Capítulo 14

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"O amor, tudo suporta"

•••

— Como? - Questiono, ainda com o corpo trêmulo por consequência das fortes emoções da última hora. 

— Eu recebi uma caixa, do correio, assim que cheguei em casa, pelo que tudo indica, anônimo. Logo após de ter falado com você no hotel.
E também um e-mail, criptografado, - Ele pega seu laptop e me mostra - O conteúdo da caixa é, em sua maioria, confuso e chocante, - Suspira - eu tenho absoluta certeza que se refere à nós.
E aos fenômenos estranhos que estamos vivendo nestes últimos meses...
- Suspira pensativo e inquieto -

— E você está certo, Timmy. - Afirmo, respirando fundo e mexendo os ombros -
O Oliver que é o autor de tudo isso.

— Bem que eu imaginei.

— Achei que não se lembrava dele. - Recaio o olhar -

— Eu estava fingindo. Ou melhor, atuando.
Seu amigo me escrevera uma carta,
com várias recomendações e, uma delas era seguir o roteiro.
De acordo com ele, os responsáveis por toda essa situação bizarra, tem olhos por todos os lados. - Suspira profundamente - Se mostrássemos que sabíamos, quando estávamos lá no parque, poderíamos ser apagados também.

— Apagados? - Indago -

— Sim. - Confirma - A questão é que, -  o e-mail está codificado. E eu tenho quase certeza que ele complementa as informações que estão na caixa.

— Você é um gênio! - Exclamo -

Timothée ri convencidamente

— Não você, estou falando do Oliver. - Ironizo -

Timmy revira os olhos e faz caretas de desgosto

Eu rio e prossigo com o raciocínio:

— Ele me deu a senha no parque, antes de...
- Pigarreio incomodada - "Eles sabem".
- Sussurro, sem tirar os olhos da tela -
Original, mas não criativo.
- Digito, e lá está, os arquivos secretos
estão à nossa disposição -
A cara do Oliver. - Solto um riso de canto -

Timothée senta-se ao meu lado, segura em minhas mãos, e indaga:

— Como você está? - Beija meu ombro -
Você presenciou uma cena tão...

— Estou focada. - O corto - Não tenho tempo pra pensar nisso, eu preciso, - Pigarreio - nós, precisamos resolver essa doideira de situação o mais rápido possível.

Timothée tira suas mãos da minha e, de certa forma me dá espaço.

— Entendi... - Suspira - Só para que saiba, não é errado sentir tristeza, por perder alguém querido, ok?

Eu não tenho, tempo isso.
Eu não quero, falar sobre isso.
Eu não CONSIGO, falar sobre isso.
Pelo menos não agora.
Preciso me concentrar no que estou fazendo,
que é entender o que está acontecendo.
Proteger as pessoas que amo, desse, dessa, sei lá o que seja a definição para nossa caótica situação.
Por consequência dessa minha decisão, seguro com todas as forças que possuo, as emoções que querem descer sobre meu rosto em forma de lágrima e choros desesperados.

Olhos de Esmeralda Onde histórias criam vida. Descubra agora