Tecna esperava ansiosa, sentada em um banco de madeira no salão principal. Saul Silva havia chamado Sky para terem uma conversa e, aparentemente, ele não queria que a princesa estivesse presente - coisa que à irritou, admitia.E, enquanto esperava, roendo as unhas, sentiu mais uma vez a presença de Electronomo no lugar. Seus planos de mantê-lo afastado falhando miseravelmente ao ver que o rei de Zenith parecia estar em todos os cantos.
- Ah, eu mereço... - resmungou ela.
O mais velho fingiu não ouvi-la, sentando-se ao seu lado no banco. A especialista se remexeu desconfortável, afastando-se de forma sútil. Sem dar muita bola, Electronomo começou:
- Se eles vão ter uma conversa, temos que ter também - disse. A Regnum quase soltou uma gargalhada com àquilo. Ele não estava falando sério, não é?
- E de onde é que você tirou isso? - a fada da tecnologia tinha a voz desacreditada. - Sério.
O rei olhou para a filha, um suspiro forçado saindo de seus lábios, quase como um lamento encenado.
- Sei do carinho que tem por Saul - continuou. - E eu também sou muito grato por ele ter cuidado de você por mim, durante todos esses anos... É realmente uma situação muito infeliz essa pela qual ele está passando e eu sinto muito...
Finalmente entendendo aonde Electronomo Regnum queria chegar, Tecna se colocou de pé. Com uma das mãos, gesticulou no ar, para que o homem se calasse. O rei de Zenith observou os movimentos agitados da garota, sem expressar qualquer reação.
- Não venha com esse papo de "pai e filha", tentando me reconfortar por algo que nem sequer aconteceu! - retrucou a especialista, irritada. - Saul não está morto e, se depender de mim, não vai à lugar algum! - sua voz aumentou um pouco, visto que sentia-se presentes a explodir. - Agora vê se me escuta bem: eu não quero ficar perto de você, falar com você e se pudesse, preferiria nem respirar o mesmo ar que o seu! Então, faz um favor para nós dois e volte à me esquecer, como fez todos esses meus dezessete anos.
Virando as costas, Tecna seguiu para fora do colégio, se direcionando até a estufa - onde sabia que Sky e Saul Silva estariam. A princesa de Zenith só parou quando se viu de frente à porta. Com uma mão sobre a maçaneta, ela suspirou ouvindo as vozes que vínham do lado de dentro.
- E o que vamos fazer? - Sky perguntava.
- Eu... falei com alguns especialistas sobre o seu treinamento - respondeu Saul, a voz cansada. - E, a Dowling está ciente dos meus desejos em relação à você e Tecna - ouve um pausa curta. Mas, com tempo o suficiente para a Regnum sentir vontade de gritar. - Vocês precisam cuidar um do outro, eu...
Tecna não quis mais ouvir.
Agora, ela entendia o porquê de não ter sido chamada ali.
Não era a mais centrada da família e Saul Silva sabia que o que quer que falasse para a filha, não iria adiantar e ela acabaria agindo por impulso. Um impulso, que em sua maioria das vezes, costumava ser maior do que todos poderiam lidar. Tecna era teimosa.
E, a prova disso era a forma como ela corria de volta para dentro, subindo as escadas com uma rapidez invejável. Se Sky não iria apoiá-la, Tecna iria atrás de alguém que, mesmo a dando sermões por àquilo, nunca deixaria de fazer algo que ela pedisse.
Mesmo estando à praticamente uma semana sem se falarem.
•••
- Não.
A princesa bufou, sem paciência.
- Está de sacanagem comigo, Riven? - perguntou. Os dois adolescentes se encontravam na suíte dos garotos, onde depois de muito tempo "ocupado", o especialista teve tempo para a amiga. - Eu vou sozinha, então! - exclamou. - Não sei nem porque eu vim aqui, na verdade... Não preciso de você, nem do Sky.
Com o seu milésimo surto do dia, a herdeira de Zenith levantou-se da cama, pronta para sair pisando duro, mais uma vez.
- Não, Tecna - o garoto voltou a dizer, passando uma das mãos no cabelo, de forma exasperada. - Você não vai nem acompanhada e nem sozinha. Isso não é brincadeira, é a porra de um Queimado!
- E é o meu pai! - retrucou. - Sei que estou sendo imprudente, Riven, eu sei muito bem. Também sei que é burrice e, se um batalhão não o encontrou, como eu vou? - a voz embargada voltou a ser baixa. - Só que eu não posso simplesmente sentar e esperar... Eu não vou me perdoar, nunca, por não ter tentado nada.
Riven respirou fundo.
Ela era maluca.
Ela era completamente maluca e, ele... bom, era ainda mais maluco por sempre fazer o que ela queria. O especialista sabia que se não fosse junto, ela iria sozinha. Era apenas um jogo. Tudo com Tecna era sempre um jogo e no fundo, ele gostava daquilo.
Da forma como sempre era o escolhido para jogar.
Mesmo com o afastamento imprudente pela parte do garoto, Tecna havia o procurado. Mesmo tendo dito o quanto detestava Riven durante toda a manhã e tê-lo xingado para todos que pudessem ouvir, Tecna ainda assim havia o procurado.
Ela era maluca.
E Riven adorava.
- De noite - disse simplesmente. - Vamos quando estiverem na festa que terá hoje a noite, assim não vão pegar a gente... tudo bem?
Ele também era maluco.
A situação toda era maluca.
Era praticamente impossível acharem exatamente o Queimado que havia machucado Saul Silva. Mas, também era impossível que Tecna apenas ficasse esperando ele ir embora, se despedindo e se conformando com a morte.
Tinha que fazer alguma coisa, nem que fosse apenas para preencher o vazio que o medo deixava em seu peito.
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𝐢. 𝐄𝐋𝐄𝐓𝐑𝐈𝐂 𝐋𝐎𝐕𝐄. ! ༉ 𝗿𝗶𝘃𝗲𝗻 (𝐢𝐧 𝐡𝐢𝐚𝐭𝐮𝐬)
Fanfiction𓈒 ࣪ ࣭ 🖇 . ˙ ˙ ⋆ ࣪ 𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐄𝐋𝐄́𝐓𝐑𝐈𝐂𝐎 ˒˒ ↳ fate: the winx saga fanfiction. Desde bem pequena, Tecna viveu pelos arredores de Alfea. Sob a supervisão de Silva, a garota cresceu ao lado de Sky e Riven, tendo o...