- Sky, vou te pedir pela milésima vez para tirar a droga desse seu pé sujo da minha mochila.O dia estava ensolarado do lado de fora, com o vento soprando forte. Os portões de Alfea estavam escancarados, enquanto vários adolescentes entravam a todo momento.
Mais um ano iria se iniciar e, como sempre, Saul Silva mantinha todo seu autocontrole diante os dois jovens dentro do carro, que - também, como sempre - discutiam sobre algo bobo.
- Sabe que a culpa é sua por jogar a mochila no chão, né? - retrucou o loiro, pegando a mochila azul e lançando ela no banco da frente, onde a acastanhada agarrou-a, revirando os olhos. - Você é muito relaxada, credo.
O homem no banco do motorista suspirou aliviado ao desligar o motor, abrindo a porta do carro em seguida, dividindo o olhar entre os dois adolescentes e sorrindo irônico.
- Se eu tivesse que passar mais um minuto dentro desse carro, eu pularia dele em movimento - o tom brincalhão presente em sua voz, fez com que Tecna o respondesse com uma careta engraçada, fazendo Sky rir do banco de trás. - Agora andem, vamos logo.
A garota desceu também, sendo seguida pelo especialista do lado traseiro. Passando as mãos pelos cabelos, ela ajeitou a mochila nas costas, respirando fundo a medida que passava os olhos diante o símbolo de Alfea, desenhado acima dos portões pretos.
- Lar, doce lar, maninha - o loiro disse, passando um dos braços envolta dos ombros da mais baixa.
Silva olhou para eles, trancando o automóvel em um gesto rápido. Andando até ficar ao lado de Sky, ele também observou a fachada da escola com atenção.
- Preciso ir até a Farah - anunciou. - Podem me prometer que não vão se matar? Pelo menos no primeiro dia, seria meio vergonhoso para mim.
Sky riu.
- Não prometo nada - murmurou a acastanhada. - Brincadeira! Vai lá, Saul.
O mais velho assentiu, deixando um tapa fraco na nuca do loiro e um beijo no topo da cabeça de Tecna, que sorriu.
- Vejo vocês depois.
Saul Silva saiu em disparada, escola adentro. Não demorou para que os dois jovens fizessem o mesmo, seguindo os outros vários alunos. Era sempre assim em começos de ano, lotado de pessoas - calouros e novatos - em um lugar só: a área de entrada.
Tecna observou todos com atenção, a procura de algum rosto conhecido para cumprimentar. De longe, avistou uma de suas amigas mais antigas, Terra, ao lado de Benjamin Harvey.
- Aí, eu vou... - começou, olhando para o garoto ainda ao seu alcance. Mas, se interrompeu ao perceber que ele parecia estar no mundo da lua, encarando um ponto em específico.
Seguindo o olhar do especialista, Tecna viu a figura feminina de uma ruiva, distante. Ela parecia nitidamente perdida e, levando em consideração o fato de nunca terem a visto antes, teve certeza de que era uma novata.
Com uma cotovelada discreta na costela de Sky, a acastanhada chamou sua atenção, fazendo o gesto de um telefone com as mãos e colocando perto dos ouvidos.
- Alô? Stella? - uma expressão sarcástica se formou em seu rosto.
O loiro deu um tapa na mão da garota, que riu nasalado.
- Vai lá, seu idiota - disse, apontando com a cabeça em direção a Terra. - Vou falar com a Harvey.
Sem esperar por uma resposta, ela andou apressada até a fada de cabelos claros, que ainda conversava com o pai. Ao se aproximar o suficiente, acenou com uma das mãos.
- Tecna! - Terra exclamou, correndo até a amiga e lhe abraçando. - Senti saudades, como você está?
- Estou bem! Também senti saudades suas - respondeu, apertando a mais baixa entre os braços. - Como vai, senhor Harvey? - cumprimentou também o homem, que observava as duas garotas com carinho.
