas, sempre chegamos a um certo ponto da vida que somos contrariados.

•••

— Rayssa?

Viro-me

— Sim?

— Já pegou todas as suas coisas?

— Sim, mãe. Está tudo aqui. - Estendo os braços, mostrando minhas malas -

— A querida, minha filha amada, como vou viver sem você?!

Diz com a mão sobre o peito, como seu eu fosse partir para a guerra

— Mãe, eu já disse: 2 anos de contrato, em uma empresa cinematográfica muito grande! É uma oportunidade única! Não fique tão preocupada...

A puxo para um abraço

Eu a entendo. É difícil ficarmos separadas, ainda mais que somos apenas nós. Meu pai e minha irmã tiveram suas vidas interrompidas brutalmente e precocemente. Aquele maldito caminhão...
Mas isto, esta viagem, era importante pra mim. Eu estava com muitas expectativas. Era minha chance de dar o melhor para minha mãe, e realizar meu sonho de dirigir um filme de verdade.
Oportunidades são difíceis de se ter. Quando se tem, é preciso agarra-las com força. Não se sabe quando acontecerá novamente.

Eu estou no Aeroporto Internacional Tom Jobim. À espera do meu avião. Minha mãe insistira em ficar comigo até minha partida.
Avisto duas pessoas correndo em minha direção.

— Chegamos! < as duas pessoas dizem, tentando recuperar o fôlego.

— Achei que estavam ocupados com os preparativos... Não precisavam se incomodar em vir...

Digo, meio sem jeito. É constrangedor e estranho, porque...

— A! que isso Rayssa, mesmo que tenhamos terminado, combinamos de ser amigos, e de estarmos presentes em todos os momentos significativos um do outro!

— Sim! - Diz concordando - Você não deixou de ser minha melhor amiga Ray!

Por isso. Meu ex namorado, e minha suposta melhor amiga. Quando terminamos, eu e o Calebe combinamos de sermos amigos. Ele não sentia "atração necessária" para um relacionamento duradouro comigo. E disse que precisava de espaço e tempo para si mesmo. O que foi algo fora de contexto, pois, com apenas um mês de término, eu vi no perfil dele o status de "relacionamento sério" com a Carol. Completamente fora de contexto.

Enfim.

Meu avião chegara, bem a tempo de evitar um constrangimento com a tentativa forçada de simpatizar com eles. Eles estavam noivos. E, tudo era, desconfortável...

— Adeus!

Aceno ao longe, vendo o sorriso ridículo dos dois, e o olhar emocionado de minha mãe.

São algumas longas e angustiantes horas de viagem até Nova Iorque.

No desembarque, sou recebida por um representante da empresa em que vou trabalhar. Ele me leva até a residência em que disponibilizam para mim.
Realmente eu estava na Grande Maçã. E estava lá por mérito próprio. Trabalho duro. E muitas lágrimas também.

Finalmente.

Eu ajudaria a dirigir algo que, tecnicamente é uma grande promessa. Uma superprodução. Com grandes atores. Se eu me sair bem, posso decolar em minha carreira profissional. Bom, este é o plano.

"Foque e se concentre. Meu sonho acima de tudo!"

Digo concentrada, sem notar que estou proferindo em alto e bom som a minha, possivelmente o mais perto que tenho de "filosofia de vida".

— É interessante.

Viro-me assustada para ver o autor dessa curta frase.

— O que é interessante?

Questiono colocando as mãos sobre o meu peito

— Sua meta. Filosofia. Destino. Apesar de irracional e desimaginativo.

— Está me chamando de burra?

— Longe disso. Só que, não dá pra simplesmente viver ou ser apenas uma coisa. A vida não se pode ser controlada, e é por isso que é tão emocionante.

— Não tenho cabeça para um aspirante a filósofo. E para mim, ter uma meta ou objetivo me torna alguém com propósito, não irracional.

— Certo. - Ele finaliza.

— Certo. - Sobreponho sua finalização.

A porta do elevador se abre, e aquele clima pós batalha verbal filosófica fica nele.
Apesar de ser notório que o ser, que acha ridículo e sem imaginação viver por um sonho estar indo na mesma direção em que estou indo.

— Está me seguindo? - Questiono com desconfiança.

— Não. E você? Está me seguindo?

Ele recai o olhar com desconfiança

— Não! - Digo sem hesitação e com a voz um tanto mais aguda que o de costume.

— Não me surpreenderia se estivesse. Muitas mulheres tem o costume de fazer coisas vergonhosas para estarem perto de mim.

Qual é desse cara?! Que arrogante!
Reviro os olhos e ando apressadamente para o local da reunião.
Avisto o mesmo homem que me recebera anteriormente no desembarque.
Sorrio e o cumprimento.
Enquanto o arrogante aspirante a filosofia estava sendo bem recebido por todos.
Quem é esse cara?

— Timothée Chalamet! O homem do momento!
Alguém o saúda com êxtase e simpatia

"Timothée Chalamet? O ator? Era com ele que eu estava conversando agora a pouco? Não importa! Ele é um convencido, não merece minha... Minha admiração! Isso!"

Mesmo em meio ao meu desconcerto mental com tal revelação, consegui manter um postura profissional. Sentamos em uma mesa enorme com os diretores, roteiristas, animadores, produtores... E eu fazia parte daquilo. Eu estava sentindo orgulho dentro de mim.




Olá queridos leitores! Espero que possam aproveitar e desfrutar da minha fértil imaginação. Se houver erros, por favor me noticiem. Aceito sugestões para melhorias. Espero que gostem 🙃💛

Olhos de Esmeralda Onde histórias criam vida. Descubra agora