- Ótimo, pequena Tecna - disse em seguida, balançando a cabeça. - Quer vir conosco? Terra precisa me ajudar na estufa agora cedo e, sabe que sempre está convidada a se juntar à nós.
A acastanhada agradeceu, mas negou.
- Preciso deixar algumas coisas com o Sky antes de começar a ignorar a existência dele - brincou. - Mas, eu te vejo na suíte, certo? - se virou para Terra, que logo concordou. - Okay, até mais, senhor Harvey!
Os três se despediram e a família Harvey não demorou a se distanciar, deixando Tecna sozinha ali. Com um suspiro, a garota colocou as mãos nos bolsos, retirando seu celular.
Distraída, ela olhava algumas de suas mensagens. Então, de repente, sentiu duas mãos em seus ombros balançarem o seu corpo, fazendo com que se assustasse de imediato, deixando o aparelho eletrônico cair no chão pelo o impacto.
Ainda sem se virar, a garota já tinha quase cem por cento de certeza de quem era. E, respirando fundo, contou até dez mentalmente.
- Foi mal - pediu a voz conhecida, entre risos. - É sério, não fica brava, não.
Riven andou até ficar de frente à fada, que encarou o garoto com tédio. Ele então se abaixou, pegando o celular do chão e o analisando.
- Está novinho ainda, sem estresse - devolveu à Tecna, que bufou, guardando-o no bolso. - Agora pode me dizer "oi" e que estava morrendo de saudades de mim?
Tecna se aproximou, puxando o mais alto para um abraço.
- Posso te dizer "oi" - respondeu. - Mas a parte do saudades não, Saul me ensinou a não mentir.
O especialista retribuiu o gesto, levantando a amiga do chão entre o abraço. E, ao se afastarem, ele riu da fala de Tecna, colocando as mãos dentro dos bolsos dianteiros de sua calça jeans.
- Cadê o Sky? - perguntou, olhando ao redor.
A acastanhada segurou no braço de Riven, o virando em direção à onde o loiro se encontrava, conversando com a garota ruiva de mais cedo.
- Atacante demais - elogiou o garoto, sorrindo. - Beleza, agora vamos envergonhar ele um pouquinho.
- Ah, sim! - concordou Tecna. - Essa é sempre a parte favorita do meu dia.
Os dois amigos andaram apressados até Sky, que ria de algo que a novata havia dito. Ao se aproximarem, Riven chamou pelo melhor amigo:
- Para de dar em cima das calouras!
O loiro se virou, franzindo o cenho ao ver Tecna e Riven ali. A garota riu notando a insatisfação do especialista por ter sido interrompido e notou quando a ruiva saiu de fininho depois de Sky se distrair.
- Podem me dar um segundinho? - pediu.
- Porque? - Tecna retrucou. - Vai atrás dela?
Só então Sky notou que a novata havia saído. E, rindo, ele se virou mais uma vez, agora se aproximando de Riven.
- Não - respondeu, puxando o melhor amigo para um abraço. - Como você 'tá cara?
Tecna cruzou os braços, observando a cena. Nunca admitiria para aqueles dois, mas se sentia extremamente feliz por estarem juntos de novo. E, de alguma forma, não importa onde ela estivesse, eles sempre à fariam se sentir em casa.
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𝐢. 𝐄𝐋𝐄𝐓𝐑𝐈𝐂 𝐋𝐎𝐕𝐄. ! ༉ 𝗿𝗶𝘃𝗲𝗻
Fanfiction𓈒 ࣪ ࣭ 🖇 . ˙ ˙ ⋆ ࣪ 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐄𝐋𝐄́𝐓𝐑𝐈𝐂𝐎 ˒˒ ↳ fate: the winx saga fanfiction. Desde bem pequena, Tecna viveu pelos arredores de Alfea. Sob a supervisão de Silva, a garota cresceu ao lado de Sky e Riven, tendo o...